sábado, novembro 26, 2016

Censura online aumenta em 2016. Há cada vez mais países a usarem o "lápis azul"

As aplicações de mensagens e as redes sociais são cada vez mais “apertadas” pelo pulso-de-ferro das entidades governamentais. De acordo com a organização das liberdades civis Freedom House, dois terços dos utilizadores da internet vivem sob regimes censórios. O relatório “Freedom on the Net 2016”, que abrangeu 65 países e 88% da população com presença online, indica que 2016 é o sexto ano consecutivo de diminuição das liberdades digitais e coloca a China no topo da lista dos países que mais censura a internet, seguida pela Síria e pelo Irão. Note-se que esta análise não cobre a Coreia do Norte, muito provavelmente por falta de informação relativa às atividades online no país.
Em contraste, nos Estados Unidos registou-se um aumento da liberdade na internet no decorrer deste ano. Segundo o The Verge, isto deveu-se à implementação do Freedom Act, uma legislação que tem como objetivo limitar a recolha de metadados por agências como a NSA e, desta forma, reduzir a intensidade da monitorização das atividades online dos cidadãos. A Freedom House mostra que o WhatsApp é uma das aplicações mais lesadas por governos não-democráticos. Devido ao seu algoritmo de encriptação de mensagens, esta app já se tornou bastante popular entre defensores dos direitos humanos, e por isso foi já bloqueada em vários países, como a Turquia, o Bahrain e a Etiópia. Sanja Kelly, co-autora do relatório, acredita que os jornalistas, os defensores dos direitos humanos e as comunidades marginalizadas são quem mais sofre com o bloqueio destas apps. Ela explica que estas ferramentas são a única forma destes grupos poderem evitar as “máquinas” de espionagem e vigilância dos regimes censórios. Dados da organização mostram que este ano 24 governos bloquearam ou limitaram o acesso a redes sociais e a apps de comunicação, face aos 15 governos registados em 2015. O “Freedom on the Net 2016” aponta que os países onde se observou uma maior diminuição das liberdades cibernéticas ao longo deste ano foram o Uganda, o Bangladesh, o Camboja, o Equador, a Lídia, a Turquia e o Brasil (aqui)

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