quarta-feira, maio 18, 2016

Opinião: se a Europa nos penalizar avancemos então para um referendo

Foi hoje noticiado que a Comissão Europeia - claramente pressionada pelas eleições em Espanha, temendo que uma sanção afectasse os resultados eleitorais e fizesse crescer os movimentos anti-europeístas existentes no pais vizinho, e pelo referendo no Reino Unido, que pode significar o princípio do fim de muita coisa se o "sim" à saída ganhar, não tendo por isso nada a ver com Portugal - adiou para Julho qualquer decisão sobre a ameaça de penalizações a Portugal e a Espanha por causa do défice orçamental excessivo. 
De facto, se depois destes mais de quatro anos de austeridade e de roubalheira em Portugal, a Comissão Europeia decidir agir contra Portugal no quadro dos procedimentos por défice excessivo, impedindo-nos por exemplo de ter acesso aos fundos comunitários, então espero que haja a dignidade e a coragem da classe política idiota e elitista que nos tem governado para anunciar e promover imediatamente um referendo.

Referendo junto dos portugueses para saber o que eles pensam da UE, ser querem ou não continuar e a ser enxovalhados por Bruxelas e se admitem a saída do nosso pais do espaço euro. E não só! Eu que apesar de tudo ainda sou, cada vez mais tenuemente, um europeísta já não tão convicto como no passado recente, estarei incondicionalmente, nestas condições e por estes motivos, a favor do não, contra a submissão continuada de Portugal às mãos de uma casta e de FDP que em Bruxelas não conseguem resolver problemas sociais, económicos e financeiros globais, mas resolvem mostrar o peito aos países mais pequenos e vulneráveis, usando-os como bandeira e "exemplo" a outros.  Basta de políticos submissos. Neste caso concreto, e porque sabemos todos o impacto dos egoísmos nacionalistas que dividem a  Europa e manipulam a UE, porque conhecemos todos os procedimentos diferentes de Bruxelas perante situações iguais no seio da UE, porque achamos todos que é asqueroso, nojento, porco se quiserem, tratamentos selectivamente diferenciados entre países, só porque Bruxelas se rende, e se coloca de cócoras, a países só por causa do seu peso político, económico e financeiro e respectiva dimensão demográfica e territorial, estarei ao lado dos que como eu, acham que nestas circunstâncias - e espero que Bruxelas pense bem antes de agir - temos a obrigação de realizar um referendo nacional, a exemplo do que hoje se passa no Reino Unido, sobre a nossa continuidade na UE. Pelo menos ficaremos a conhecer a opinião dos portugueses. Depois logo se verá...
No fundo trata-se de fazer o que deveria ter sido feito há muitos anos e nunca foi feito porque a classe política, essa corja que nos tem governado desde 1976, tratou de tudo, decidiu por nós, falou e opinou por nós sem mandato para isso, negociou tudo, deixou-se entusiasmar pela promessa dos milhões de milhões que cairiam do céu - milhões até para pagar o abandono os campos e da agricultura, milhões para abater barcos de pesca, milhões para produzir leite e deitar no lixo, milhões para destruir plantações de fruta, etc, etc - e decidiu em nome de um povo que cada vez mais olha para um Europa mesquinha e em crise agravada e estabilizada, com desconfiança, desdém e distanciamento.
O que falta ao nosso país - e Costa já deixou alguns tímidos avisos - é a coragem e a dignidade de fazer frente e de dizer claramente isso mesmo, que acabaram as ameaças e as brincadeiras. Se nos penalizarem depois da austeridade e de toda a roubalheira realizada ao longo de mais de quatro anos de privações, então vamos avançar com um referendo, desejando e tudo fazendo, que essa tendência rapidamente se espalhe pela Espanha - outro país ameaçado - e pela Itália - país que já está debaixo de olho. E se alguém se escandalizar com esta minha opinião, se alguém se incomodar com esta minha posição, então fique sabendo que é para o lado que durmo melhor. Estou-me nas tintas, borrifando, cag... se quiserem, para esta Europa de merda, para estes eurocratas da trampa, para esta Europa que nos custa todos os anos milhares de milhões de euros enquanto temos aumento da pobreza, da exclusão social e do desemprego. Como diz o povo, vão todos para a PQP. A máxima do olho por olho, dente por dente cabe e muito bem aqui, neste cenário e nestas condições específicas concretas. Caso elas se concretizem. Se nos lixarem, vamos então para o ajuste de contas. Cabe ao Povo decidir de uma vez por todas o que quer e dizer o que pensa (LFM)

Sem comentários: