fonte: Expresso
sábado, novembro 30, 2013
Desemprego: Quebra da taxa não está a favorecer os mais prejudicados
Escreve o Jornal I num texto do jornaliusta Filipe Paiva Cardoso que "os salários baixos e aumento da taxa de desemprego jovem continuam a marcar as tendências do mercado laboral português. A reestruturação da economia portuguesa posta em prática pela troika e pelo governo PSD/CDS continua a assentar na redução generalizada do valor do emprego em Portugal. A taxa de desemprego, depois de atingir o pico, viveu o oitavo mês consecutivo de quebra em Outubro, reduções alimentadas pelos empregos que pagam no máximo o salário mínimo - 485 euros brutos por mês. Além disso, o grande flagelo do desemprego jovem continua sem controlo. Desde que a troika chegou a Portugal e que o actual executivo entrou em funções, o total de trabalhadores no país que ganham o salário mínimo nacional saltou 13%, um aumento de quase 70 mil profissionais, havendo hoje 590 mil trabalhadores que não ganham mais que aquele valor. No lado oposto, nos salários acima de 1800 euros brutos mensais, a queda já superou os 26% até Agosto último. Segundo os dados ontem divulgados pelo Eurostat, Portugal fechou o mês de Outubro com uma taxa de desemprego de 15,7%, valor que compara com os 16,9% de Outubro do ano passado e os 15,8% registados em Setembro deste ano. Apesar da melhoria registada nos últimos oito meses na taxa global, certo é que os jovens continuam condenados a não ter perspectivas: o desemprego entre os menores de 25 anos aumentou em Outubro para 36,5%, depois dos 36,2% registados em Setembro. O valor agora divulgado, contudo, está abaixo dos 38,9% registados em Outubro do ano passado, segundo o Eurostat. Ao longo deste ano, e à medida que o Instituto Nacional de Estatística foi divulgando os seus dados sobre a evolução do desemprego no país, as estatísticas demonstraram que a criação de emprego em Portugal tem sido obtida sobretudo nos trabalhos com remuneração de menos de 310 euros mensais, que entre Agosto de 2012 e o mesmo mês deste ano deu um salto de 5,2%, segundo avançou então o Dinheiro Vivo - criação de mais 8 mil destes empregos. Um outro aspecto a ter em conta na recuperação do emprego em Portugal é o ano bastante positivo que o sector do turismo está a viver, ainda a beneficiar do efeito Primavera Árabe. A criação de emprego sazonal tem sido um dos principais factores a explicar as quedas recentes do desemprego, aguardando-se o comportamento desta taxa nos próximos meses para entender melhor em que nível irá estabilizar. Os números do Eurostat mostram ainda que a zona euro apresentava em Outubro uma taxa de desemprego de 12,1%, contra os 11,7% no mesmo mês do ano passado. Já o desemprego jovem na moeda única está nos 24,4%, acima dos 23,7% de 2012".
O mapa mais preocupante da Europa: o do desemprego
Dados do Eurostat referentes a outubro. Desemprego em Portugal volta a cair. Agora pelo oitavo mês consecutivo. Na zona euro cai para 12,1% (Dinheiro Vivo)
Portugal já tem quase meio milhão de jovens que não estudam nem trabalham
Segundo o Público, num texto da jornalista Raquel Martins, "são os chamados “nem-nem”. Jovens entre os 15 e os 34 anos que não têm emprego, não estudam, nem estão em formação. De 2008 para cá, há mais 92 mil nesta situação. Liliana Vieira, 27 anos, deixou o 10.º ano a meio. Não trabalha, nem estuda, nem frequenta qualquer acção de formação. Faz parte da geração “nem-nem” que em Portugal somava, no final de 2012, 435 mil jovens, o número mais elevado dos últimos anos, e que no fim de Setembro subiu para os 450 mil. Têm entre 15 e 34 anos e, ao contrário do que seria de esperar, não estão na escola, mas também não conseguem entrar no mercado de trabalho. Estão, literalmente, desocupados. Em alguns casos, interrompem o ciclo e fazem biscates ou trabalhos precários. Depois voltam ao mesmo. Todos sentem que estão a ser esquecidos e desperdiçados. Para todos, os dias parecem intermináveis. Liliana deixou a escola para curar uma depressão. Numa altura em que no comércio não faltava trabalho, foi adiando o regresso às salas de aula. Trabalhou numa loja de artesanato, num cabeleireiro, em lojas de decoração e de pronto-a-vestir. Nunca por mais de seis meses. A última tentativa de emprego foi há duas semanas. Três dias à experiência num café. No anúncio prometiam três dias de formação, mas afinal queriam alguém que não precisasse dela. Liliana passa a maior parte dos dias em casa. Vê televisão, está atenta às ofertas de emprego, envia currículos e espera que alguém ligue para uma entrevista de emprego. Já foi a várias. A conversa é sempre a mesma: não tem qualificações suficientes ou falta-lhe experiência. O salário nunca foi além do mínimo. Não tem direito a subsídio de desemprego porque nunca trabalhou 12 meses seguidos. Tal como Liliana, mais de metade dos “nem-nem” completaram apenas o ensino básico. Os restantes 29% têm o secundário e 17% têm no mínimo o curso superior. Quem deixou a escola a meio corre mais riscos de entrar neste vazio e de lá permanecer por mais tempo. Massimiliano Mascherini, coordenador do relatório sobre o fenómeno dos “nem-nem” (a que os técnicos chamam NEET, acrónimo da expressão inglesa Young People Neither in Employment nor in Education and Training) divulgado no ano passado pela Comissão Europeia, alerta que a geração do “vazio” é bastante heterogénea. Contudo, “alguns jovens correm um risco mais elevado de se tornarem NEET do que outros”. “Os jovens que abandonam o seu percurso escolar têm mais probabilidade de cair nesta situação. Quem tem um baixo nível de instrução tem três vezes mais probabilidades de se tornar NEET do que os que têm um curso superior”, realçou numa conversa telefónica a partir de Dublin, onde está a sede do Eurofound, instituição que elaborou o relatório.Nuno Almeida Alves, sociólogo que acompanha a problemática do desemprego jovem, acrescenta que o seu aumento, também entre a categoria dos “nem-nem”, se deve às dificuldades de transição para o mercado de trabalho e para a vida adulta. Há uns anos, o problema na Europa e em Portugal era residual. Agora, alerta, ameaça tornar-se estrutural.
Alheados da política
Em 2012, a Europa apresentava uma taxa de NEET de 13,2% para os mais jovens e de 20,6% para a faixa etária dos 25 aos 34 anos. Os países nórdicos, nomeadamente a Holanda, são os que apresentam taxas mais baixas. Portugal está nos primeiros dez lugares da tabela e faz parte do grupo de países como a Espanha em que a taxa de NEET foi muito influenciada pelo aumento do desemprego associado à crise. “São pessoas que, mesmo tendo formação, não conseguiram entrar no mercado de trabalho. Estão desencorajadas. E não estamos a contar aqui com os jovens em situação de emprego precário e subemprego que não se podem dar ao luxo de ser NEET. Têm de sobreviver”, realça o investigador do Instituto de Ciências Sociais do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa). O problema é que à medida que o tempo passa, quem está no vazio vai vendo a vida passar e, pouco a pouco, como diz Massimiliano Marcherini, vai surgindo “uma cicatriz” que se torna cada vez mais visível e que deixa estes jovens “alheados da política, e da participação cívica”, e com reduzidos níveis de autoconfiança e altos níveis de frustração, dificultando a sua saída dessa situação
"Não somos preguiçosos nem piegas"
É dessa frustração que fala António (nome fictício), 25 anos. Terminou o mestrado em Engenharia Civil em 2011 e desde então a sua experiência no mercado de trabalho resumiu-se a um estágio de nove meses. “Cada dia que se abre o email, se correm os sites de emprego e no final nada se vê, é mais um dia que contribui para aumentar a nossa frustração”, conta num testemunho escrito que enviou ao PÚBLICO. Depois do estágio já foi a várias entrevistas de emprego, mas quando chega o momento decisivo, António identifica dois problemas recorrentes: ou a empresa pretende um estágio apoiado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP ) e ele não preenche os requisitos para se recandidatar, ou oferece salários que rondam os 600 euros, insuficientes para quem precisa de mudar de cidade para trabalhar. Concorreu a bolsas de investigação, ficou em primeiro lugar em duas delas, que acabaram por não se concretizar por falta de verba. Emigrar não está para já nos seus planos, mas não afasta a hipótese de voltar a estudar e “começar de novo”. “Não somos preguiçosos nem piegas. Muitos de nós trabalharam e fizeram a sua parte com distinção para, no final, ficar apenas a frustração de tanto trabalho e potencial desperdiçado”, diz António, que receia nunca alcançar o “futuro prometido”. Tiago Roça, 23 anos, terminou o mestrado em Educação Física antes do Verão, e ainda acredita nesse futuro. Tem enviado currículos, já foi a várias entrevistas mas, confessa, tem sido muito selectivo. “Para já não quero começar fora da minha área”, e também tem recusado part-times que considera mal remunerados que têm aparecido na sua área. Em Janeiro começa uma formação de inglês e em Maio vai candidatar-se para dar aulas. Até essa prova de fogo, mantém-se optimista e recusa baixar os braços. Se for preciso, emigra. Mas para já será a última solução. David Justino, ex-ministro da Educação, entende bem as expectativas defraudadas de que fala António e realça a perda que representa para o país ter quase meio milhão de jovens neste vazio. “Cada aluno que sai do ensino superior custa ao Estado 90 a 100 mil euros em termos médios. Sem contar com o investimento que as famílias fizeram. Veja o que estamos a desperdiçar”, indigna-se. “Temos mais gente, mais bem qualificada e as oportunidades não correspondem. Andámos durante muito tempo a criar falsas oportunidades. Agora estamos sem qualquer oportunidade”, frisa em declarações ao PÚBLICO. A solução é apenas uma, defende: crescimento económico. Massimiliano Mascherini vai mais longe: “Neste momento precisamos de qualquer tipo de emprego, seja ele subsidiado ou precário. No longo prazo temos de pensar na qualidade do emprego.
Regressar a casa dos pais
De acordo com o Eurofound, em 2011, os prejuízos económicos resultantes da desvinculação dos jovens do mercado de trabalho foram de 153 mil milhões de euros. É uma estimativa prudente e correspondia a 1,2% do PIB europeu. Em Portugal, o fenómeno dos “nem-nem” é mais expressivo entre os jovens adultos, dos 25 aos 34 anos, com uma taxa 18,9%, acima da média de 16,8%. Para a geração mais nova, dos 15 aos 24 anos, a taxa desce para 14,1%. Entre estes jovens adultos, uns nunca saíram da casa dos pais, outros tiveram de voltar quando o desemprego lhes bateu à porta. Andreia (nome fictício), professora contratada, viu-se obrigada, aos 31 anos, a regressar a casa dos pais. O que mais a incomoda? “Estar presa em casa com um subsídio de desemprego, quando podíamos estar a trabalhar, na fase mais activa da nossa vida”, diz ao PÚBLICO. Custa-lhe ver os amigos a abandonar o país e diz que mais tarde ou mais cedo será ela também a ir para fora. Mas na realidade, estes “nem-nem” já estão fora. Fora do mercado de trabalho, da escola, da formação. Parece que não há um lugar onde os colocar. Uma das conclusões a que o Eurofound chega é preocupante. Depois de analisar os dados estatísticos, os investigadores concluíram que ser NEET – ou na gíria “nem-nem” – traz “consequências negativas graves para o indivíduo, a sociedade e a economia”. E concretizam que os períodos passados nessa condição podem conduzir “a um largo espectro de problemas sociais, como isolamento, trabalho precário e mal remunerado, criminalidade juvenil e patologias mentais e físicas”. Mas, acima de tudo, é a vida que pára. Liliana, por exemplo, não consegue olhar para o futuro e ver quando poderá sair da casa dos pais para fazer a sua própria vida"
Alheados da política
Em 2012, a Europa apresentava uma taxa de NEET de 13,2% para os mais jovens e de 20,6% para a faixa etária dos 25 aos 34 anos. Os países nórdicos, nomeadamente a Holanda, são os que apresentam taxas mais baixas. Portugal está nos primeiros dez lugares da tabela e faz parte do grupo de países como a Espanha em que a taxa de NEET foi muito influenciada pelo aumento do desemprego associado à crise. “São pessoas que, mesmo tendo formação, não conseguiram entrar no mercado de trabalho. Estão desencorajadas. E não estamos a contar aqui com os jovens em situação de emprego precário e subemprego que não se podem dar ao luxo de ser NEET. Têm de sobreviver”, realça o investigador do Instituto de Ciências Sociais do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa). O problema é que à medida que o tempo passa, quem está no vazio vai vendo a vida passar e, pouco a pouco, como diz Massimiliano Marcherini, vai surgindo “uma cicatriz” que se torna cada vez mais visível e que deixa estes jovens “alheados da política, e da participação cívica”, e com reduzidos níveis de autoconfiança e altos níveis de frustração, dificultando a sua saída dessa situação
"Não somos preguiçosos nem piegas"
É dessa frustração que fala António (nome fictício), 25 anos. Terminou o mestrado em Engenharia Civil em 2011 e desde então a sua experiência no mercado de trabalho resumiu-se a um estágio de nove meses. “Cada dia que se abre o email, se correm os sites de emprego e no final nada se vê, é mais um dia que contribui para aumentar a nossa frustração”, conta num testemunho escrito que enviou ao PÚBLICO. Depois do estágio já foi a várias entrevistas de emprego, mas quando chega o momento decisivo, António identifica dois problemas recorrentes: ou a empresa pretende um estágio apoiado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP ) e ele não preenche os requisitos para se recandidatar, ou oferece salários que rondam os 600 euros, insuficientes para quem precisa de mudar de cidade para trabalhar. Concorreu a bolsas de investigação, ficou em primeiro lugar em duas delas, que acabaram por não se concretizar por falta de verba. Emigrar não está para já nos seus planos, mas não afasta a hipótese de voltar a estudar e “começar de novo”. “Não somos preguiçosos nem piegas. Muitos de nós trabalharam e fizeram a sua parte com distinção para, no final, ficar apenas a frustração de tanto trabalho e potencial desperdiçado”, diz António, que receia nunca alcançar o “futuro prometido”. Tiago Roça, 23 anos, terminou o mestrado em Educação Física antes do Verão, e ainda acredita nesse futuro. Tem enviado currículos, já foi a várias entrevistas mas, confessa, tem sido muito selectivo. “Para já não quero começar fora da minha área”, e também tem recusado part-times que considera mal remunerados que têm aparecido na sua área. Em Janeiro começa uma formação de inglês e em Maio vai candidatar-se para dar aulas. Até essa prova de fogo, mantém-se optimista e recusa baixar os braços. Se for preciso, emigra. Mas para já será a última solução. David Justino, ex-ministro da Educação, entende bem as expectativas defraudadas de que fala António e realça a perda que representa para o país ter quase meio milhão de jovens neste vazio. “Cada aluno que sai do ensino superior custa ao Estado 90 a 100 mil euros em termos médios. Sem contar com o investimento que as famílias fizeram. Veja o que estamos a desperdiçar”, indigna-se. “Temos mais gente, mais bem qualificada e as oportunidades não correspondem. Andámos durante muito tempo a criar falsas oportunidades. Agora estamos sem qualquer oportunidade”, frisa em declarações ao PÚBLICO. A solução é apenas uma, defende: crescimento económico. Massimiliano Mascherini vai mais longe: “Neste momento precisamos de qualquer tipo de emprego, seja ele subsidiado ou precário. No longo prazo temos de pensar na qualidade do emprego.
