segunda-feira, outubro 29, 2012

E esta?! Novo perdão à Grécia. Portugal em risco de perder 1.100 milhões de euros...

Escreve o jornalista do Jornal I, António Ribeiro Ferreira, que "a troika defende novo perdão de dívida à Grécia que, desta vez, atingirá os Estados que emprestaram dinheiro a Atenas em 2010 e 2011. Portugal é um deles, com mais de 1100 milhões. Só faltava mais esta a Portugal. Com 2012 a chegar ao fim, em que falharam todas as metas definidas pelo governo e pela troika, e com um 2013 que vai ser marcado por uma das maiores subidas de impostos desde o 25 de Abril, Portugal ainda se arrisca a ter de contribuir para mais um perdão da dívida grega. E isto porque a troika vai propor, num relatório sobre a Grécia a sair nos próximos dias, um novo perdão da dívida grega, desta vez para os credores institucionais, nomeadamente os países, noticiou ontem o semanário alemão “Der Spiegel”. Portugal ainda contribui com mais de 1100 milhões de euros para os empréstimos à Grécia em 2010 e 2011, apesar de vir a pedir ajuda financeira em Abril do ano passado e de ter deixado consequentemente de contribuir para essa ajuda. De acordo com o Relatório de Acompanhamento da Execução Orçamental da Administração Central em 2011 divulgado em Julho pelo Tribunal de Contas, Portugal contribuiu o ano passado com 554,8 milhões de euros para o apoio à Grécia, a que se somam outros 547,5 milhões de euros em 2010. No total, ainda antes de pedir ajuda financeira e deixar de contribuir com apoios financeiros aos países que pediram ajuda, Portugal contribuiu com 1102,3 milhões de euros para a Grécia. Segundo o semanário alemão, esta é uma das propostas do relatório da troika sobre os resultados da reunião preparatória que ocorreu na quinta-feira para preparar a próxima reunião de ministros das Finanças da zona euro. Depois de no primeiro perdão terem participado os credores privados - sobretudo bancos - de forma voluntária, a proposta agora conhecida defende que, pela primeira vez, os Estados europeus credores de dívida soberana grega aceitem perder dinheiro dos seus contribuintes. Alemanha contra A opção já foi contestada por uma série de países - a começar pela Alemanha - que se recusam a perder parte do dinheiro que emprestaram a Atenas como medida extraordinária de apoio. O “Der Spiegel” não adianta qual a posição dos restantes países da zona euro, particularmente aqueles que já se encontram em dificuldades para cumprir os limites de endividamento impostos pela Comissão Europeia. O próprio ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, assegurou ontem, numa entrevista à rádio Deutschlandfunk, que é “irreal” pretender que os credores institucionais se juntem a um novo perdão. Schäuble afirmou ainda que os Estados europeus têm “as mãos atadas” pela legislação comunitária em matéria orçamental, já que não se pode dar mais dinheiro “a quem não cumpre as suas obrigações”.“É mais realista um programa de recompra de dívida, no qual a Grécia, mediante novos créditos, recompre obrigações antigas ao seu preço de mercado actual, ou seja, mais barato”, acrescentou.
BCE põe-se de lado
Por seu lado, o BCE - que faz parte da troika mas ainda acumula cerca de 40 000 milhões de euros em obrigações gregas - disse na reunião preparatória que não pode juntar-se a este perdão para credores institucionais porque os seus estatutos proíbem-no de financiar estados.
Draghi clarifica
O presidente do BCE também deu uma entrevista ao “Der Spiegel” onde afirma que a compra de dívida no mercado secundário só será feita mediante programas de ajustamentos e de reformas dos países que solicitem ajuda ao BCE, planos esses regularmente controlados pela troika. Em caso de não cumprimento, a compra de dívida , adianta Draghi, será imediatamente suspensa"