As aplicações de mensagens e as redes sociais são cada vez mais “apertadas”
pelo pulso-de-ferro das entidades governamentais. De acordo com a organização
das liberdades civis Freedom House, dois terços dos utilizadores da internet
vivem sob regimes censórios. O relatório “Freedom on the Net 2016”, que
abrangeu 65 países e 88% da população com presença online, indica que 2016 é o
sexto ano consecutivo de diminuição das liberdades digitais e coloca a China no
topo da lista dos países que mais censura a internet, seguida pela Síria e pelo
Irão. Note-se que esta análise não cobre a Coreia do Norte, muito provavelmente
por falta de informação relativa às atividades online no país.
Em contraste,
nos Estados Unidos registou-se um aumento da liberdade na internet no decorrer
deste ano. Segundo o The Verge, isto deveu-se à implementação do Freedom Act,
uma legislação que tem como objetivo limitar a recolha de metadados por
agências como a NSA e, desta forma, reduzir a intensidade da monitorização das atividades
online dos cidadãos. A Freedom House mostra que o WhatsApp é uma das aplicações
mais lesadas por governos não-democráticos. Devido ao seu algoritmo de
encriptação de mensagens, esta app já se tornou bastante popular entre
defensores dos direitos humanos, e por isso foi já bloqueada em vários países,
como a Turquia, o Bahrain e a Etiópia. Sanja Kelly, co-autora do relatório,
acredita que os jornalistas, os defensores dos direitos humanos e as
comunidades marginalizadas são quem mais sofre com o bloqueio destas apps. Ela
explica que estas ferramentas são a única forma destes grupos poderem evitar as
“máquinas” de espionagem e vigilância dos regimes censórios. Dados da
organização mostram que este ano 24 governos bloquearam ou limitaram o acesso a
redes sociais e a apps de comunicação, face aos 15 governos registados em 2015.
O “Freedom on the Net 2016” aponta que os países onde se observou uma maior
diminuição das liberdades cibernéticas ao longo deste ano foram o Uganda, o
Bangladesh, o Camboja, o Equador, a Lídia, a Turquia e o Brasil (aqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário