terça-feira, outubro 29, 2013

'Troika' em Dublin para última avaliação do programa

Segundo o DN de Lisboa num texto do jornalista Manuel Cabral, "a 'troika', que supervisiona o programa de ajuda à Irlanda, chegou hoje a Dublin para a última avaliação trimestral antes do governo irlandês abandonar o programa de ajuda a 15 de dezembro. Durante nove dias, os inspetores da Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) vão avaliar os processos efetuados por Dublin no último trimestre para cumprir os objetivos marcados no programa. Como em anteriores ocasiões, espera-se que a 'troika' volte a certificar nesta última avaliação o bom andamento do programa de ajuda pedido pela Irlanda em novembro de 2010 à União Europeia (EU) e ao FMI no valor de 85.000 milhões de euros. Dublin e os inspetores da 'troika' também vão analisar a "estratégia para abandonar" o resgate, que inclui várias opções encaminhadas para manter a recuperação económica e garantir o regresso com sucesso da Irlanda aos mercados da dívida, explicou um porta-voz do ministério das Finanças irlandês. Entre as alternativas, Dublin estuda a possibilidade de acolher um segundo programa de ajuda ou "linha de crédito preventiva", como o denomina o governo de coligação entre conservadores e trabalhistas. Ainda que Dublin e Bruxelas já tenham mantido contactos para explorar este cenário, o ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, considera que o país poderia não precisar de mais assistência económica internacional. "A hipótese de não recorrer a um programa ainda é uma opção sólida", declarou Noonan depois de se reunir na segunda-feira em Washington com a diretora do FMI, Christine Lagarde. O titular das finanças recordou que a Irlanda tem cobertas as necessidades de financiamento até 2015 com uma reserva de "cerca de 25.000 milhões de euros", ou seja um "colchão" para "não assumir riscos" no caso de Dublin decidir avançar sozinha. Noonan sublinhou também que a taxa de juro dos títulos irlandeses a dez anos reduziu-se no espaço de um mês "de 4% para cerca de 3,5%", o que demonstra que "os mercados têm confiança" na economia nacional. Durante esta última avaliação, a 'troika' também vai avaliar o Orçamento de Estado para 2014 que Dublin apresentou há duas semanas com o objetivo de poupar 2.500 milhões de euros através de uma nova bateria de impostos e reduções da despesa pública. O executivo considera que o Orçamento vai permitir reduzir o défice público até 4,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, até chegar ao objetivo de 3% marcado no programa no ano seguinte"