quinta-feira, outubro 31, 2013

Reuters vai despedir três mil trabalhadores

Li aqui que a "empresa não diz que países vão ser afectados e anunciou que vai precisar de 350 milhões de dólares para reduzir custos. No mesmo dia em que revelou que a venda dos seus terminais financeiros superou, no terceiro trimestre do ano e pela primeira vez desde 2011, o número de cancelamentos, a Thomson Reuters Corp anunciou que vai despedir três mil pessoas já a partir do próximo mês para reduzir custos. Ao Diário Económico, David Crundwell, responsável pelas relações com os media, disse que a empresa não vai revelar, para já, quais serão os países afectados. A agência de informação financeira canadiana emprega mais de 33 mil pessoas em todo o mundo, 2.800 das quais são jornalistas. Em Portugal, dos cerca de 20 colaboradores, aproximadamente metade são jornalistas e fotógrafos.  A empresa anunciou que vai precisar de 350 milhões de dólares (409 milhões de euros) para pôr em marcha um plano de redução de custos e indemnizar os 9% de trabalhadores, principalmente no departamento de finanças e investimentos de risco, que pretende despedir. De acordo com a empresa, esta estratégia permitir-lhe-á poupar pelo menos 100 milhões de dólares (117 milhões de euros) no primeiro trimestre do próximo ano.
Ontem, dia seguinte à divulgação da notícia, as acções da empresa de informação valorizaram mais de 2% para máximos de dois anos. Os investidores estão optimistas por acreditarem que o aumento da venda de terminais se vai traduzir num forte crescimento de receita no próximo ano, uma vez que os terminais são assinados numa base anual. Ainda assim, entre Julho e Setembro, a empresa registou uma queda de 38% no lucro líquido, para 283 milhões de dólares, e de 3% na receita total, para 3,1 mil milhões de dólares, com os principais clientes da Thomson Reuters - bancos e escritórios de advogados - a reduzir os gastos.
Nos últimos dez anos, o grupo tem vindo a perder quota de mercado para os terminais da Bloomberg sobretudo junto das instituições financeiras, que representam mais da metade da receita do grupo. Para reganhar terreno, a Thomson Reuters desenvolveu um novo terminal, o Eikon. A empresa beneficiou também da polémica que, na primavera passada, envolveu a sua principal concorrente, depois de se descobrir que os jornalistas da Bloomberg tiveram acesso a informações confidenciais dos assinantes. O número de Eikon instalados cresceu mais de 30%, para 100 mil terminais. Já a Bloomberg tem 315 mil subscritores"