sexta-feira, janeiro 22, 2016

Opinião: "As redes sociais não ganham eleições"

As eleições de domingo, tudo o indica, serão uma repetição das últimas presidenciais, onde o vencedor não precisou de ir à segunda volta. Cavaco Silva teve 52,95 % (2.231.603 votos) contra 19,76 % (832.637) de Manuel Alegre e 14,1 (59.4068) de Fernando Nobre. Olhando para os atuais candidatos não custa muito encaixar Marcelo na figura de Cavaco, Nóvoa no papel de Alegre e Maria de Belém no lugar de  Fernando Nobre. Depois parece tudo muito mais incerto, já que em 2011 o candidato do PCP teve mais de 7%, não sendo de esperar que agora o ex-padre madeirense consiga tal façanha, se nos guiarmos pelas sondagens. Marisa Matias, que fez uma campanha inteligente vindo a ganhar simpatia com o decorrer dos dias, terá uma palavra a dizer nesta lista dos penúltimos, juntamente com Henrique Neto.
Quanto à liga dos últimos será curioso perceber se a força das redes sociais não passa disso mesmo no que à política verdadeira, leia-se votar, diz respeito. É que, olhando para o que tem saído nos facebooks e afins, Tino de Rans seria capaz de alcançar um resultado semelhante ou melhor do que o artista José Coelho, o emplastro das últimas eleições. Só que uma coisa é debitar “bitaites” outra é dar-se ao trabalho de ir a uma mesa de voto exercer o seu direito de cidadania. Esta semana fiquei impressionado com a quantidade de pessoas que conheciam algumas máximas do calceteiro que adora televisão e fama. Penso que essas mesmas pessoas talvez só conseguissem recordar-se da tirada de Maria de Belém que, no caso de ser eleita Presidente, afirmou ter a intenção de levar os seus homólogos a jantarem em lares de terceira idade. É quase incompreensível como os seus escudeiros foram capazes de inventar tal tirada.
Mas o fenómeno Tino de Rans veio para ficar, à semelhança do que se passa um pouco por todo o mundo, onde o Brasil é o expoente máximo, em que palhaços são eleitos com uma das maiores votações de sempre. É a vida... (pelo jornalista Vitor Rainho, Jornal I)

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