Em primeiro lugar, e tal como fiz com os atentados em Londres, Madrid e Paris,
neste blogue não passam notícias sobre os atentados terroristas que estão a
massacrar a Europa, a atemorizar os europeus e a colocar a garantia de
segurança colectiva a que temos direito distante do que todos queremos perante
a passividade dos europeus e dos governos e a incompetência das estruturas
policiais, militares e de investigação, que se revelam incapazes de articularem
uma acção comum de combate ao terrorismo e às novas ameaças que esta nova
guerra do século XXI coloca aos nossos países.
Em segundo lugar “Je ne suis“ coisa nenhuma porque não
alinho na hipocrisia idiota de manifestações populistas e demagógicas de
solidariedade mediática para com quem morreu e que nada resolvem, sobretudo não
devolvem a vida nem combatem o medo e o terror. Não resolveram nada depois do
que se passou em Madrid, entretanto caído no esquecimento; não resolveram nada
depois do que se passou em Londres, entretanto caído no esquecimento; não
resolveram nada depois do que se passou em Paris com o Charlie Hebdo,
entretanto tudo isso caído no esquecimento; não resolveram nada depois do que
se passou em Paris no Bataclan e noutros locais, tudo entretanto quase em veias
de também cair no esquecimento.
Não, comigo essa procissão de idiotices não colhe. Não
acendo vela por ninguém, não coloco flores no chão por ninguém, não medito
sobre nada, não assino declarações nem reivindico nada. Porque tenho as minhas
ideias, muito claras, cada vez mais consolidadas, à medida que constato que o
medo é parceiro inseparável do quotidiano europeu, Recuso slogans que se
repetem, mudando apenas os bonecos, as cidades, os locais do terror e as
causas. Recuso fechar os olhos ao facto de que são os estados europeus
ocidentais e suas empresas, todas deles conhecidas, que vendem armas a
terroristas e vendem-nas sabendo que elas podem gerar um retorno contra os próprios
europeus ou nacionais desses países. Recuso alinhar em prol das tretas em torno
da comunicação social que se acha no direito, quando a segurança colectiva está
ameaçada, de noticiar como quer e quando quer, como se nada de especial se
passasse “lá fora” tentando ignorar que em determinados momentos não há fontes,
nem “cáchas”, nem furos de primeira página, nem exclusivos, etc. A comunicação
social tem responsabilidades acrescidas e tem deveres que nada têm a ver com o
direito à informação ou com a liberdade de informação. Mas quando tudo isso
incorre no risco de colocar em causa a segurança dos cidadãos e ameaçar
operações de investigação muitas vezes em curso, as coisas mudam de figura e a
comunicação social se necessário for tem que responder pelo que não fez e devia
ter feito.
Não sou “Je suis” coisa nenhuma porque tenho um ódio dos
capitalistas que se movem no esgoto e que jogam nos dois tabuleiros ao mesmo
tempo financiando o terrorismo e depois clamando mais eficácia dos governos europeus
no seu combate a esta ameaça global e real.
Não, eu não sou “Je suis” coisa nenhuma porque tenho
medo que Trump, a reboque de toda esta merda que nos tem aterrorizado, seja eleito
Presidente dos EUA. E a partir desse momento não sei o que nos pode acontecer a
todos nós, não sei mesmo.
Não, não sou “Je suis” coisa nenhuma porque acho
que a Europa deve suspender de imediato, e pelo tempo que for necessário, o
espaço Schengen no seu território, porque esta abertura de fronteiras facilita
a circulação de pessoas e alimenta o terrorismo, graças aos egoísmos nacionais
e à incompetências das autoridades. Caso contrário resta que aguardemos o
próximo atentado, as próximas mortes e demais vítimas, as manifestações tontas
do costume, um patético mais do mesmo. Até que um ditador qualquer, à escala
europeia, ou algum, movimento político mais radicalizado comece a emergir perigosamente
no seio das democracias fragilizadas em que vivemos e que não somos capazes de
defender (LFM)
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