Segundo o jornalista do Correio da Manhã, José
Rodrigues, “os partidos da maioria que suportam o Governo poderão vencer as
próximas eleições para o Parlamento Europeu (PE) no próximo dia 25 de maio,
pese embora a situação de crise que o país atravessa. De facto, segundo uma
sondagem CM/Aximage, o PSD e o CDS coligados obtêm 37,1% das intenções de voto,
contra 35,5% por cento dos socialistas.
Já a CDU fica-se pelos 9,2% e o BE, nos 6,9 %. Mas o fator mais
relevante da sondagem, que foi realizada entre os dias 7 e 10 do corrente mês,
continua a ser a abstenção, que atinge os 60,8 por cento. Embora seja um valor sensivelmente menor do
que o registado nas eleições europeias de 2009, que chegou aos 62,5 %, o certo
é que interfere nos intervalos de confiança das percentagens de votos. Assim, pode dizer-se que em termos práticos as
intenções de voto no PSD/CDS e no PS não se distinguem. (ver texto de opinião director técnico da
sondagem). Em comparação com as europeias de 2009, o PSD e o CDS juntos estão a
descer, de 40,1% em 2009, passam para
37,1 % nesta sondagem. Já o PS está a subir, pois em 2009 conseguiu apenas
26,6%, contra 35,5% neste inquérito de opinião. Os outros dois partidos da
esquerda, em comparação com 2009, estão a descer. A CDU passa de 10,7% para
9,2% e o BE de 10,7 para 6,9%. De registar ainda que, quando questionados sobre
a data de realização das eleições europeias, 64,3 % responderam que não sabiam e só 35,7 % disseram que
sabiam.
FICHA TÉCNICA
Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais
em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.
Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat,
sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do
universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra
teve 601 entrevistas efectivas: 279 a homens e 322 a mulheres; 137 no interior,
251 no litoral norte e 213 no litoral centro sul; 157 em aldeias, 205 em vilas
e 239 em cidades. A proporcionalidade
pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.
Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o
trabalho de campo decorrido nos dias 7 a 10 de Janeiro de 2014, com uma taxa de
resposta de 80,1%.
Erro probabilístico: Para o total de uma amostra
aleatória simples com 601 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção
é 0,020 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 4,00%).
Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e
Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.
OPINIÃO DE JORGE DE SÁ
EUROPEIAS: ELEIÇÕES DE "SEGUNDA DIVISÃO"
Na sondagem das Europeias que o CM publica hoje a taxa
de abstenção atinge o valor de 60,8%, muito alto, por certo, mas mesmo assim
inferior aos 64% de abstenção, esta real, nas eleições europeias de 2009. Decididamente
os portugueses não consideram que as eleições europeias sejam eleições de
primeira importância: quase 2 em cada 3 (64,5%) desconheciam à data da sondagem
que as eleições para o Parlamento Europeu vão ser já dentro de praticamente 5
meses. É claro que quanto mais elevado for o valor da abstenção menor é o
número de votantes e como este número constitui base ao cálculo das
percentagens de intenção de voto em cada partido, as "margens de
erro" destas aumentam consideravelmente. Por exemplo, no caso desta
sondagem, a percentagem da coligação do PSD e do CDS pode variar entre 32,1 e
42,1 e a do PS entre 30,6 e 40,4, o que quer dizer que, com uma probabilidade
equivalente, a coligação PSD/CDS poderia ter 42% e o PS 31% ou PSD/CDS obter
33% e o PS 40%. Uma pequena oscilação do número de abstencionistas provoca
alterações sensíveis a nível dos resultados das sondagens. Tendo em conta que
quase 9 em cada 10 portugueses confiam nas sondagens, torna-se ainda mais
importante alertar para questões técnicas como a exposta”