quarta-feira, setembro 30, 2015

Mania de escrever: notas eleitorais II

- há uns meses atrás era impensável que o PS estivesse à rasca e que a coligação PSD e CDS estivesse a disputa, pelo menos em função das sondagens, a vitória eleitoral. Claro que depois do que aconteceu com as sondagens na Escócia, no Reino Unido, na Grécia, e agora na Catalunha, as pessoas, os partidos, os candidatos precisam de olhar para estes estudos com a cautela e o pragmatismo que eles exigem na certeza de que ninguém ganha eleições com sondagens;
- A que se destinam estas eleições? Eleger deputados que depois serão integrados numa estrutura partidária nacional rígida que não admite veleidades. Aliás falou-se num compromisso a ser assinado pelos candidatos eleitos. Estou desejando de ver que tipo de compromisso vão assinar.
- no caso da RAM o Governo Regional e MA não escondem que lhes interessa, e de que maneira, que a actual coligação no poder liderada pelo PSD nacional continue no poder em Lisboa, na esperança que algumas questões pendentes possam ser resolvidas;
- por outro lado uma colagem excessiva a Passos pode penalizar eleitoralmente. Não é por acaso que Passos se "esqueceu" do PS e de Costa para promover operações de charme diárias dirigida aos reformados, pensionistas, funcionários púbicos, jovens desempregados, no fundo uma parcela significativa da sociedade que foi altamente penalizada e que Passos reconhece que ainda não fez as pazes com os partidos da coligação. E que vai continuar, não duvidemos disso;
- Em causa dois medos diferentes e constantes do discurso político da coligação e do  PS: de um lado o medo de um regresso ao passado socrático e aos governos do PS que a direita responsabiliza pela troika e pela austeridade. Do outro lado, do PS, uma certa lavagem do passado, um branquear de responsabilidades por tudo o que se passou, e apelar ao bom senso das pessoas para a necessidade de um novo ciclo que sustenha a austeridade que não resolve os nossos problemas colectivos;
-a pressão das sondagens sobre o eleitorado é escandalosa e nunca antes vista. Confundem-se metodologias diferentes, confundem-se sondagens com outros estudos de opinião, esconde-se o aumento de indecisos que os resultados evidenciam, todos os dias ou sobe a coligação e desce o PS, ou sobe o PS e desce a coligação. Acredito que a esmagadora maioria dos eleitores não se deixam confundir e que provavelmente já tomaram decisões e fizeram escolhas.

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