Regressar a casa dos pais
De acordo com o Eurofound, em 2011, os prejuízos económicos resultantes da desvinculação dos jovens do mercado de trabalho foram de 153 mil milhões de euros. É uma estimativa prudente e correspondia a 1,2% do PIB europeu. Em Portugal, o fenómeno dos “nem-nem” é mais expressivo entre os jovens adultos, dos 25 aos 34 anos, com uma taxa 18,9%, acima da média de 16,8%. Para a geração mais nova, dos 15 aos 24 anos, a taxa desce para 14,1%. Entre estes jovens adultos, uns nunca saíram da casa dos pais, outros tiveram de voltar quando o desemprego lhes bateu à porta. Andreia (nome fictício), professora contratada, viu-se obrigada, aos 31 anos, a regressar a casa dos pais. O que mais a incomoda? “Estar presa em casa com um subsídio de desemprego, quando podíamos estar a trabalhar, na fase mais activa da nossa vida”, diz ao PÚBLICO. Custa-lhe ver os amigos a abandonar o país e diz que mais tarde ou mais cedo será ela também a ir para fora. Mas na realidade, estes “nem-nem” já estão fora. Fora do mercado de trabalho, da escola, da formação. Parece que não há um lugar onde os colocar. Uma das conclusões a que o Eurofound chega é preocupante. Depois de analisar os dados estatísticos, os investigadores concluíram que ser NEET – ou na gíria “nem-nem” – traz “consequências negativas graves para o indivíduo, a sociedade e a economia”. E concretizam que os períodos passados nessa condição podem conduzir “a um largo espectro de problemas sociais, como isolamento, trabalho precário e mal remunerado, criminalidade juvenil e patologias mentais e físicas”. Mas, acima de tudo, é a vida que pára. Liliana, por exemplo, não consegue olhar para o futuro e ver quando poderá sair da casa dos pais para fazer a sua própria vida"
Falha informática pode pôr em causa meta do Governo quanto a receita de dívidas fiscais
A meta do Governo para arrecadar 700 milhões de euros de receita em dívidas ao fisco pode estar comprometida. O alerta é feito à Antena1 pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, Paulo Ralha. Em causa está uma falha no programa informático de regularização de dívidas. Paulo Ralha afirma que o problema já poderia estar resolvido e aponta a má vontade da secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais. “Só assim se compreende que ele persista num momento tão importante, em que necessitam de arrecadar 700 milhões de euros. Este problema foi identificado há muito tempo”, refere o sindicalista. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos teme que a situação se complique com o aproximar da data limite do ‘perdão fiscal’ concedido pelo Governo a particulares e empresas com dívidas ao fisco, e que haja uma maior afluência dos contribuintes às repartições de Finanças. A Antena 1 sabe que há uma repartição em Gaia que está a recusar os processos dos contribuintes alegando não ter programa informático para os receber (veja aqui o video da RTP)
NYT: Em Portugal, há burros de carga que sobrevivem com subsídios
Segundo o Negócios, num texto da jornalista Carla Pedro, "o burro mirandês chega hoje à primeira página da edição internacional do “The New York Times”, onde o jornal faz um paralelismo entre o destino desta espécie, que sobrevive com subvenções da União Europeia, e as populações dos países periféricos que se viram em apuros e também precisaram de ajuda. “Não é fácil ser burro hoje em dia”. É assim que arranca o texto publicado hoje no “The New York Times” e que dá o mote ao tema principal: o burro mirandês, espécie protegida em Portugal, que consegue sobreviver à conta de subsídios europeus. Recordando que esta espécie sofreu décadas de negligência, a reportagem sublinha que o destino destes burros “acabou por se assemelhar ao dos seus congéneres humanos nas desfavorecidas regiões europeias do interior: ameaçados de extinção e dependentes, para sobreviverem de, sim, de subsídios da União Europeia”.
São esses mesmos subsídios – que estão agora em debate, em plena época de austeridade, no âmbito dos apoios europeus às regiões agrícolas – que têm ajudado à sobrevivência do burro mirandês, que desde 2003 que é considerado uma espécie ameaçada, escreve o jornalista Raphael Minder, que esteve na freguesia de Paradela – concelho de Miranda do Douro – a observar estes “animais dóceis”. E as ajudas têm surtido efeito. Graças aos esforços de associações, veterinários e ambientalistas, a população do burro mirandês está actualmente estabilizada em torno de 800, sublinha o “NYT”. Numa altura em que os jovens continuam a migrar das zonas rurais para as urbanas, os burros têm estado também sob essa renovada ameaça: os agricultores que cuidam desta espécie estão a ficar demasiado idosos para o continuarem a fazer. Daí que as associações de protecção se tenham tornado também tão importantes nesta missão. Só a AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino tem ao seu cuidado 140 burros mirandeses. O seu director, Miguel Nóvoa, que é igualmente veterinário, recorda ao “NYT” que até há muito pouco tempo esta espécie “estava em vias de extinção”.
Actualmente, os agricultores recebem 230 dólares de subsídio por cada burro mirandês, o que os levou a manterem os seus animais. “Sem esses subsídios, não faria qualquer sentido, em termos económicos, manter os meus burros, apesar de estar bastante ligado a eles”, comentou ao jornal Gonçalo Domingues, que conta com 70 anos e dois animais desta espécie. Mas mesmo com as subvenções, é o amor que tem falado mais alto, uma vez que cada burro mirandês tem um custo anual de 650 dólares, salientam alguns peritos ao “The New York Times”. “Os agricultores têm agora os burros mais por amor do que pelos subsídios”, diz Javier Navas, veterinário que está a preparar na Universidade de Córboba, em Espanha, uma tese de doutoramento sobre burros - que contam com 53 raças diferentes em toda a Europa"
São esses mesmos subsídios – que estão agora em debate, em plena época de austeridade, no âmbito dos apoios europeus às regiões agrícolas – que têm ajudado à sobrevivência do burro mirandês, que desde 2003 que é considerado uma espécie ameaçada, escreve o jornalista Raphael Minder, que esteve na freguesia de Paradela – concelho de Miranda do Douro – a observar estes “animais dóceis”. E as ajudas têm surtido efeito. Graças aos esforços de associações, veterinários e ambientalistas, a população do burro mirandês está actualmente estabilizada em torno de 800, sublinha o “NYT”. Numa altura em que os jovens continuam a migrar das zonas rurais para as urbanas, os burros têm estado também sob essa renovada ameaça: os agricultores que cuidam desta espécie estão a ficar demasiado idosos para o continuarem a fazer. Daí que as associações de protecção se tenham tornado também tão importantes nesta missão. Só a AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino tem ao seu cuidado 140 burros mirandeses. O seu director, Miguel Nóvoa, que é igualmente veterinário, recorda ao “NYT” que até há muito pouco tempo esta espécie “estava em vias de extinção”.
Actualmente, os agricultores recebem 230 dólares de subsídio por cada burro mirandês, o que os levou a manterem os seus animais. “Sem esses subsídios, não faria qualquer sentido, em termos económicos, manter os meus burros, apesar de estar bastante ligado a eles”, comentou ao jornal Gonçalo Domingues, que conta com 70 anos e dois animais desta espécie. Mas mesmo com as subvenções, é o amor que tem falado mais alto, uma vez que cada burro mirandês tem um custo anual de 650 dólares, salientam alguns peritos ao “The New York Times”. “Os agricultores têm agora os burros mais por amor do que pelos subsídios”, diz Javier Navas, veterinário que está a preparar na Universidade de Córboba, em Espanha, uma tese de doutoramento sobre burros - que contam com 53 raças diferentes em toda a Europa"
Espanha: "A PARTIR DE ESTA CANTIDAD, SOMOS MÁS INFELICES"
Escreve o Expansion que "el dinero sólo puede comprar la felicidad de un país hasta los 26.600 euros de renta per cápita. Es cierto el axioma de que el dinero da la felicidad? El grado de satisfacción de un país depende del nivel de riqueza de la población, pero sólo hasta una cierta cantidad, a partir de la cual las personas comienzan a ser infelices. Esta zona óptima de felicidad o "punto dulce" como lo han denominado los científicos, estaría en torno a los 26.600 euros anuales de PIB per cápita. Qué grado de desarrollo económico nos hace felices? Los economistas han dado por primera vez respuesta a esta pregunta: cuál es la medida de bienestar material para alcanzar la felicidad. Es más, han descubierto que el grado de satisfacción ante la vida está cayendo entre los habitantes de los países más ricos del mundo. Los políticos, por lo general, siempre han buscado un grado de desarrollo económico óptimo para que los ciudadanos estén cómodos en la sociedad en la que viven.
Por eso no dejan de sucederse las investigaciones que estudian dónde se encuentra la conexión entre riqueza nacional y niveles de felicidad en la población: una cuestión que todavía es objeto de un amplio debate entre los economistas. Un estudio angloamericano publicado en el último número de la revista científica PLOS One ha confirmado el supuesto de que el grado de satisfacción de los habitantes de los países más pobres del mundo se eleva conforme lo hace su nivel de riqueza y aumentan las oportunidades de cubrir sus necesidades básicas. Pero también han constatado que a partir de un cierto punto de renta per cápita, el grado de satisfacción alcanza máximos y después comienza a decaer ligeramente en los países más ricos. Los investigadores, liderados por los economistas Eugenio Proto, del Centro de Ventajas Competitivas en la Economía Global (CAGE, en sus siglas inglesas), perteneciente al Departamento de Económicas de la Universidad de Warmick, en Reino Unido, y Aldo Dustichini, de la Universidad de Minnesota, en Estados Unidos, han descubierto que una vez se alcanza un determinado nivel económico, la sociedad empieza a ser infeliz. Este punto máximos, según estos expertos, estaría en torno a 36.000 dólares anuales de PIB nominal per cápita (pp): 26.561 euros.
