A ERC sempre foi uma aberração. Criada por um acordo
entre PS e PSD, a ERC nunca teve credibilidade como supervisor da comunicação
social. Instrumentalizada politicamente através da colocação de pessoas
próximas ou mesmo militantes dos dois partidos na sua direção, a ERC é uma das
maiores armas de todo o tipo de poderes contra o jornalismo. Arons de Carvalho,
que já foi deputado, governante e é um dos fundadores do PS, aparece na
investigação a Sócrates a discutir com o próprio um processo deste contra o CM.
Não só discute o agendamento do caso como dá o conteúdo da defesa do CM. Arons
oferece-se como um general prussiano que nunca se amotina. Como um joker que
está ali para resolver problemas ao chefe. Exibe um comportamento inaceitável –
mais próximo de um velho coronel nordestino.. Prontifica-se a dar o seu carimbo
de certificação à tese de que há uma perseguição do CM a Sócrates. Se houvesse
vergonha, Arons já teria saído da ERC pelo seu próprio pé. Se houvesse coragem,
os jornalistas já se tinham amotinado contra este guardador. Afinal, é ou não
uma questão essencial saber quem guarda o guarda? (texto do jornalista EDUARDODÂMASO, Diretor-adjunto do Correio da Manhã)
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