segunda-feira, maio 28, 2012

Também nos Açores: jovens enfermeiros emigram para terem trabalho

Li no Correio dos Açores que o Congresso de Enfermagem dos Açores, que decorreu há dias "abordou uma das questões que mais preocupa os profissionais actualmente, a falta de enfermeiros na região e a falta de perspectivas dos recém-formados. Nos Açores saem das escolas de enfermagem todos os anos cerca de 80 novos enfermeiros que depois pensam em emigrar para poderem exercer a profissão. Apesar de na região haver mais enfermeiros por habitante do que no continente, ainda faltam técnicos de enfermagem especializados mas não há vagas. As escolas de enfermagem dos Açores formam anualmente cerca de 80 enfermeiros que não são totalmente absorvidos pelo mercado de trabalho e que, como muitos outros jovens profissionais, procuram já uma solução no estrangeiro. Apesar de nos Açores haver um maior rácio de enfermeiros por habitante, em relação ao continente, também os jovens formados em enfermagem preferem sair e procurar emprego noutros locais da Europa e mesmo nos Estados Unidos. Esta é uma das grandes preocupações dos profissionais de enfermagem que reuniram em Ponta Delgada no Congresso de Enfermagem dos Açores onde as questões laborais também foram abordadas, uma vez que a carreira está a sofrer algumas alterações. Sandro Melo, membro da comissão organizador do congresso explica que "o futuro é muito complicado para aqueles que acabam de se formar porque muito dificilmente irão conseguir colocação para trabalhar", apesar de reconhecer que na região ainda não existe um rádio ideal de enfermeiros por habitante, mas que com a actual conjuntura esse rácio dificilmente irá ser concretizado. Até porque alguns jovens enfermeiros estão a escolher outras paragens para ingressar no mundo do trabalho. As escolas de enfermagem dos Açores formam anualmente cerca de 80 enfermeiros. Um número bastante elevado para a realidade laboral regional e que Sandro Melo acredita ser possível contornar com a reorganização dos cursos existentes. "Na minha opinião pessoal defendo isso há alguns anos. Não tenho dúvida que ao nível da qualidade precisamos de enfermeiros agora a realidade é que os jovens acabam o curso e vão para o desemprego ou acabam por trabalhar em alguns sítios onde não era tradicional ter enfermeiros mas sendo remunerados de uma forma que nem sequer se adequa ao nível de formação que têm", desabafa o enfermeiro. "Precisamos de mais enfermeiros e precisamos da qualidade dos cuidados, mas ao nível da colocação destes enfermeiros temos muitas dúvidas", refere o responsável pela organização do congresso que pretende também ver esclarecidas outras questões de carácter laboral. "Não sabemos como vamos ser avaliados, temos uma carreira especial, vamos ter um modelo de avaliação próprio mas não se percebe como vai ser. O próprio acesso à profissão está a ser modificado porque até agora nós acabávamos o curso e recebíamos um diploma e éramos enfermeiros, mas agora vão haver algumas modificações, temos um modelo de entrada na profissão que nos vai obrigar a ter um estágio tutelado por um enfermeiro com alguma experiência e isso levanta algumas questões que os colegas que estão no dia-a-dia no terreno não sabem como se vão operacionalizar" e o Congresso de Enfermagem dos Açores vai servir para esclarecer essas questões uma vez que vai contar com a presença do Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Germano Couto".

Sem comentários: