terça-feira, fevereiro 06, 2018

Venezuela acusa EUA de incentivar golpe militar para mudança violenta de governo

A Venezuela acusou os Estados Unidos de "incitar" um "golpe militar" no país para originar uma "mudança violenta" do governo e denunciou uma "estratégia de agressão total" de Washington contra Caracas. "A Venezuela denuncia perante o mundo que (...) o secretário de Estado Rex Tillerson tornou pública a intenção do seu Governo de provocar uma mudança violenta do Presidente constitucional da Venezuela, incitando um golpe militar", assinalou em comunicado o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, através da sua conta "Twitter". A Venezuela, que se referiu a "ameaças" que qualificou de "graves", respondeu desta forma às alegadas declarações de Tillerson na quinta-feira, nas quais se terá referido à possibilidade de uma sublevação militar no país caribenho como forma de mudança de governo, afirmações que não foram confirmadas por Washington.
Segundo o comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano, a administração dos Estados Unidos "confessa" desta forma as "intenções de agressão, contrárias aos mais elementares princípios do Direito internacional público que regem as relações entre as nações civilizadas". Para Caracas, o objetivo principal do périplo diplomático do chefe da diplomacia da Casa Branca pela América Latina e Caribe - com deslocações confirmadas ao México, Argentina, Peru e Colômbia - consiste em "aumentar as pressões sobre governos da região, para que acompanhem o perverso plano de agressões contra a Venezuela".
Em declarações no âmbito desta visita, Tillerson questionou as eleições que vão decorrer em maio na Venezuela e pediu que sejam "abertas e democráticas". Criticou ainda a presença da Rússia e da China na América Latina, a quem chamou de "predadores" que procuram o seu "próprio benefício". As declarações do secretário de Estado dos EUA também mereceram reparos do Presidente boliviano Evo Morales, ao assegurar esta sexta-feira numa mensagem "twitter" que Washington "confessa as suas ambições golpistas" na Venezuela. Na segunda parte da mensagem, Morales apelou à unidade da "Pátria Grande" para enfrentar a "nova ameaça e defender a independência e soberania da Venezuela". O Governo de Morales é dos poucos executivos da América do Sul que continua a manifestar um apoio explícito ao Presidente venezuelano Nicolás Maduro. As relações entre Washington e Caracas permanecem tensas há mais de uma década e os dois países estão sem embaixadores desde 2010 (Lusa)

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