Los investigadores analizaron las estadísticas de más de 50 países integrantes de la Encuesta Mundial de valores (WVS, en sus siglas inglesas) realizada entre 2010 y 2012, que cruzaron con los datos del PIB ajustados a valores de paridad de poder adquisitivo (PPA), es decir, tuvieron en cuenta el valor del tipo de cambio de cada divisa para establecer la media. Cuantas más aspiraciones económicas, más insatisfacción De acuerdo a los últimos datos analizados, en Reino Unido, país que ponen como ejemplo, el PIB nominal ajustado según el índice PPA es de aproximadamente unos 37.000 dólares (27.299 euros). Y los expertos han comprobado que la felicidad de los británicos ya ha empezado a decaer: "Cuanto más dinero hay en un país, más crecen las expectativas de consumo", concluyen, "lo que sugiere que se crea más infelicidad ya que las personas empiezan a sentirse desgraciadas al tener que perseguir unas expectativas de vida más altas". El esfuerzo de guardar las apariencias "Para los Gobiernos es fundamental encontrar el nivel de riqueza necesario para hacer feliz a un país", señala Proto. "La ejecución de muchas de las políticas económicas, incluidas la de Gran Bretaña, están centradas en mejorar los índices oficiales de riqueza". Sin embargo, "cuanto más rico es un país, más infeliz es la población por el esfuerzo que supone mantener el estatus y guardar las apariencias", concluye este economista.
"Nuestro análisis contiene un hallazgo muy sorprendente que no se había publicado hasta ahora: que la satisfacción vital comienza a descender a partir de un determinado nivel de riqueza: en torno a 26.000 euros de PIB nominal". Los investigadores han llamado brecha de aspiraciones a este punto de inflexión: la diferencia entre los ingresos reales y los que nos gustaría tener. Cifras de PIB nominal superiores a esta cantidad socavan las expectativas de felicidad en una sociedad determinada. En el estudio se demostró que el porcentaje de habitantes de un país con un PIB per cápita inferior a 6.700 dólares (4.943 euros) que podían considerarse como "felices" era un 12% menor que los ciudadanos de países en los que este indicador oscilaba alrededor de los 18.000 dólares (13.280 euros). Sin embargo, en 11 de los países analizados cuyo PIB pp estaba en torno a 20.400 dólares (15.051 euros), el incremento de los niveles de felicidad era menos obvio. Y entre este último nivel y el más alto -54.000 dólares (39.841 euros)-, la probabilidad de declararse en el máximo nivel de felicidad era menor de un 2% (ver imagen). Los hallazgos del estudio, señalan los investigadores, corroboran la paradoja del progreso de Easterlin, la cual refuta la teoría tradicional económica que da por hecho que cuanto mayor es la renta de alguien, más contento está con su vida".
Por eso no dejan de sucederse las investigaciones que estudian dónde se encuentra la conexión entre riqueza nacional y niveles de felicidad en la población: una cuestión que todavía es objeto de un amplio debate entre los economistas. Un estudio angloamericano publicado en el último número de la revista científica PLOS One ha confirmado el supuesto de que el grado de satisfacción de los habitantes de los países más pobres del mundo se eleva conforme lo hace su nivel de riqueza y aumentan las oportunidades de cubrir sus necesidades básicas. Pero también han constatado que a partir de un cierto punto de renta per cápita, el grado de satisfacción alcanza máximos y después comienza a decaer ligeramente en los países más ricos. Los investigadores, liderados por los economistas Eugenio Proto, del Centro de Ventajas Competitivas en la Economía Global (CAGE, en sus siglas inglesas), perteneciente al Departamento de Económicas de la Universidad de Warmick, en Reino Unido, y Aldo Dustichini, de la Universidad de Minnesota, en Estados Unidos, han descubierto que una vez se alcanza un determinado nivel económico, la sociedad empieza a ser infeliz. Este punto máximos, según estos expertos, estaría en torno a 36.000 dólares anuales de PIB nominal per cápita (pp): 26.561 euros.
Los investigadores analizaron las estadísticas de más de 50 países integrantes de la Encuesta Mundial de valores (WVS, en sus siglas inglesas) realizada entre 2010 y 2012, que cruzaron con los datos del PIB ajustados a valores de paridad de poder adquisitivo (PPA), es decir, tuvieron en cuenta el valor del tipo de cambio de cada divisa para establecer la media. Cuantas más aspiraciones económicas, más insatisfacción De acuerdo a los últimos datos analizados, en Reino Unido, país que ponen como ejemplo, el PIB nominal ajustado según el índice PPA es de aproximadamente unos 37.000 dólares (27.299 euros). Y los expertos han comprobado que la felicidad de los británicos ya ha empezado a decaer: "Cuanto más dinero hay en un país, más crecen las expectativas de consumo", concluyen, "lo que sugiere que se crea más infelicidad ya que las personas empiezan a sentirse desgraciadas al tener que perseguir unas expectativas de vida más altas". El esfuerzo de guardar las apariencias "Para los Gobiernos es fundamental encontrar el nivel de riqueza necesario para hacer feliz a un país", señala Proto. "La ejecución de muchas de las políticas económicas, incluidas la de Gran Bretaña, están centradas en mejorar los índices oficiales de riqueza". Sin embargo, "cuanto más rico es un país, más infeliz es la población por el esfuerzo que supone mantener el estatus y guardar las apariencias", concluye este economista.
"Nuestro análisis contiene un hallazgo muy sorprendente que no se había publicado hasta ahora: que la satisfacción vital comienza a descender a partir de un determinado nivel de riqueza: en torno a 26.000 euros de PIB nominal". Los investigadores han llamado brecha de aspiraciones a este punto de inflexión: la diferencia entre los ingresos reales y los que nos gustaría tener. Cifras de PIB nominal superiores a esta cantidad socavan las expectativas de felicidad en una sociedad determinada. En el estudio se demostró que el porcentaje de habitantes de un país con un PIB per cápita inferior a 6.700 dólares (4.943 euros) que podían considerarse como "felices" era un 12% menor que los ciudadanos de países en los que este indicador oscilaba alrededor de los 18.000 dólares (13.280 euros). Sin embargo, en 11 de los países analizados cuyo PIB pp estaba en torno a 20.400 dólares (15.051 euros), el incremento de los niveles de felicidad era menos obvio. Y entre este último nivel y el más alto -54.000 dólares (39.841 euros)-, la probabilidad de declararse en el máximo nivel de felicidad era menor de un 2% (ver imagen). Los hallazgos del estudio, señalan los investigadores, corroboran la paradoja del progreso de Easterlin, la cual refuta la teoría tradicional económica que da por hecho que cuanto mayor es la renta de alguien, más contento está con su vida".
Espanha: "SÓLO 4 AUTONOMÍAS SUPERAN LOS 26.600 EUROS DE RENTA PER CÁPITA"
Li no Expansion que "sólo cuatro autonomías españolas superan los 26.600 euros de renta per cápita, la cantidad "gatillo" propuesta por un grupo de investigadores por las que se establece un nivel de riqueza que causaría infelicidad entre los ciudadanos. Un estudio publicado en el último número de la revista científica PLOS One revela que la felicidad de un país se mide por su nivel de riqueza sólo hasta los 26.600 euros anuales de PIB per cápita, franja a partir de la cual el grado de satisfacción ante la vida empieza a caer. Es decir, que el dinero sí compra la felicidad de una sociedad cuando se consigue cubrir las necesidades básicas, pero no la asegura por más que crezcan nuestras cuentas bancarias, según proponen estos economistas de las universidades de Warmick, en Reino Unido, y Minnessota, Estados Unidos. El estudio no contempla si dentro de los niveles de riqueza analizados para cada país la riqueza está bien o mal distribuida, tal como sucede en España, país en que las diferencias de PIB nominal se doblan según las regiones. Sólo cuatro comunidades autónomas -País Vasco, Navarra, Cataluña y Madrid- alcanzarían esta franja de 26.600 euros. De los vascos a los extremeños, un abismo La renta per cápita española alcanzó sus máximos en 2007, justo antes del inicio de la crisis, cuando llegó a superar en seis puntos la media de la UE y a adelantar a Italia, pero desde entonces no ha dejado de caer: hasta el 104% de la media europea en 2008; el 103% en 2009; el 99% en 2010; el 98% en 2011 y el 97% en 2012. El año pasado en España no alcanzamos la renta per cápita anual suficiente para considerarnos "ricos", según los parámetros de este estudio. Pero además, hay unos mucho más pobres que otros. Según los baremos de felicidad que proponen los investigadores, el PIB per cápita regional da cuenta de hasta qué punto somos diferentes unos españoles de otros en lo que a nivel de renta (y de felicidad) se refiere. En 2012, último año para el que el Instituto Nacional de Estadística (INE) realizó la media del PIB nominal, éste era de 22.772 euros anuales, casi 4.000 euros anuales menos que la brecha de satisfacción propuesta. La renta anual per cápita de País Vasco, seguida de cerca por Madrid y Navarra, seguida de cerca por Cataluña, sí supera esta franja de los 26.562 euros (ver gráfico). Aragón, La Rioja y Baleares se sitúan por encima de la media del PIB nominal español, pero no alcanzan esta cantidad, al igual que el resto de las autonomías. Castellano-manchegos, melillenses, andaluces y extremeños son los más pobres (pero tampoco los más felices). La renta per cápita de estos últimos, con 15.394 euros) es casi la mitad que los vascos, los españoles más ricos, aunque también están entre los más felices"
