Quase um milhar de pessoas foram detidas durante a última noite, na
Venezuela, quando faziam filas junto dos supermercados à espera que abrissem as
portas, para comprar produtos básicos escassos no mercado local. As detenções tiveram lugar no Estado venezuelano de Lara, e foram
efetuadas por funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), do
Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e do Exército, com base
num decreto de 2015, que proíbe fazer filas nos supermercados durante a noite. Segundo as autoridades venezuelanas, 948 pessoas foram colocadas à ordem
do Ministério Público, das quais 303 foram detidas junto de sucursais da rede
de supermercados Central Madeirense, (propriedade de portugueses radicados na
Venezuela), em Las Trinitárias (160) e Valle Hondo.
Em resposta, familiares concentraram-se em frente ao Ministério Público,
na Avenida Morán, para saber dos detidos. Algumas pessoas tentaram resistir à detenção o que originou situações
tensas que foram controladas pelas autoridades, durante as quais 11 pessoas
ficaram feridas com tiros de borracha, disparados pelas forças de segurança.
Uma jornalista que conseguiu fazer-se passar por uma cliente do
supermercado denunciou que "uma quantidade enorme" de idosos foram
enganados pelas autoridades, que lhes pediram a documentação para organizar as
filas e depois os obrigaram subir a uma viatura e levados para uma esquadra
onde permaneceram retidos até 8 horas.
Cada vez são mais frequentes as queixas de venezuelanos para conseguir,
no mercado local, a farinha de milho, o café, açúcar, leite, manteiga, óleo,
feijão e outros grãos, massa, arroz, entre outros produtos básicos, que quando
chegam aos supermercados são vendidos sem chegar a ser colocados nas
prateleiras.
São também cada vez mais frequentes e longas as filas de pessoas junto
dos supermercados, num país onde a inflação ronda os 200%.
As autoridades venezuelanas proibiram os cidadãos de pernoitarem junto
dos supermercados e os jornalistas de tirar fotografias ou entrevistar pessoas
que estão fazendo fila, sob o risco de serem detidos e confiscado o material (aqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário