terça-feira, junho 25, 2013

Líder socialista espanhol manda "ignorar" Comissão Europeia...

Segundo o site da RTP, "o líder dos socialistas espanhóis, Alfredo Pérez Rubalcaba, pediu ao governo regional da Andaluzia para ignorar a ordem da Comissão Europeia que pedia a suspensão de um decreto sobre expropriação temporária de casas. A Comissão Europeia diz que tal decreto pode afetar negativamente a estabilidade da banca e a recuperação económica. Rubalcaba diz que é um exagero e que se trata de mais um erro da Comissão e que Espanha e outros países, como Grécia e Portugal, estão "a pagar caríssimo esses erros, com milhões de desempregados". O líder socialista espanhol afirma que o Governo regional da Andaluzia deve ignorar uma ordem da Comissão Europeia para suspender um polémico decreto de expropriação temporária de casas para travar despejos. Alfredo Pérez Rubalcaba diz que a posição de Bruxelas, dada a conhecer esta semana, é "exagerada e falsa" e constitui mais um erro dos vários que a Comissão Europeia tem cometido nos últimos tempos. "Tenho muita simpatia por Bruxelas, mas às vezes há que dizer-lhes que não, porque não é o Oráculo de Delfos, não está permanentemente certa. E mais, ultimamente, não dá nem uma", afirmou Rubalcaba, defendendo o plano do presidente do Governo regional, o também socialista José Antonio Grián. O líder do PSOE considerou que os responsáveis europeus têm errado na sua política económica baseada na austeridade, pelo que seria bom se "tivessem um pouco de humildade" e o admitissem. Espanha e outros países, como Grécia e Portugal, estão "a pagar caríssimo esses erros, com milhões de desempregados". Neste caso Rubalcaba considera que Bruxelas volta a enganar-se. "Bruxelas parece que diz a Grián que dar uma segunda oportunidade a quem perde uma hipoteca porque perdeu o seu salário e emprego coloca em perigo a banca mundial. Eu digo a Bruxelas que não, que isto é exagerado e falso", afirmou Rubalcaba que assim aconselha o líder da Andaluzia a continuar a aplicar o decreto respondendo a Bruxelas que "está errada". Já o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, questionado sobre o assunto em Madrid disse esperar que a Andaluzia responda a Bruxelas "tomando os passos necessários para corrigir a situação" já que Guindos contesta a decisão andaluza afirmando que "não tem em conta os efeitos que pode ter" no mercado do crédito hipotecário e do setor da construção na região. Aprovada em abril pelo Governo da região espanhola da Andaluzia e aplicada desde aí em alguns casos, a polémica legislação prevê a expropriação temporária de casas que estejam vazias depois de um despejo. Classificada pelo Governo regional como um "plano choque para travar o atentado social dos despejos", inclui sanções até 9.000 euros para bancos e imobiliárias que não aluguem casas cujos inquilinos foram despejados por não as conseguirem pagar. Segundo o Governo regional na Andaluzia há atualmente 700.000 habitações desocupadas, das quais entre 350 mil e 500 mil pertencem a pessoas jurídicas, tendo desde 2007 havido mais de 86 mil despejos. Recorde-se que nos últimos meses têm sido conhecidos em Espanha dezenas de casos de pessoas que se matam quando confrontados com processos de despejo por não terem dinheiro para cumprir os seus compromissos económicos, situação que levou o Governo a aprovar uma moratória nos despejos que se aplica apenas a novos processos".