Desemprego sobe na Alemanha pelo quarto mês
Li aqui que "o desemprego na Alemanha aumentou em Novembro, embora a taxa se mantenha inalterada nos 6,9%. Este foi o quarto mês consecutivo de aumento do desemprego. A Alemanha contabiliza actualmente 2.985.00 pessoas sem emprego. A Alemanha está a sustentar a sua economia no mercado interno. O crescimento registado de 0,3% no terceiro trimestre foi unicamente impulsionado pela procura interna. O consumidor alemão está confiante na economia do seu país, estimando-se que esse nível esteja próximo do mais alto dos últimos seis anos. "A economia da Alemanha está a crescer a um ritmo moderado no quarto trimestre e isso reflecte-se no número de desempregados", diz um analista de mercado citado pela Bloomberg. "A fraca procura das outras economias da zona euro está a afectar as exportações" alemãs, embora "de forma moderada", salienta ainda. Os economistas apontam para um crescimento de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) alemão nos últimos três meses do ano, o dobro das previsões para a zona euro"
David Cameron defende barreiras à livre circulação de pessoas na Europa
O primeiro-ministro britânico quer inquirir os cidadãos do Reino Unido em referendo sobre a imposição de limites à livre circulação de pessoas na União Europeia. David Cameron diz que só assim é possível defender o país da imigração descontrolada (veja aqui o video da RTP)
Taxa de pobreza entre os idosos cai para os 9,9% em Portugal em 2010
A taxa de pobreza entre os idosos em Portugal caiu dos 15,2% para os 9,9% em três anos, posicionando-se abaixo da média de Portugal e dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Segundo aponta o quinto relatório anual sobre pensões da instituição liderada por Angel Gurria, entre os países da OCDE, a taxa média de pobreza entre os idosos em 2010 foi de 12,8%, igualmente inferior aos 15,1% observados em 2007. Em 2007, a taxa de pobreza em Portugal situava-se nos 13,6%, abaixo da média entre os idosos, passando a ser, em 2010, de 11,4%, acima da observada na população acima dos 65 anos. A OCDE destaca que na maioria dos países analisados, os rendimentos dos mais idosos subiram mais do que os da restante população "entre meados da década de 90 e os últimos anos da década de 2000", com Portugal a destacar-se entre os quatro países onde os rendimentos dos pensionistas mais subiram neste período, a par de Israel, México e Nova Zelândia. No final da década de 2000, de acordo com os dados da OCDE, o rendimento da população em idade de reforma em Portugal, ou seja com mais de 65 anos, equivalia a 90,8% do rendimento médio da população total, acima da média da OCDE de 86,2% (veja aqui o video da RTP)
Restaurante da Madeira tem o homem-eco
Há um empregado de mesa de um restaurante da Madeira que consegue um efeito invulgar com a voz. O jovem madeirense fala com eco. Afonso Rodrigues, conhecido como o homem-eco, descobriu o talento por acaso (veja aqui o video da RTP)
Subida da reforma para 66 anos tem várias exceções
Quem fizer 65 anos ainda em 2013 vai poder reformar-se com as atuais condições, mas a idade da reforma deverá subir em 2014 para os 66 anos, com algumas exceções. Motoristas de pesados, bailarinos, pilotos e bordadeiras da Madeira são algumas das profissões que ficam de fora do aumento da idade da reforma. As mudanças constam da proposta de alteração da lei de bases da Segurança Social, que vai ser discutida na próxima segunda-feira com os parceiros sociais. O documento a que a imprensa teve acesso refere ainda que as carreiras longas acima dos 40 anos também dão direito a uma reforma antes dos 66 anos. Em 2029 a idade da reforma deverá chegar aos 67 anos (veja aqui o video da RTP)
quinta-feira, novembro 28, 2013
Empresas públicas com prejuízos de 500 milhões até Junho
Segundo o Publico num texto da jornalista Raquel Almeida Correia, "as empresas públicas registaram prejuízos de 486,6 milhões de euros no primeiro semestre, refere um relatório divulgado nesta quinta-feira pela Direcção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). As perdas sobem para 731,2 milhões se forem incluídos os resultados do sector da saúde. Face a 2012, trata-se de um agravamento significativo, visto que o relatório refere que, na primeira metade do ano passado, o Sector Empresarial do Estado tinha atingido prejuízos de 39,2 milhões, fruto de uma subida exponencial nos lucros da Parpública para 463,9 milhões (na sequência das receitas extraordinárias geradas com as privatizações da EDP e da REN). Excluindo os resultados da Parpública, conclui-se que as perdas das empresas públicas se situaram em 316,9 milhões de euros até Junho. A comparação com o mesmo período de 2012, e sem contabilizar os lucros extraordinários da holding que gere as participações do Estado em empresas, mostra que se verificou uma redução de 37% face aos prejuízos de 503,1 milhões do ano passado. Esta melhoria foi conseguida graças aos resultados do sector dos transportes, que passou de perdas de 510,3 milhões em 2012 para prejuízos de 162,7 milhões no primeiro semestre deste ano. Neste campo, o destaque vai para a Metro do Porto, que passou de perdas de 247,5 milhões para lucros de 8,1 milhões até Junho. Uma inversão associada, em grande parte, à liquidação antecipada de swaps, o que permitiu reduzir significativamente os prejuízos financeiros. Às perdas de 486,6 milhões do Sector Empresarial do Estado somam-se outros 244,6 milhões da responsabilidade do sector da saúde, elevando as perdas globais para 731,2 milhões. No caso dos hospitais, registou-se um aumento de 210% nos prejuízos, já que no período homólogo tinham atingido 78,9 milhões.
Liquidação de swaps aumentou endividamento
Em termos de dívida remunerada, o relatório da DGTF mostra que se registou um aumento global de 5,9% no primeiro semestre para um total de 33.850,9 milhões de euros. Recorde-se que, este ano, as empresas públicas estão obrigadas a cumprir um tecto máximo de 4% na subida do endividamento. Há duas situações em particular que explicam este crescimento: por um lado, o cancelamento de um swap da Egrep que obrigou a empresa que gere as reservas nacionais de petróleo a aumentar o passivo financeiro em 115,6 milhões; e, por outro, a transferência de um pacote de financiamento para a Parpública, que antes pertencia ao consórcio Elos, que tinha sido contratado para construir o abandonado projecto do TGV. Também no sector dos transportes se verificou um aumento de 8,8% na dívida financeira, devido à liquidação antecipada de derivados de cobertura de risco. A Metro de Lisboa e a Metro do Porto foram as empresas que maior número de contratos liquidaram no início deste ano. No total, foram cancelados 69 swaps, tendo sido pagos 1008,5 milhões de euros aos bancos para esse efeito. Tal como o PÚBLICO noticiou nesta quinta-feira, o desconto de 31% feito pelas instituições financeiras face às perdas potenciais acumuladas pelos derivados (1463 milhões) incluem a captura de reservas feitas para suportar o custo e os riscos destes derivados. Da poupança total anunciada pelo Governo, cerca de 380 milhões de euros dizem respeito a estas verbas.
Subsídios provocam perdas operacionais de 18,3 milhões nos transportes
O pagamento dos subsídios de férias e de Natal, que o Governo queria suspender mas cuja eliminação foi chumbada pelo Tribunal Constitucional, provocou perdas operacionais de 18,3 milhões de euros nas transportadoras públicas, revela o relatório. O documento indica que, entre Janeiro e Junho, estas empresas tiveram encargos de 21,7 milhões com o 13º e 14º meses, ao contrário do que aconteceu em 2012. Se este pagamento não tivesse ocorrido, o resultado operacional teria sido positivo em 3,3 milhões. Este resultado operacional é um indicador acordado entre o Governo e a troika, na sequência do compromisso assumido pelo executivo de reequilibrar as contas do sector. E, por isso, não inclui factores extraordinários como o pagamento de indemnizações ao abrigo do plano de redução de quadros posto em marcha no sector. O relatório da DGTF revela que, só no primeiro semestre, foram gastos 186,6 milhões de euros em custos com pessoal, embora não explique que parte diz respeito às indemnizações"
Liquidação de swaps aumentou endividamento
Em termos de dívida remunerada, o relatório da DGTF mostra que se registou um aumento global de 5,9% no primeiro semestre para um total de 33.850,9 milhões de euros. Recorde-se que, este ano, as empresas públicas estão obrigadas a cumprir um tecto máximo de 4% na subida do endividamento. Há duas situações em particular que explicam este crescimento: por um lado, o cancelamento de um swap da Egrep que obrigou a empresa que gere as reservas nacionais de petróleo a aumentar o passivo financeiro em 115,6 milhões; e, por outro, a transferência de um pacote de financiamento para a Parpública, que antes pertencia ao consórcio Elos, que tinha sido contratado para construir o abandonado projecto do TGV. Também no sector dos transportes se verificou um aumento de 8,8% na dívida financeira, devido à liquidação antecipada de derivados de cobertura de risco. A Metro de Lisboa e a Metro do Porto foram as empresas que maior número de contratos liquidaram no início deste ano. No total, foram cancelados 69 swaps, tendo sido pagos 1008,5 milhões de euros aos bancos para esse efeito. Tal como o PÚBLICO noticiou nesta quinta-feira, o desconto de 31% feito pelas instituições financeiras face às perdas potenciais acumuladas pelos derivados (1463 milhões) incluem a captura de reservas feitas para suportar o custo e os riscos destes derivados. Da poupança total anunciada pelo Governo, cerca de 380 milhões de euros dizem respeito a estas verbas.
Subsídios provocam perdas operacionais de 18,3 milhões nos transportes
O pagamento dos subsídios de férias e de Natal, que o Governo queria suspender mas cuja eliminação foi chumbada pelo Tribunal Constitucional, provocou perdas operacionais de 18,3 milhões de euros nas transportadoras públicas, revela o relatório. O documento indica que, entre Janeiro e Junho, estas empresas tiveram encargos de 21,7 milhões com o 13º e 14º meses, ao contrário do que aconteceu em 2012. Se este pagamento não tivesse ocorrido, o resultado operacional teria sido positivo em 3,3 milhões. Este resultado operacional é um indicador acordado entre o Governo e a troika, na sequência do compromisso assumido pelo executivo de reequilibrar as contas do sector. E, por isso, não inclui factores extraordinários como o pagamento de indemnizações ao abrigo do plano de redução de quadros posto em marcha no sector. O relatório da DGTF revela que, só no primeiro semestre, foram gastos 186,6 milhões de euros em custos com pessoal, embora não explique que parte diz respeito às indemnizações"
SEE com prejuíos de 730 milhões de euros incluindo os hospitais
O presente boletim informativo apresenta uma visão geral sobre a situação económico-financeira e patrimonial do universo das Empresas Públicas Não Financeiras (EPNF).
Relativamente ao 2.º trimestre de 2013 destacam-se os seguintes aspetos:
• O volume de negócios do SEE, excluindo o sector da Saúde, e sem o efeito dos investimentos em ILD, regista um decréscimo de 62,0 M€;
• No sector das Infraestruturas a redução de 180,4 M€ no volume de negócios deve-se essencialmente à EP decorrente da diminuição dos investimentos em ILD (-136,7 M€) e das receitas provenientes da contribuição do serviço rodoviário (-16,8 M€);
• O sector da Saúde apresentou uma redução generalizada das receitas, em cerca de 117,6 M€, decorrente da diminuição dos preços nas diversas linhas de produção;
• Os Fornecimentos e Serviços Externos do SEE, excluindo sector da Saúde, reduziram 4,3% face ao período homólogo, atingindo um total de 1.321,4 M€;
• Na RTP o CMVMC registou uma redução de 31,4%, decorrente de economias nos custos externos da grelha de programas;
• Face a igual período do ano anterior registou-se uma redução do EBITDA de 634,8 M€, para um total de 396,3 M€, induzida pelo efeito extraordinário das privatizações em 2012.
• Excluindo a Parpública devido às privatizações, verificou-se uma melhoria no EBITDA de 203,9 M€ ou seja mais 38% do que em igual período do ano anterior para a qual contribuiu o efeito da liquidação antecipada de instrumentos de gestão de risco financeiro;
• No sector dos transportes e gestão da infraestrutura ferroviária, registou-se uma melhoria do EBITDA ajustado1expurgado da reintrodução de subsídios, de 129,9 M€, entre o 2.º trimestre de 2010 e o de 2013, passando de -126,5 M€ para 3,3 M€;
• O sector dos Transportes obteve um crescimento de 347,6 M€ no resultado líquido face ao período homólogo;
• O SEE registou um aumento do endividamento de 5,9%, face ao 4º trimestre de 2012, ascendendo a 33.850,9 M€, repartidos pelas Empresas Públicas Não Reclassificadas (EPNR), num total de 14.355,6 M€ (+4,3%), e Empresas Públicas Reclassificadas (EPR), num total de 19.495,4 M€ (+7,1%) (fonte: relatório da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças)
Relativamente ao 2.º trimestre de 2013 destacam-se os seguintes aspetos:
• O volume de negócios do SEE, excluindo o sector da Saúde, e sem o efeito dos investimentos em ILD, regista um decréscimo de 62,0 M€;
• No sector das Infraestruturas a redução de 180,4 M€ no volume de negócios deve-se essencialmente à EP decorrente da diminuição dos investimentos em ILD (-136,7 M€) e das receitas provenientes da contribuição do serviço rodoviário (-16,8 M€);
• O sector da Saúde apresentou uma redução generalizada das receitas, em cerca de 117,6 M€, decorrente da diminuição dos preços nas diversas linhas de produção;
• Os Fornecimentos e Serviços Externos do SEE, excluindo sector da Saúde, reduziram 4,3% face ao período homólogo, atingindo um total de 1.321,4 M€;
• Na RTP o CMVMC registou uma redução de 31,4%, decorrente de economias nos custos externos da grelha de programas;
• Face a igual período do ano anterior registou-se uma redução do EBITDA de 634,8 M€, para um total de 396,3 M€, induzida pelo efeito extraordinário das privatizações em 2012.
• Excluindo a Parpública devido às privatizações, verificou-se uma melhoria no EBITDA de 203,9 M€ ou seja mais 38% do que em igual período do ano anterior para a qual contribuiu o efeito da liquidação antecipada de instrumentos de gestão de risco financeiro;
• No sector dos transportes e gestão da infraestrutura ferroviária, registou-se uma melhoria do EBITDA ajustado1expurgado da reintrodução de subsídios, de 129,9 M€, entre o 2.º trimestre de 2010 e o de 2013, passando de -126,5 M€ para 3,3 M€;
• O sector dos Transportes obteve um crescimento de 347,6 M€ no resultado líquido face ao período homólogo;
• O SEE registou um aumento do endividamento de 5,9%, face ao 4º trimestre de 2012, ascendendo a 33.850,9 M€, repartidos pelas Empresas Públicas Não Reclassificadas (EPNR), num total de 14.355,6 M€ (+4,3%), e Empresas Públicas Reclassificadas (EPR), num total de 19.495,4 M€ (+7,1%) (fonte: relatório da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças)
SIC: "Nunca lhes fiz mal, nunca pratiquei essa nojeira", um programa que passa pelo Porto Sanyo
Esta semana, A Prova, conta-lhe a história de Francisco Serrano, acusado de abusos sexuais de menores. Para ver hoje, no Jornal da Noite da SIC. E aqui fica um excerto da entrevista de Francisco Serrano à jornalista da SIC Sofia Pinto Coelho.
Bordadeiras da Madeira escapam ao aumento da idade da reforma
Um dos grupos profissionais que escapa à revisão da idade da reforma é o das bordadeiras da Madeira. Vão continuar a reformar-se aos 65 anos por se tratar de uma profissão de desgaste rápido
As 'gaffes' de Berlusconi
O ex-primeiro-ministro italiano foi sempre conhecido pelo seu particular sentido de humor que deliciou, mas também ofendeu, mais de meio mundo. Recorde aqui alguns desses momentos
Contradições: Europa e EUA opõem-se a mudança de estratégia do FMI em futuros resgates
Segundo o jornalista do Publico,
Sérgio Aníbal, "o fundo apenas quer avançar para resgates na zona euro se
credores privados também participarem. O Fundo Monetário Internacional (FMI)
está a estudar uma mudança de estratégia para futuros resgates financeiros na
zona euro que passa por exigir que os credores privados assumam perdas antes de
o FMI avançar com um empréstimo. No entanto, essa proposta está a enfrentar uma
forte oposição das autoridades europeias e dos Estados Unidos, noticia esta
quarta-feira o The New York Times. A tentativa de adopção de uma nova abordagem
está a ser tentada pela direcção do FMI como resposta às dificuldades sentidas
nos programas aplicados pela troika nos países periféricos da zona euro. Em
especial, os responsáveis do fundo querem evitar situações semelhantes às
vividas na Grécia em que, pouco tempo depois de realizado o resgate (numa
cooperação inédita entre os países da zona euro e o FMI), se tornou claro que a
dívida pública grega era insustentável.
Uma reestruturação da dívida
detida pelos investidores privados acabou depois por ser realizada em 2012, no
meio de convulsões fortes nos mercados e ameaças de contágio a outros países da
zona euro e já depois de uma boa parte da dívida ter passado para as mãos dos
credores oficiais.
