quinta-feira, janeiro 31, 2013

Portugal: 72% não conseguem pagar as contas no fim do mês!

Li no Dinheiro Vivo que "em meados de 2012, três em cada quatro portugueses (72%) chegavam ao final do mês com a conta a zeros e sem conseguir pagar as contas todas. Esta realidade irá agravar-se neste ano com a subida dos impostos. A crise está cada vez mais a afetar o dia a dia das famílias e 2013 ameaça ser um ano particularmente difícil por causa do corte que o IRS vai impor ao rendimento disponível. O mais recente relatório "Think", da TNS Global, observava que 72% dos portugueses diziam ter dificuldade em chegar ao final do mês com todas as contas pagas. Neste conjunto, cerca de um quarto afirmava que o salário nunca chegava, enquanto 48% admitiam que vivem esta sensação de "muito mês para tão baixo ordenado" apenas de vez em quando.Estes dados reportam-se a maio de 2012 e já na altura refletiam um agravamento face à situação observada em 2009, quando 64% das famílias afirmavam não ter rendimento suficiente para fazer face a todos os encargos mensais. De então para cá, os portugueses foram confrontados com uma forte subida do IRS e com uma nova sobretaxa de 3,5% deste impostos. O IMI só chegará em abril. Somado o efeito daquelas duas subidas do IRS, as famílias chegarão ao final do ano com o equivalente a menos um ordenado na carteira. Parte do efeito do agravamento fiscal será atenuado com os duodécimos, mas a antecipação dos subsídios em frações mensais - imposta pelo Governo - irá fazer com que neste ano os portugueses não possam contar com a "folga" financeira extra que lhes caía na conta no verão e antes do Natal. A esta perspetiva anual junta-se a realidade mensal. É que o atraso na publicação da lei que estende ao setor privado os duodécimos impediu que muitas empresas pudessem pagar já em janeiro o primeiro doze avos dos 13.0 e 14.0 meses. Ao mesmo tempo, tiveram de avançar já com a aplicação das novas taxas de retenção na fonte, porque as tabelas já estavam em vigor quando processaram os salários. Estes dois efeitos estão a fazer com que os trabalhadores (que não se vão opor ao regime dos duodécimos) sintam neste mês um corte de salários mais forte do que o normal, mas farão também com que em fevereiro recebam ligeiramente acima da média anual. Porque nessa altura ser-lhes-á pago o equivalente a dois doze avos. Tudo isto fará com que somente em março os salários estabilizem no valor que deverá servir de referência para o resto do ano. Esta subida do IRS virá acentuar a tendência que já hoje aponta os baixos salários como uma das principais causas de pobreza: 48% dos portugueses consideram que trabalhar e ter um emprego já não é uma barreira à pobreza, segundo revela o referido relatório da TNS Global".