Fernando Ulrich apontou baterias ao Presidente da
República, ao atual e ao anterior Governo, acusando-os de passividade e falta
de cuidado. Em causa, a saída do BPI do capital do Banco de Fomento de Angola,
imposta pelo Banco Central Europeu. O presidente do banco diz que, apesar dos
discursos sobre a importância das relações Portugal-Angola, nenhum alto
responsável demonstrou qualquer preocupação sobre este processo. "Até hoje
ainda não ouvi nenhuma voz em Portugal com responsabilidade que se preocupasse
com isso, nem uma 'condecoraçãozinha' no 10 de junho. O governo anterior, zero
absoluto, nem o primeiro-ministro, nem a ministra das Finanças", afirmou
Fernando Ulrich numa conferência sobre o setor bancário, em Lisboa. "O meu
desgosto não é com as instituições europeias", sublinhou, considerando que
as autoridades políticas portuguesas deviam, até pela ligação histórica a
Angola, ajudar a contornar a imposição do Banco Central Europeu (BCE) que
obriga o BPI a reduzir a exposição àquele mercado africano. "O BPI tem
50,1% de um banco em Angola. O senhor governador do Banco Nacional de Angola
disse-me há 15 dias que o BFA [Banco de Fomento Angola] é um exemplo",
revelou, lamentando que a "aplicação acrítica" de uma regra do BCE
obrigue o banco português a sair de Angola (Expresso)
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