No passado mês de Abril, o FMI
publicou um relatório sobre reestruturações de dívida em que não só defendia a
ideia de que a reestruturação da dívida grega foi feita tarde de mais, mas
também abria a hipótese de ficar estabelecido que “alguma forma de bail-in
[assunção de custos] dos credores seria implementada como condição para os
empréstimos do FMI”. Agora, de acordo com o The New York Times, a solução que
está a ser preparada pelo FMI passa não por exigir uma reestruturação da dívida
imediata, mas por prever, quando o país pede ajuda, a existência de um período
em que os credores privados não podem passar a dívida para os credores
oficiais. Nessa altura o FMI passaria a dar simplesmente um empréstimo de curto
prazo, o que daria o tempo necessário para avaliar correctamente a situação e
decidir se a dívida é ou não insustentável. Um grupo de especialistas de
finanças públicas – e que inclui a antiga vice-directora-geral do FMI, Ann
Krueger – apontou, num documento tornado público esta semana, precisamente para
esta solução, que tornaria mais fácil para o FMI evitar emprestar dinheiro a um
país cuja dívida pública não é sustentável, algo que vai contra as regras do
FMI.
De acordo com o The New York
Times, a proposta está a ser preparada, dentro do FMI, sob a liderança do
actual vice-director-geral David Lipton. No entanto, está já a contar com uma
oposição feroz dos principais líderes europeus e, mais recentemente, dos
Estados Unidos.
Na Europa, a política, assumida principalmente
pela Alemanha, é a de que a reestruturação grega foi um caso único. Pedir o
contributo dos credores privados para resolver uma situação de crise grave de
dívida pública é visto como uma estratégia com muitos riscos para a
estabilidade do sector financeiro europeu. Aliás, os conflitos entre o FMI e os
líderes europeus nesta matéria já são públicos, com o FMI a pedir que no caso
dos países já com programas, como Portugal e a Grécia, pode vir a ser
necessário que os próprios credores oficiais (os tesouros dos vários países da
zona euro) assumam perdas. A Alemanha tem recusado de forma determinada essa
possibilidade. É por isso que já foi assumido pelos vários responsáveis que
futuros programas aplicados a Portugal e Grécia já não contarão com a presença
do FMI como um credor de grande importância, assumindo este apenas uma posição
de aconselhamento técnico"
Chipre: "La economía destruida del alumno más aventajado de la troika"
"Chipre era una semidesconocida en las páginas de los medios
económicos hasta hace apenas ocho meses. El país tenía problemas e iba a ser
objeto de un rescate, pero pocos podían prever entonces la magnitud de la
catástrofe isleña. Todo cambió el pasado 15 de marzo tras una reunión en una
habitación de Bruselas. La troika (Comisión Europea, Banco Central Europeo,
FMI) y Chipre gestaron allí el primer corralito de la historia de la Eurozona.
Habían condicionado el rescate de 10.000 millones de euros acordado para el
país a la ejecución de un bail-in en los depósitos no asegurados (superiores a
100.000 euros) de los bancos más importantes de la isla. Los más perjudicados fueron los usuarios del Banco Popular (Laiki) y el
Banco de Chipre (BdC), las dos mayores entidades del país sometidas a una
severa reestructuración. El Laiki fue desmantelado, sus depósitos, asegurados,
y sus activos saludables pasaron al BdC. En julio se decidió que la quita a las
cuentas no aseguradas de esa última entidad fueran del 47,5%. El dinero ha sido
convertido en acciones de escaso valor, dejando a miles de familias y empresas
al borde de la quiebra ocho meses después del Día D.
"Es el primer país que cumple al 100%"
Chipre ha pasado con nota todas las evaluaciones de sus acreedores desde
el rescate. De hecho, es el alumno más aplicado de la troika. “Es la primera
vez que hemos visto a un país cumplirlo todo al 100%”, admitió recientemente
una fuente de la Comisión Europea.
Esas alabanzas no le han salido gratis al país: se han dado después de
la aprobación de duras medidas de austeridad. El gasto estatal ha sufrido un
recorte medio del 10%. Eso incluye la reducción por escalas del salario de los
funcionarios en un 15% de media (sus sueldos estaban anteriormente entre los
más altos de Europa) y el cierre de la contratación pública hasta 2016 para
disminuir la carga del aparato estatal en los presupuestos. No se han escapado partidas sensibles, como la de la sanidad. Se ha
introducido un copago por acudir a hospitales de tres euros, o diez si es por
urgencias, con muy pocas excepciones; se salvan de pagar los beneficiarios de
pensionas públicas. “Antes todo el mundo iba gratis al médico, aunque tuvieran
millones, pero ahora van a pagar progresivamente”, explicó el presidente
conservador, Nikos Anastasiadis, durante una reciente reunión con la prensa
internacional. El Gobierno ha llegado a felicitarse por haber aprobado más medidas que
las requeridas por sus acreedores: “Hemos visto esta crisis como una
oportunidad para reestructurar completamente nuestro sector público”, admitió
el ministro de Economía, Haris Yeoryiadis. “El memorando (con la troika) nos
pidió un déficit del 4,5%, pero en nuestro presupuesto (para 2014) está fijado
el 3%”, añadió el joven funcionario. Admitió, aun así, que el próximo año será
incluso más difícil para los chipriotas.
Tanto él como el resto del Ejecutivo consideran un éxito la
recapitalización bancaria del país. Hasta 5.000 millones de euros procedentes
del rescate están todavía a disposición de Nicosia. Eso permite a Chipre
descartar la petición de más ayuda en los próximos meses y le proporciona un
colchón considerable ante posibles nuevas exigencias de sus acreedores.
Una economía destruida
Las condiciones del bail-in han afectado seriamente a la economía
chipriota, aunque en las últimas semanas ha empezado a verse el vaso sólo medio
vacío. La troika cree que el PIB se contraerá un 7,7% este año y un 4,8% el
próximo, antes de comenzar a recuperarse en 2015. Esos datos mejoran las
anteriores previsiones: los acreedores de Chipre habían pronosticado una caída
de 8,7 puntos en el PIB para 2013 y del 3,9% el año próximo. Nicosia es incluso
más optimista: cree que el PIB no caerá más de un 6% este año. Ese positivismo no es compartido por todos. “El ministro de Economía
está desesperado por mostrar estabilidad, pero parece que vamos a tener una
recesión duradera en vez de una rápida que se recupere de manera veloz”,
explica a El Confidencial el periodista Grigoris Persianis, editor del
semanario chipriota Kathimerini. Los expertos señalan el creciente paro como uno de los obstáculos para
el crecimiento: el desempleo afecta ya al 17,1% de la población. Esa tasa ha crecido
tres décimas desde el inicio del rescate, algo inaudito en una isla
acostumbrada en las últimas décadas a tasas de desempleo inferiores al 6%. El
problema se deriva del bail in. “Estamos destruyendo muchas empresas sanas
porque perdieron su dinero cuando utilizaron sus depósitos para recapitalizar
los bancos”, lamenta Marios Tsiakkis, secretario general de la Cámara de
Comercio e Industria chipriota. Muchos temen también que el espectacular incremento de la deuda pública
(equivaldrá al 127% del PIB en 2015 cuando en 2012 suponía el 86,6% del PIB)
pueda frenar las provisiones destinadas a la recuperación.
Escaparates vacíos
Ese retroceso económico ha comenzado a notarse en las calles del país.
Muchos comercios han bajado la persiana de manera temporal o definitiva. En las
zonas comerciales, sobre todo en los suburbios, cada día hay más escaparates
vacíos. Quienes mantienen su negocio abierto han visto cómo la clientela ha
descendido de forma alarmante. “La gente no quiere gastar ni un euro y eso está
lastrando la economía”, explica a El Confidencial Mikele Athanasopoulos, un
farmacéutico de la capital, Nicosia. Sus ingresos han descendido entre un 20% y
un 30% desde el corralito.
“Siguen gastando más o menos lo mismo en medicinas, pero el material de
herbolario, las cremas y el resto de productos accesorios ya no se venden. Ni
siquiera las solares. No sabemos cómo puede evolucionar todo esto”, comenta,
destacando la incertidumbre sufrida por los empresarios isleños. Se queja,
además, de las dificultades impuestas por las compañías extranjeras y locales:
“Ahora las farmacéuticas no aceptan vender a crédito, quieren todo el dinero ya
y eso es muy difícil para nosotros”, destaca Mikele.
“Las líneas de crédito se han roto”
El Gobierno tiene sobre la mesa la dura labor de encontrar soluciones al
sufrimiento de esos pequeños empresarios. Muchos son los problemas a resolver.
