Escreve o DN de Lisboa que "cerca de 100 militantes do BE
questionaram os órgãos dirigentes do partido sobre a escolha de Mariana
Mortágua para substituir a deputada Ana Drago, em setembro, ultrapassando assim
nove elementos na lista concorrente às últimas legislativas. "Tomámos
conhecimento, com profundo desagrado, através de uma nota enviada pelo
Secretariado da Comissão Política (CP) aos membros da Mesa Nacional (MN), que o
Secretariado da CP decidiu interferir na ordem da lista, sufragada em plenário
distrital, MN e eleições nacionais, do círculo de Lisboa do BE à Assembleia da
República", lê-se numa carta enviada aos responsáveis do BE e à qual a
Lusa teve hoje acesso. Os subscritores da missiva dizem não entender "a
renúncia maciça orientada por um critério tecnocrata (ser economista) dos
candidatos de uma lista a órgãos nacionais" e acusam a Comissão Política
de ir "muito além das suas atribuições". Contactada pela Lusa, fonte
do BE confirmou que Mariana Mortágua foi considerada como o elemento que
"melhor serviria os interesses do partido na Assembleia da República, em
virtude dos seus conhecimentos na área da Economia", algo que se vinha
"a fazer sentir desde a saída de Francisco Louçã". "Perante a
informação de que o processo de renúncia dos nove candidatos na lista não terá
sido pacífico, parece-nos imprescindível que se conheçam as razões desses
protestos e os argumentos utilizados para os demover, já que se pressupõe que
todos terão aceitado renunciar ao mandato", continua o texto. O grupo
contestatário classifica o sucedido como "nada transparente" e afirma
que, "politicamente, não pode um partido de esquerda ter 'quotas de
técnicos' desta ou daquela área" na carta enviada à Comissão Política, à
Comissão de Direitos e à Mesa Nacional bloquistas"