terça-feira, novembro 26, 2013

Portugal já garantiu mais de 90% do financiamento da troika



Li no Económico que “com a conclusão das oitava e nona avaliações e a libertação da respectiva tranche de financiamento, o dinheiro da troika ficará quase todo entregue. A apenas três avaliações de concluir o programa de ajustamento acordado com a troika de credores - Comissão Europeia, FMI e BCE - Portugal ficará com acesso garantido a mais de 90% do financiamento previsto no âmbito do resgate. De acordo com os dados do relatório da Comissão Europeia sobre as duas últimas avaliações (que foram conjuntas), Portugal já fez o suficiente para receber 72 mil milhões de euros, de um pacote total inicialmente definido nos 78 mil milhões. Na prática, o dinheiro a receber será um pouco mais elevado, uma vez que a parte do FMI foi acordada na moeda própria do Fundo (os direitos especiais de saque) que se valorizou face ao euro. Quando o dinheiro da troika chegar ao fim, Portugal terá de encontrar forma de se continuar a financiar. O relatório da Comissão Europeia adianta que o Tesouro português tem financiamento garantido até meados do próximo ano e que, se usar a "significativa almofada de liquidez" que foi construindo ao longo da implementação do ajustamento (que atingiu quase 15 mil milhões de euros no final de Setembro) "pode estender ainda mais o período coberto". De qualquer forma, subsistem um conjunto de riscos que podem fazer crescer as necessidades de financiamento e encurtar essa margem de manobra: "Há riscos consideráveis em relação às finanças públicas, que podem resultar de derrapagens orçamentais e de perdas potenciais nas empresas públicas", avisam os peritos da Comissão. Assim sendo, "olhando para o período pós-programa, é essencial restaurar o acesso ao mercado, tendo em conta o volume de amortizações que se concentra na segunda metade de 2014", conclui o relatório de Bruxelas. A pressionar o Tesouro nacional está a necessidade de amortizar uma linha de Obrigações do Tesouro em Outubro, de cerca de 7,8 mil milhões de euros”