quarta-feira, fevereiro 27, 2013

Casa Pia: De 12 ministros apontados no inquérito, só um foi arguido

Segundo o DN de Lisboa de hoje, "entre os vários ministros e ex-ministros indicados na fase de inquérito, só Paulo Pedroso foi constituído arguido - após ser apontado por quatro vítimas do processo -, mas não foi a julgamento. O PS foi o partido que mais sofreu, mas olhando para o rol de nomes referidos na fase de investigação até há mais ministros de direita. As fontes não foram, porém, consideradas credíveis pela investigação. O processo mudou não só o PS, como a política portuguesa  O processo Casa Pia foi o 11 de Setembro da política portuguesa. Há um antes e um depois deste processo judicial, onde vítimas e outras testemunhas não pouparam os políticos e envolveram-nos no escândalo. Entre ministros e ex-ministros, na fase de inquérito foram referidos 12 governantes dos partidos do chamado arco da governação (PS-PSD-CDS). Apenas quatro eram do Partido Socialista, mas esta foi a força política mais afetada: a constituição de Paulo Pedroso como arguido foi o maior golpe para o partido desde o aparecimento do PRD nas legislativas de 1985. Um dos motivos que levou a que a maioria destes governantes nunca fosse sequer ouvida prende-se com o facto de grande parte das denúncias partirem de cartas anónimas ou de depoimentos pouco credíveis para a investigação, como o da meia-irmã de "Bibi". Isabel Raposo, uma das personagens mais misteriosas deste processo e que se manteve sempre incontactável, envolveu seis ministros de direita numa carta enviada à procuradora Paula Soares e que consta do processo.  A meia-irmã de "Bibi" disse que pessoas por telefone lhe falaram na existência de "provas, papéis e fotografias" que envolviam no caso Pedro Roseta, Dias Loureiro, Valente de Oliveira, Martins da Cruz (ex-ministros do PSD), Paulo Portas e Bagão Félix (ministro e ex-ministro do CDS). Essas provas nunca apareceram, mas foram suficientes para colocar as suspeitas - que pairaram sempre sobre a esquerda - também sobre a direita. Na mesma carta era referido um histórico do CDS: Narana Coissoró. As "provas" nunca apareceram e, como o depoimento foi muito errático, os investigadores não lhe deram qualquer credibilidade".