sábado, julho 16, 2016

Jornalismo: sete participações contra

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recebeu até sexta-feira ao final da tarde sete participações relativas às imagens emitidas pela CMTV alusivas ao atentado de Nice, que causou a morte de 84 pessoas. "Deram entrada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social, até à data, sete participações referentes às imagens emitidas no serviço de programas CMTV alusivas ao atentado ocorrido em Nice", refere a ERC, numa informação enviada à agência Lusa. Questionada pela Lusa sobre se houve queixas relativamente a imagens dos atentados de Nice divulgadas por outros órgãos de informação nacionais, a ERC disse que apenas recebeu participações relativas à CMTV.
Na quinta-feira à noite, um camião avançou durante dois quilómetros sobre as pessoas que estavam na Promenade des Anglais (Passeio dos Ingleses) a assistir ao fogo-de-artifício para celebrar o dia de França, causando 84 mortos e 202 feridos, entre as quais dez crianças e adolescentes, num atentado que já foi reclamado pelo grupo extremista Estado Islâmico. Imagens sobre o ataque percorreram o mundo e as redes sociais, motivando muitas críticas e levando mesmo a um pedido de desculpa pela televisão pública France 2 por ter emitido imagens chocantes na sua cobertura em direto do atentado terrorista em Nice, segundo noticiou imprensa francesa e portuguesa.
"Boa noite, senhor, acaba de perder a sua mulher. Qual é a sua reação, em directo para a France 2?", perguntou um jornalista da televisão a um homem em lágrimas, ajoelhado ao pé do cadáver da mulher no asfalto, tapada por uns panos amarelos, relata o jornal Público. O mesmo jornal escreveu ainda que a televisão pública difundiu um vídeo do camião a esmagar a multidão considerado especialmente violento. O Conselho Superior do Audiovisual (CSA) emitiu um comunicado na sexta-feira em que apelou às televisões e rádios "para terem prudência e contenção, protegerem a dignidade humana e a dor das pessoas nas reportagens sobre o terrível atentado de que [a França] foi vítima ontem à noite" (DN-Lisboa)

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