quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Espanha: o blá-blá-blá de um impasse que continua

Em Espanha outro "usurpador" do poder - na lógica ridícula de Passos Coelho - acaba de anunciar um acordo com o partido Cidadãos que não acredito faça a Espanha sair do impasse e da inevitabilidade de eleições antecipadas. A verdade é que o  PSOE, que sempre olhou com receio para a uma solução à portuguesa, recusou ceder a pressões e chantagens do "Bloco espanhol" (Podemos, nascido na Universidade Complutense de Madrid por um grupo de professores de ciência política - leia aquiaqui, aqui e aqui), aposta neste acordo frágil como um engodo para uma eventual abstenção do PP necessária para que o governo socialista passe no Congresso.

É fácil fazer as contas. O PP, que foi o mais votado nas legislativas espanholas e elegeu mais deputados (122) continua a ser determinante para uma solução política. PSOE (90) e Cidadãos (40) mais o deputado da Coligação  Canária garante apenas 131 lugares. O Podemos tem 47 lugares e existem anda mais 40 lugares. Mesmo que se de por adquirido que os bascos do PNV (6) e os deputados (4) do Compromis optem pela abstenção, o PP continua a ser essencial.
Caso contrário o governo do PSOE e do Cidadãos só passa, se o PP - a braços com um novo escândalo de corrupção que já determinou a queda da líder de direita na Comunidade de Madrid e ameaça outras figuras do PP - optar pela abstenção. O que não parece ser, neste momento, o caso, embora Rajoy comece a ser contestado internamente por causa deste novo caso de corrupção - o segundo os últimos anos - havendo mesmo quem o pretenda afastar da liderança. A Europa continua a seguir com alguma diarreia esta situação a que se juntará em breve a Itália... (LFM)

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