sábado, maio 31, 2014

Europeias mostram um novo mapa político do país

Os portugueses foram a votos para escolher os seus representantes no Parlamento Europeu e os resultados obtidos mostram um novo mapa eleitoral do país. Realizaram-se no dia 25 de Maio as eleições para o Parlamento Europeu. Estas eleições registaram a maior taxa de abstenção de sempre: apenas 33.9% dos eleitores foram às urnas, o que significa que a abstenção atingiu os 66.1%. Entre as 3092 freguesias existentes em território nacional, os inscritos nas freguesias do concelho de Murça não exerceram o seu direito de voto, tendo boicotado as eleições. Os eleitores da freguesia de São Saturnino (concelho de Fronteira) foram os mais participativos, pois 64.63% dos 246 inscritos não faltou a este ato eleitoral. Entre as freguesias que votaram, os residentes em Candelária e Feteiras (concelho de Ponta Delgada) foram os mais abstencionistas, pois menos de 10% dos eleitores aí inscritos foram votar.
Os dados divulgados pela Direção Geral da Administração Interna - Administração Eleitoral permitem verificar que a participação eleitoral foi superior nos distritos de Lisboa (37.87%) e Évora (37.77%), sendo os residentes na Região Autónoma dos Açores os menos participativos (19.74%). O PS foi o partido vencedor destas eleições. Recolheu 1 032 895 votos, o que correspondeu a 31.47% do total de votos. A coligação Aliança Portugal (PPD/PSD e CDS), obteve 909 588 votos (27.71%), o PCP-PEV 416 371 (12.68%), o MPT 234 521 (7.14%) e o BE 149 575 (4.56%). Os restantes partidos recolheram, em conjunto, 294 260 votos (8.96%), tendo havido 245 342 votos em branco ou nulos (7.47%).
Relativamente às anteriores Eleições Europeias de 2009, a abstenção aumentou, com o número de votantes a baixar 8%. O BE, por um lado, e o MPT, por outo, protagonizaram as maiores alterações em número de votos, com a perda de 232 mil votos no primeiro caso (baixando 61% face a 2009) e o ganho de 211 mil votos no segundo (subindo 902% face a 2009).
Em termos relativos, a maior variação percentual do número de votos entre as duas últimas eleições ocorreu ainda no PPM, com aumento de 28.5%, no PCTP/MRPP (mais 26.6%) e no PNR (mais 15.2%). O PCP-PEV, com mais 9.7% de votos, também aumentou a sua votação, assim como o PS (mais 9.1%). Pelo contrário, além do BE, a coligação Aliança Portugal e o POUS registaram uma quebra face à eleição anterior, com menos 36.3% e menos 27.6% respetivamente. O PS foi o partido mais votado em 173 dos 308 concelhos do país, tendo sido na freguesia de Negrões (concelho de Montalegre) que obteve a maior percentagem de votos. Nesta freguesia, 79.61% dos 103 votantes deram a vitória a este partido. A coligação PPD/PSD.CDS-PP ganhou em 112 concelhos, tendo sido na freguesia de Boalhosa (concelho de Ponte de Lima) que a votação teve maior expressão, pois recolheu 55 dos 61 votos da freguesia (90.16%). O PCP-PEV foi o partido mais votado em 22 concelhos, tendo obtido maior expressão na União de Freguesias de Alcórrego e Maranhão (concelho de Avis), ao recolher 180 dos 230 votos (78.26%) da freguesia. A análise dos resultados da Direção Geral da Administração Interna permite verificar como a geografia eleitoral se modificou entre as duas eleições europeias e como o rio Tejo continua a constituir uma fronteira natural e política do país. (fonte: Marktest.com, Maio de 2014)