Teodora Cardoso: Dívida pública portuguesa é muito maior do que se diz!

Segundo o Dinheiro Vivo, "o Conselho das Finanças Públicas lamenta que os critérios de Maastricht, seguidos pelo Eurostat, "deixem de fora a dívida comercial e a dívida que ainda não está devidamente reconhecida". Para Teodora Cardoso, presidente do recém formado Conselho das Finanças Públicas (CFP), o problema "no nosso caso tem alguma importância" e deve ser corrigida quanto antes. "A nossa posição está implícita no relatório que apresentamos. É preciso uma definição mais abrangente não só para a despesa, mas também para a dívida pública. A existência desses valores referem-se a dívida comercial. Não é muito aconselhável, numa lógica de compromisso, haver entidades que compram ou investem sem que essa despesa apareça", explicou a administradora do Banco de Portugal, em conferência de imprensa, em Lisboa.Por exemplo, a dívida efectiva detetada pela OCDE (mas outras instituições já fizeram o mesmo reparo) é muito maior face à que emerge dos critérios do Eurostat e do que diz o Governo no DEO. A diferença ronda, todos os anos, cerca de dez pontos percentuais do PIB, ou seja, Portugal tem mais 17 mil milhões de euros de dívida fora das contas oficiais, mostram os números divulgados pela instituição sediada em Paris. Para o Governo, a dívida deste ano será de 113,1% e 115,7% em 2013; a OCDE assume que, mesmo usando a definição do Eurostat, os rácios sobem para 114,5% e 120,3%, respetivamente".