segunda-feira, maio 28, 2012

Açores: desemprego cresceu 5% nos centros de emprego no primeiro trimestre do ano

Segundo o Correio dos Açores, "o desemprego, afinal, cresceu nos Açores, no primeiro trimestre deste ano, tendo por base as inscrições de desempregados nos centros de emprego e contrariando o resultado do inquérito do Instituto Nacional de Estatística. Entre Janeiro e Março surgiram na Região mais 480 desempregos (mais cerca de 5%). Em Abril, o número de desempregados nos centros de emprego caiu ligeiramente mas, em contrapartida, atingiu-se um número recorde - nunca antes atingido - de trabalhadores ocupados e indisponíveis (2.715). Os pedidos de emprego têm vindo a crescer ao longo dos últimos quatro meses nos Açores ao contrário da tendência de queda do desemprego evidenciada no último inquérito trimestral (Janeiro a Março deste ano), segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Formação Profissional e Emprego. Em Janeiro deste ano havia 13.553 pessoas à procura de emprego nos centros de emprego da Região. Eram 10.551 os considerados desempregados. Em Fevereiro o número de pessoas inscritas nos centros de emprego era de 13.927 e o número de desempregados inscritos era de 10.845. No mês de Março o número à procura de emprego nos centros de emprego dos Açores passou para 14.103 e o número de desempregados atingiu o recorde de 11.035. Portanto, quando o inquérito do Instituto Nacional de Estatística apontava para uma quebra do desemprego nos Açores, entre Janeiro e Março deste ano, na ordem das 1.461 pessoas (18.177 para 16.716), o número de desempregados inscritos, durante este período, nos centros de emprego da Região, atingia o recorde de 11.035, mais 480 desempregados entre Janeiro e Março. Portanto, a percentagem de desemprego visível nos centros de emprego dos Açores, nos primeiros três meses deste ano, cresceu à volta de 5% quando, no inquérito do Instituto Nacional de Estatística, o desemprego, no mesmo período, na Região, caiu 1,2%. E o crescimento do número de desempregados inscritos nos centros de empregos na Região foi mais acentuado se considerarmos o número de trabalhadores ocupados e trabalhadores indisponíveis. As contas são simples de fazer. Em Janeiro deste ano haviam 10.551 desempregados que, somados aos 1.291 trabalhadores ocupados (não estão numa situação considerada de emprego) e aos 1.141 trabalhadores considerados indisponíveis, perfaz um total de 12.983 desempregados. Em Março, haviam 11.035 desempregados inscritos mais 1.290 trabalhadores ocupados e 1311 trabalhadores indisponíveis, o que corresponde a um total de 13.592 desempregados. Portanto, contando com os ‘ocupados’ e com os ‘indisponíveis’, houve um aumento de 609 desempregados inscritos nos primeiros três meses do ano. É notório nestas estatísticas que, por arte de magia, entre Janeiro e Março, surgiram mais 179 trabalhadores indisponíveis na Região.
1,6 trabalhadores à procura de emprego por dia
Ainda segundo as estatísticas do Instituto Nacional de Formação Profissional e Emprego, o número de trabalhadores à procura de emprego nos Açores voltou a crescer em Abril, atingindo os 14.166 (eram 14.103 em Março). É curioso que, enquanto o número de inscritos à procura de emprego aumenta, o número de desempregados baixa de Março (11.035) para Abril (10.927). Isto porque, em Abril deste ano atingiu-se um número recorde de trabalhadores ocupados (1.344) e trabalhadores indisponíveis (1.371). Ao todo são 2.715 os trabalhadores que, não tendo emprego, estão ocupados ou na situação de indisponibilidade. É interessante verificar que, entre Março e Abril, foram 53 trabalhadores inscritos nos centros de emprego para a situação de ‘ocupados’. Agora, se fizermos a comparação entre as estatísticas do desemprego de Abril deste ano (14.166 trabalhadores à procura de emprego) com as de Abril do ano passado (10.265 pessoas à procura de emprego), verificamos o crescimento de 3.901 trabalhadores nos centros de emprego do arquipélago, o que equivale a dizer que, no último ano, 1,6 trabalhadores por dia foram aos centros de emprego da Região à procura de emprego. Enquanto estes números dos centros de emprego dos Açores são reais, o inquérito do Instituto Nacional de Estatística baseia-se em entrevistas feitas por telefone, e por amostragem. E só são considerados desempregados os que procuraram emprego nas três semanas anteriores ao inquérito. Neste processo há uma percentagem significativa de desencorajados que, estando no desemprego, deixaram de o procurar mas que iriam trabalhar se o posto de trabalho existisse. O próprio INE explica que o Inquérito ao Emprego é uma operação estatística realizada por amostragem, cujas estimativas têm associadas margens de erro que são apresentadas sob a forma de coeficientes de variação, no sentido de fornecer aos utilizadores indicações sobre o grau de precisão dos resultados divulgados. Por outro lado, sublinha também que os valores de baixa expressão quantitativa devem ser objecto de análise cuidada. O discurso político regional tem assentado muito, nos últimos dias, sobre a evolução do desemprego obtido no inquérito do Instituto Nacional de Estatística, criando-se uma onda optimista – não assumida publicamente pelos parceiros sociais - quando, na realidade, os números de inscritos nos centros de emprego da Região revelam um constante aumento de novos desempregados. E isso sem contar com o prolongamento dos programas governamentais ‘Estagiar L’, onde estão envolvidos 700 jovens".

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