Uno de los más importantes es la reactivación del crédito bancario tras la
recapitalización de las entidades del país, un punto especialmente relevante
tras la incertidumbre creada por el recorte en el gasto público: “Las líneas de
crédito se han roto y las compañías que dependen de ese dinero están en
problemas. Tenemos empresas que no pueden cubrir su demanda por la falta de
crédito”, admite el ministro Yeoryiadis.
“Los problemas son muchos. No hay dinero en el mercado ni liquidez. El
interés de los préstamos es todavía alto y eso crea un problema de
competitividad”, aclara Tsiakkis, secretario general de la Cámara de Comercio e
Industria. El cierre del grifo de los préstamos ha afectado sobre todo al sector
privado, influyendo decisivamente en la supervivencia de las empresas. Eso crea
otro rompecabezas. A los expertos les preocupa el surgimiento de una gran
brecha entre el sector público, donde el empleo y los sueldos siguen siendo, a
pesar de los recortes, más o menos estables, y el privado. “En este país hay
70.000 empleados del sector público y 70.000 parados. Los salarios del sector
público son 1,5 veces mayores que los del privado”, comenta Persianis. Esa
diferencia está incrementándose aún más con los problemas derivados del
corralito. Los sucesos del pasado marzo han tenido, además, incidencia en el
turismo: el Gobierno estima que el número de llegadas al país descenderá un 5%
en 2013, con las consiguientes pérdidas para un sector privado ya al borde del
precipicio.
Todos esos problemas han contribuido a aumentar el número de personas
necesitadas de ayuda social. Por primera vez desde 1974 se han visto colas en
los comedores de la beneficencia, como explica la periodista Dorita Yiannakou,
quien califica de nociva la falta de confianza en las soluciones dadas hasta
ahora por los políticos. “Todo el mundo tiene miedo a perder su trabajo y
muchos graduados no dudan en salir del país”, explica. No ayuda la crisis política surgida por el desencuentro entre el
presidente Anastasiadis y el gobernador del Banco Central, Panikos Demetriadis.
El Gobierno le acusa abierta y veladamente de ser uno de los causantes del
desastre del país al no haber evaluado correctamente la situación desesperada
del Laiki Bank antes del corralito.
El gas, la gran esperanza
Solucionar esos problemas requiere nuevos planes económicos. El
Ejecutivo no oculta su intención de darle la vuelta al modelo de la isla en los
próximos años. Las finanzas chipriotas están profundamente centradas en los
servicios. El sector terciario, con una gran prevalencia en el comercio al por
mayor, los servicios financieros y el mercado inmobiliario, contabiliza el
82,6% de la producción. El Consejo de Ministros confía en poder dar una mayor importancia al
sector energético (hasta ahora superaba por poco el 2% del PIB) para cambiar el
rumbo de la isla. “Podemos ser los campeones comunitarios en energías
renovables. Cada vez que salgo de la capital, veo a más personas invirtiendo en
energía solar”, desvela el ministro Yeoryiadis. La gran esperanza del país, sin embargo, es el gas. Los geólogos creen
que en las aguas de la zona exclusiva económica chipriota podrían esconderse
hasta 200.000 millones de metros cúbicos de gas. La compañía norteamericana
Noble Inc. ya ha confirmado la existencia de un depósito que puede independizar
energéticamente a la isla durante los próximos 250 años y suponer un ingreso
anual cercano a los 1.000 millones de euros durante 14 años. Chipre se
convertiría así en la nueva Noruega europea. Los prestamistas del país han
optado, aun así, por no contar con esas estimaciones. Existen dudas razonables
sobre cuánto podrá extraerse finalmente, la calidad de los hallazgos y los plazos
de extracción.
Una de las mayores polémicas con respecto al gas surge por la oposición
de Turquía a su extracción si Chipre no se reunifica. La isla está dividida de
facto en dos estados, uno grecochipriota, al sur, y uno turcochipriota, al
norte, desde 1974, cuando el ejército turco invadió el lugar como respuesta a
un golpe de Estado que pretendía unificar a Chipre con Grecia. Ankara cree que los turcochipriotas del norte tienen derecho a disfrutar
de los beneficios de ese gas y ha amenazado con enviar barcos de guerra a la
zona si comienzan las extracciones. “Chipre es un país independiente reconocido
por Naciones Unidas y los pozos descubiertos están en la zona sur de la isla.
Turquía no tiene nada que ver con eso. Sin embargo, el gas sería un incentivo
positivo para reunificar la isla”, comenta Jaris Papacharalambous, director
general de la Agencia para la Promoción de la Inversión en Chipre. El proyecto gasístico chipriota incluye la construcción de una planta de
tratamiento y transformación del gas en suelo isleño. Se haría en cooperación
con Israel, país rico en gas y socio de Chipre en el mercado energético.
También está cercana la finalización de un cable submarino que conectará a la
isla con Grecia e Israel para transportar electricidad barata.
Otro de los grandes retos chipriotas es la construcción de casinos para
atraer más turistas. Esas atracciones habían estado prohibidas en el país hasta
hace unos meses. Ahora, son parte importante del plan para recuperar la isla.
“Estamos buscando inversiones para crear un gran complejo de ocio”, explica el
ministro de Energía, Comercio, Industria y Turismo, Yorgos Lakkotrypis.
El objetivo del Gobierno es, en definitiva, atraer a los inversores.
“Las compañías no se han ido de Chipre, es el capital lo que se ha marchado
pero las empresas internacionales siguen aquí. Hay que basar el país en cuatro
pilares. El sector naval (supone actualmente el 7% del PIB), el turismo, los
servicios financieros y el nuevo aporte que dará la energía”, comenta el presidente
Anastasiadis. A muchos les preocupa que la mayoría de los proyectos del llamado ‘nuevo
modelo’ económico sean costosos, inciertos y a largo plazo “Tardarán años en
ser terminados. El gas, por ejemplo, puede ser una maldición si no tomamos ya
las medidas estructurales que debemos tomar”, explica Mijalis Attalides, rector
de la Universidad de Nicosia.
La fuga de capitales: el golpe de gracia
Otro de los obstáculos para Chipre es la existencia de medidas de
control de capitales ocho meses después del corralito. La mayoría se ha
levantado, pero otras perviven, como la imposibilidad de retirar más de 300
euros al día de los cajeros. El Gobierno no planea acabar con ellas por lo
menos hasta la próxima primavera. Aun así, muchos chipriotas no están sacando el dinero de sus cuentas:
saben que una fuga de capitales podría suponer el golpe de gracia para el país.
“Si todo el mundo saca su dinero del BdC, la entidad caerá y lo perderán todo”,
reflexiona el periodista Persianis. También podría haber un motivo económico:
el Banco de Chipre sigue dando un rendimiento del 3% anual en sus depósitos. La
confianza en las entidades financieras, eso sí, no pasa por su mejor momento.
La corrupción y el blanqueo
Poco se comenta ahora sobre ello, pero una de las razones para pedir la
reforma económica de Chipre el pasado marzo fue la aparente laxitud en la
regulación e inspección de las operaciones financieras de esos bancos y las
empresas. La isla fue acusada de ser un centro de lavado de dinero
internacional, especialmente tras la publicación en la prensa de Alemania de un
informe elaborado por la inteligencia teutona apuntando ese extremo. Se señaló
especialmente a la comunidad rusa de la isla por negocios fraudulentos. “Lo que se contó fueron mentiras e infamias. Hay pruebas de ello porque,
antes de que se firmase el memorando, la Unión Europea había venido con una
compañía privada y demostró que no había nada de eso”, explica el presidente
Anastasiadis. Las conocidas auditoras Deloitte y Moneyball habían realizado
varios exámenes a las finanzas de la isla sin encontrar graves casos de
malversación. Si el objetivo era la mafia rusa, a quien urdió el plan le podría haber
salido el tiro por la culata. Seis rusos fueron elegidos como miembros de la
mesa directiva del BdC tras la reconversión de parte de los depósitos de la
entidad en acciones. Uno de ellos es un posible exagente del KGB aliado de
Vladimir Putin.
Sin disturbios… por el momento
Todos estos problemas inquietan a los chipriotas, pero, por ahora, no
les animan a tomar las calles. Los políticos isleños no han visto disturbios ni
protestas, a pesar de la aprobación de grandes medidas de austeridad y el
surgimiento de una gran recesión en el país. “Hay una gran aversión a la
violencia desde la invasión de 1974. La gente sabe que, aunque las cosas están
mal ahora, pueden ir todavía peor”, explica Attalides. “Nosotros somos griegos, pero vivimos en Chipre, y tenemos distintas
mentalidades”, comenta Anastasiadis. Eso no evita que muchos piensen que su
país ha sido parte de un experimento internacional. También el presidente lo
cree. “Les hemos dado la oportunidad de utilizarnos. Nos pusimos en una
condición en que pudieron usarnos como un experimento”, lamenta" (texto do
El Confidencial, com a devida vénia)
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