segunda-feira, outubro 29, 2012

Draghi: "Muitos governos ainda não perceberam que perderam a sua soberania nacional"...

Li no Dinheiro Vivo que "Mario Draghi apoia a proposta do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, de expandir os poderes do comissário para os assuntos monetários, dando a Bruxelas um maior controle sobre os orçamentos dos países-membros. Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Draghi não teve problema em assumir que apoia que Olli Rehn tenha mais poderes dentro da UE. "Eu apoio esta proposta de forma explícita", afirmou. A ideia tem sido defendida um pouco por toda a Europa, mas no início deste mês, Wolfgang Schaeuble afirmou que a União Europeia precisa de um comissário com poder supranacional sobre os orçamentos dos países-membros. Disse ainda que a Europa precisa de uma reforma do processo decisório do Parlamento europeu, mudanças que, segundo disse, poderiam ajudar a amenizar a crise da dívida. Para Draghi um super comissário é algo que faz sentido, especialmente porque a soberania é algo que tem, no seu entender, que ser partilhada."Muitos governos ainda não perceberam que perderam a sua soberania nacional há muito tempo", disse, explicando que "no passado, permitiram que a sua dívida se amontoasse, agora precisam da boa vontade dos mercados financeiros". O futuro, diz, não pode ser diferente: "Soa como um paradoxo, mas, no entanto, é verdade: só quando os países da Zona Euro estiverem dispostos a partilhar soberania ao nível europeu é que ganharão, eles mesmos, soberania". A ser criado, este super comissário teria a autoridade de vetar os orçamentoscaso estes não cumprissem com as regras estabelecidas para o déficit.Ainda assim, a reforma exigiria mudanças nos tratados da UE, algo que necessitaria do aval da Grã-Bretanha, que como já é hábito mostra-se céptica sobre uma maior integração europeia. A opção poderia, no entando , passar por uma medida apenas para a zona euro."Estou certo de que se queremos restabelecer a confiança na zona do euro, os países devem passar parte de sua soberania para o nível europeu", explicou Draghi".