Li no Jornal I que “a maioria dos portugueses discorda das alternativas
encontradas pelo governo para contornar o chumbo à convergência de pensões.
Mais de 67% defendem que o executivo devia ter seguido outro caminho que não
passasse por mexidas na Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) e
pelo aumento dos descontos dos funcionários públicos para a ADSE. Quase sete em
cada dez inquiridos (67,6%) reagem negativamente à notícia de que as
contribuições para a CES vão começar a partir dos 1000 euros. Os portugueses
não gostaram da opção B de Passos Coelho e 36,5% dizem mesmo que
"discordam totalmente" das novas medidas, que permitirão encaixar os
388 milhões correspondentes à opção inicial. Por outro lado, apenas 18,5% dos inquiridos
dão luz verde às alternativas desenhadas pelo governo. Confrontados com outros
cenários para fazer face ao buraco nas contas públicas que resultou do chumbo à
convergência das pensões, os inquiridos são maioritariamente favoráveis a uma
mexida que incida sobre a classe política. 86,8% defendem uma redução "em
50%" do número de deputados à Assembleia da República, mesmo que isso
implique uma quebra significativa na representatividade dos pequenos partidos.
A medida obrigaria a uma revisão da Constituição, que prevê um número mínimo de
180 deputados. Actualmente são 230. Na segunda opção mais escolhida defende-se
que os juízes do Tribunal Constitucional voltem a chumbar a alternativa do
governo ao plano inicial - solução que reconduziria ao recomeço de todo o
processo. Aquilo que os portugueses menos querem é ver um aumento de seis
cêntimos por litro na gasolina e no gasóleo, permitindo que o governo
compensasse o valor em falta com as receitas conseguidas pela via fiscal sobre
os combustíveis. Há quase uma inversão face à primeira alternativa, sendo,
neste caso, 81,2% manifestamente contra uma subida dos preços praticados nos
postos de abastecimento”