quinta-feira, outubro 31, 2013

Sondagem Jornal I/Pitagórica: maioria defende consenso entre governo e PS

Segundo o Jornal I, "para os inquiridos, o PS devia sentar-se à mesa e preparar a saída da troika em conjunto com os partidos que formam actualmente o governo. Os inquiridos não deixam margem para dúvidas: o PS deve sentar-se à mesa com os partidos actualmente no governo e chegar a um consenso sobre as grandes decisões que têm de ser tomadas agora e que afectarão a vida dos portugueses durante bem mais de um mandato. Quase oito em cada dez pessoas (75,6%) consideram que os socialistas não podem continuar de costas voltadas para o PSD e o CDS. O partido - que as sondagens colocam no governo, ainda que sem maioria absoluta, se as eleições fossem agora - deve abandonar o discurso crispado e optar pela diplomacia. As relações entre a maioria e o PS têm sido marcadas pela falta de sintonia, com o governo a avançar com medidas que qualifica como estruturantes e os socialistas a garantirem que, chegando ao poder, estes diplomas serão revogados. É o caso de matérias tão diferentes como os cortes em pensões e reformas, a lei da organização das freguesias e a lei das finanças locais, o cheque-ensino de Nuno Crato ou a preparação da reforma fiscal. No plano fiscal, o primeiro-ministro já tinha, de resto, defendido a ideia de que um consenso é fundamental quando, em Maio, em Bruxelas, disse ser preciso "encontrar um entendimento o mais alargado possível, de modo que aquilo que for defendido pelo governo seja tomado em termos credíveis como realizável para os próximos anos". Não obteve do PS resposta nesse sentido. No barómetro i/Pitagórica de Outubro, os portugueses lembram António José Seguro de que gostariam que o diálogo com o governo tomasse um novo rumo. Uma posição que esbarra contra a vontade de apenas 15,6% dos inquiridos.
A INEVITABILIDADE HISTÓRICA CHEGOU
Ainda há não muitos meses, o Presidente da República convocou os partidos do chamado arco da governação para um diálogo aberto em nome do "compromisso de salvação nacional". Paulo Portas tinha apresentado a vontade "irrevogável" de se demitir e Cavaco Silva sentiu então que estava na altura de pensar no dia depois da troika. O PS rompeu as negociações sem que se chegasse a qualquer acordo e Cavaco disse, enfim, que a história forçaria esse entendimento. Ontem voltou a lembrá- -lo. Se "em Maio de 2011 foi possível um entendimento entre três forças políticas" para assinar o Memorando de entendimento, "acredito que agora também será possível um diálogo entre as forças políticas em relação a aspectos fundamentais para o nosso futuro". Mais de 60% dos inquiridos alinham pela opinião já expressa pelo Presidente. Metade "concorda" com "um acordo de regime" entre PSD, CDS e PS - pelo menos que permita preparar o momento pós-troika, previsto para Junho de 2014. A esses somam-se mais 15% de participantes que "concordam totalmente" com a necessidade de se encontrar uma posição comum entre estes partidos - o que, a acontecer, teria de decorrer em algum momento dos próximos oito meses. Apesar dos 16,2% que se confessam indiferentes a esta questão, há 14% que se opõem a esta possibilidade de diálogo preparatório entre os três partidos.
PERDÃO FISCAL
Enquanto entendimentos mais aprofundados sobre o futuro do país não acontecem, o governo vai avançando com estímulos à regularização de dívidas junto do fisco e à Segurança Social. Com o perdão anunciado há dias pelo secretário de Estado Paulo Núncio, o executivo esperava arrecadar até 500 milhões de euros até ao final do ano. A proposta mereceu o aplauso da maioria dos inquiridos: os que "concordam" e os que "concordam totalmente" totalizam 64,3% das respostas. Bem menos de metade dos inquiridos - em concreto, 26,8% - fica do outro lado da barreira. Chumbariam, se pudessem, o perdão de juros e multas. Há ainda 7,3% de participantes que não tomam partido nesta questão"