domingo, março 17, 2013

INE confirma maior queda do PIB desde 1975

Escreve a TVI, num texto da jornalista Carla Pinto Silva que "o INE confirmou esta segunda-feira que o Produto Interno Bruto (PIB) contraiu 3,8 por cento no quarto trimestre de 2012 e encolheu 3,2% no total do ano passado. É a maior queda do PIB desde 1975. Portugal vive, por isso, a recessão mais profunda desde o 25 de abril.Só o ano passado, a economia portuguesa destruiu mais de 205 mil empregos, levando o número de empregos na economia para o nível mais baixo dos últimos 17 anos, garante o Instituto.A pressionar esteve a desaceleração nas exportações e a quebra mais acentuada no consumo, avança a mesma fonte, que confirma - nesta segunda estimativa - os números avançados há quase um mês (a 14 de fevereiro).Em termos nominais, o PIB situou-se em cerca de 165,4 mil milhões de euros em 2012.O ano passado,«o Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu 3,2% em volume, após a redução de 1,6% observada no ano anterior. A redução mais acentuada do PIB refletiu a diminuição do contributo positivo da procura externa líquida, que passou de 4,7 pontos percentuais (pontos percentuais) em 2011 para 3,9 pontos, em resultado da desaceleração das exportações de bens e serviços, e o contributo negativo mais significativo da procura interna, traduzindo a redução mais intensa do consumo privado. A economia portuguesa apresentou uma capacidade líquida de financiamento em 2012 de 0,4% do PIB (necessidade de financiamento de 5,6% no ano anterior)», destaca o INE.Este é o pior resultado da série longa do Instituto que remonta a 1996, e o segundo pior da história quando considerada a série longa do Banco de Portugal, surgindo um resultado mais negativo apenas no ano de 1975, quando a recessão atingiu os 5,1%. Em termos trimestrais, e comparando com o período homólogo, a contração do PIB quarto trimestre do ano passado acaba por ser a segunda pior da história, superada apenas pelos 4,1% verificados no primeiro trimestre de 2009.
Exportações crescem a um ritmo menor
Segundo a mesma fonte, as vendas de bens e serviços ao exterior até aumentaram 3,3% no total ano passado, mas a um ritmo mais lento do que em 2011 (altura em que o valor chegou aos 7,2%). E se compararmos com 2010, então a desaceleração das exportações ainda é maior, já que nesse ano tinham crescido mais de 10%. Já a procura interna diminuiu 6,8% em termos reais, em 2012, influenciando assim a contração da economia. O valor compara com os 5,8% observados um ano antes. E foi neste campo que pesou a descida de 5,6% nos gastos das famílias portuguesas, uma quebra mais intensa do que a assinalada em 2011 (3,8%). «Resulta claro que só a procura externa seria capaz de mitigar o mau desempenho da procura interna. Os números de hoje confirmam que no quarto trimestre de 2012 as exportações não tiveram o mesmo comportamento de trimestres anteriores, pelo que a evolução PIB foi muito influenciada pelos esperados recuos no consumo privado, gastos públicos e investimento», faz notar Filipe Garcia, do IMF.«Para que o processo de convergência orçamental originalmente acordado tenha alguma hipótese de ter sucesso, será necessário que a economia portuguesa estabilize em termos de queda do produto. Os números do INE confirmam o que todos observam - essa estabilização ainda não ocorreu. Desta forma, o cumprimento dos objectivos será consecutivamente adiado até que o produto comece a crescer», frisa"