sexta-feira, outubro 30, 2015

Mania de escrever: Costa foi oportunista, foi aconselhado, tenta sobreviver ou apenas somou 2+2?

O que se passou depois das eleições legislativas de 4 de Outubro continua envolto em mistérios, particularmente o que move as decisões tomadas por António Costa depois de ter sido enxovalhado e derrotado nas legislativas. O mesmo Costa que forçou a demissão de Seguro, que perseguiu durante mais de um ano o ex-líder do PS, por alegadamente ganhar por "poucos". O problema é esse mesmo, é que mesmo ganhando por poucos, António José Seguro ganhou as autárquicas de Setembro de 2013 e as europeias de Maio de 2014. Costa limitou-se a perder - e de que maneira - as eleições de Outubro de 2015.
Afinal o que é que se passou depois da deprimente campanha eleitoral socialista - que começou com a barracada dos cartazes e que nunca conseguiu cativar público, limitando-se o PS a transportar pessoas de um lado para outro em autocarros - e dos resultados das eleições?
António Costa foi oportunista, aproveitando-se do facto de que o Presidente não pode dissolver as Assembleia da República - algo que tenho a certeza absoluta que Cavaco faria se tivesse a possibilidade de dissolver o parlamento? Ou foi aconselhado pela sua corte dirigente que chegada ao poder há pouco tempo, percebeu depois do 4 de Outubro que o "reinado" terminaria abruptamente e de forma inglória? Ou afinal  António Costa está a fazer tudo para garantir a sua sobrevivência política pessoal, tentando ter alguma coisa que "ofereça" aos militantes socialistas quando se realizarem as directas para o congresso e justifique a sua recandidatura. E não é preciso pensar muito: uma coisa é um Costa primeiro-ministro outra coisa é um Costa na oposição depois de copiosamente derrotado nas eleições de 4 de Outubro.
Neste último caso dificilmente terá condições para se  recandidatar. Penso quer Costa apenas somou 2+2, usou abusivamente o facto do parlamento não poder ser dissolvido (artigo 172º nº 1 da Constituição: A Assembleia da República não pode ser dissolvida nos seis meses posteriores à sua eleição, no último semestre do mandato do Presidente da República ou durante a vigência do estado de sítio ou do estado de emergência) e de não se poderem realizar imediatamente eleições. Porque gostem ou não de ouvir é mais do que evidente que nem PCP nem Bloco parecem acreditar muito no PS e em Costa. O que os une é apenas o desejo de afastarem Passos e Portas da governação. Tudo o resto logo se vê, vem por acréscimo (LFM)

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