sexta-feira, março 25, 2016

Bruxelas colocou em cima da mesa factos concretos: as forças policiais e militares estão a ser devidamente treinadas e preparadas para este terrorismo do século XXI?

Cada vez me convenço mais que as nossas forças policiais e militares - aliás o problema é europeu - não tem havido a preocupação de formar equipas especiais de militares e policiais, especializando-as no combate agressivo ao terrorismo. Mas de uma forma inteligente, pragmática, eficaz, sem hesitações e sem contemplações. O terrorismo, infelizmente, passou a ser uma realidade que faz parte plena do nosso quotidiano. Os métodos das forças policias e militares continuam a ser os mesmos do passado, como se o terrorismo não fosse uma realidade mortal e ameaçadora generalizada, mas antes uma ténue e distante ameaça, possibilidade que se acontecer, atingirá outros países mas nunca o nosso.

Os belgas pensavam assim, durante anos. Os franceses com aquela proa de herdeiros da revolução francesa, da liberdade, da fraternidade e da democracia, estavam convencidos também que isso era problema dos outros. De repente tudo mudou e o terror instalou-se no coração da Europa. Ontem em Bruxelas foi mais uma demonstração disso mesmo. De que tudo mudou e que, das duas uma: ou nos sabemos defender enquanto sociedade colectiva, ou ficaremos cada vez mais vulneráveis, expostos à ameaça que ninguém consegue localizar, entretidos com a dialéctica mediática sobre a liberdade versus terrorismo
Ouvir Holland falar, patético como sempre, com discursos demagógicos e populistas, a pensar mais na sua popularidade pessoal que no contexto em que nos encontramos, dá vontade de rir. De rir com coisas tristes que nos fazem chorar. Por acaso acha o ocidente que resolve os problemas enviando dezenas de aviões de combate para despejarem toneladas de bombas sobre populações e países porque são alegados aliados de movimentos terroristas? Lembram-se da palhaçada das armas de destruição maciça no Iraque? Desapareceram? Ou nunca existiram - e na realidade apenas serviram de pretexto para a merda que ali fizemos e  pelas qual hoje pagamos? Ou quem sabe se alguém agarrou nesses "misseis" e meteu-os pelo traseiro acima. O problema  que ninguém respondeu por esta mentira nem nenhum dos FDP que entraram nesta farsa foi chamado a prestar esclarecimentos. E todos sabemos os nomes desses FDP.
E as empresas ocidentais, algumas delas com negócios negros com os governos, que vendem amas aos terroristas, empresas bem ocidentais, bem francesas, bem inglesas, bem americanas, bem alemães ou italianas, até  algumas bem portuguesas, porque não são penalizadas? Porque não são identificadas, porque não são denunciadas ou alvo de condenação pública se necessário pela via da força e sem contemplações? Sim, por via da força. Quando alguns FDP capitalistas enchem a pança vendendo armas a quem eles sabem que as vão utilizar contra  alvos e  populações inocentes e indefesas, o que é que nos impede de dar cabo dessa corja de FDP capitalistas?
Mas voltando às forças militares e policiais o patético é tanto que chega a ser ridículo. Veja-se este exemplo: depois do episódio rocambolesco da mala abandonada ontem no aeroporto de Lisboa, que provocou a evacuação parcial da infraestrutura, para além de uma operação idiota realizada para protagonismo mediático, foi tomada uma decisão : em vez de 8 passaram a estar 16 os policiais armados a passear e pavonear-se pelos corredores do aeroporto. É ver a cagança deles armados quando passam por entre passageiros e visitantes do aeroporto!
A prevenção, meus senhores, fez-se por via da planificação, identificando potenciais alvos, tentando localizar eventuais ameaças, e fazendo o patrulhamento preventivo não lá dentro, dos aeroportos e das estações de metro, mas controlando os acessos a partir do exterior. Será que algum especialista me pode explicar como é que se controlam terroristas ou ameaças terroristas potenciais depois dos mentores ou protagonistas entrarem numa estrutura movimentada como um metropolitano ou um aeroporto? Sem terroristas não há terrorismo nem actos de terrorismo.
Isto de afirmar, depois de atentados que provocaram dezenas de mortos, que o combate ao terrorismo esbarra com a defesa da liberdade individual nas sociedades é muito lindo mas não passa de teoria. A defesa da sociedade contra estas novas ameaças reais, tem custos e quando a ameaça é tão ameaçadora, sinistra e sem rosto como é o caso, a sociedade no seu todo tem que ceder alguma coisa em nome dessa segurança colectiva, sem que daí resultem males.
Tenho a sensação que os governos europeus, mergulhados na trampa obsessiva do défice e de outras merdas do género - tudo isso devia ser combatido com firmeza quando a nossa segurança colectiva está em causa - estão a desvalorizar o que não deve ser desvalorizado. Porque há um imenso trabalho de natureza social a ser  realizado.
Como é que não querem terrorismo islâmico se os ocidentais continuam a atacar países árabes a que se junta o radicalismo existente nas sociedades europeias que marginalizam emigrantes de origem árabe, colocando-os nas periferias dessas sociedades? Apesar de serem cidadãos de origem árabe nascidos já nos países europeias de acolhimento, não é normal que eles sintam revolta quando lhes é vedado o acesso ao emprego, aos cuidados de saúde, à dignidade pessoal e colectiva, etc?
O que se passa na Bélgica e em Paris com a criação de guettos em bairros sociais - e se falarmos em Lisboa o problema não é o mesmo? - que marginalizam emigrantes, sobretudo as segundas e terceiras gerações que são influenciadas e facilmente desviadas para atitudes de protesto mais radicalizadas,  é ou não esta a causa do terrorismo que se transforma numa cruzada de protesto anti-ocidental, onde se misturam sentimentos religiosos, éticos e mesmo económicos com protestos sociais?
Quando vejo alguns comentadores patetas que acham que esta realidade deve ser encarada com pinças para não colocar princípios elementares das sociedades democráticas ocidentais, o que dizer deste lugar comum que não passa de um chavão sem sentido? É muito fácil dizer asneiradas dessas falando de um estúdio de televisão numa cidade que não foi alvo de ataques terroristas. Basta que um dia Lisboa seja alvo de um sangrento acto terrorista ao mesmo nível e dimensão que se passou em Paris, Londres, Bruxelas, Madrid, etc, um palerma que venha arrotar o que esses comentadores agora arrotam, arriscar-se a levar um arraial de porrada. Bruxelas foi alvo de atentados escassos meses depois do que se passou em Paris e de comprovadamente albergar os mentores e alguns autores dos ataques realizados em França.
reacção dos políticos, monarcas incluídos, é o mais patético: chocados, consternados, lamentando, lamentando-se, quase chorando lágrimas de crocodilo depois do mal feito. Mas o que fizeram eles de concreto enquanto podiam e deviam? Depois admiram-se que Trump tenha todas as possibilidades de ganhar as eleições presidenciais americanas. Pudera. Para que ele tenha a cereja em cima do bolo é estes merdas destes terroristas rebentarem uma bomba qualquer naquele país (LFM)

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