sexta-feira, abril 27, 2012

Interessa à Madeira: franceses, alemães, espanhóis e árabes na corrida à ANA

Segundo o Económico, num texto do jornalista Nuno Miguel Silva, “no total já 12 empresas e fundos mostraram o interesse na privatização da ANA, coordenada por António Borges. O Abu Dhabi Investment Authority (Adia), o maior fundo soberano do mundo, com 430 mil milhões de euros de activos sob gestão, está a desenvolver contactos para concorrer à privatização da ANA - Aeroportos de Portugal, apurou o Diário Económico junto de diversas fontes ligadas ao processo. A venda da empresa está ainda a ser disputada por grupos espanhóis, franceses, alemães, italianos, norte-americanos, australianos, entre outros, além do consórcio da Brisa com a CRR anunciado segunda-feira. Criado em 1976, o fundo de Abu Dhabi tem força financeira mais que suficiente para liderar um consórcio à privatização da ANA mas está a desenvolver contactos no sentido de integrar um agrupamento que inclua parceiros nacionais. Além do Adia, a corrida à privatização da ANA está a despertar interesse de grandes fundos globais de investimento em infraestruturas, assim como de fundos de pensões de grande escala com sede na Austrália, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos. O Diário Económico sabe que entre os diversos fundos que já manifestaram interesse na gestora aeroportuária nacional encontram-se os fundos de investimento em infraestruturas do J. P. Morgan, a Brookfield, o Canada Pensions Plan (CPP) - o maior fundo de pensões do Canadá - o Global Infrastructure Partners (controlado pelo Crédit Suisse e pela General Electric), o Alinda Capital Partners e o Industry Funds Management (IFM). O interesse pela privatização da ANA também está a sentir-se entre as maiores gestoras aeroportuárias da Europa. O Diário Económico apurou que foi recentemente comunicado ao Governo português por responsáveis do Executivo espanhol o interesse da Aena, empresa equivalente à ANA em Espanha e que é o maior operador aeroportuário mundial, em concorrer ao processo de privatização da ANA. O Diário Económico sabe que também já houve manifestação de interesse na empresa nacional por parte das gestoras aeroportuárias de Frankfurt (Fraport) e de Paris (ADP). Outros interessados na gestora aeroportuária nacional são os franceses da Vinci, uma das maiores accionistas da Lusoponte, e os italianos da Sintonia, detida pela família Benetton, associada à Goldman Sachs Infrastructure Partner, à Mediobanca e ao Government of Singapore Investment Corporation (GIC). Este último é o oitavo maior fundo soberano do mundo em volume de activos sob gestão. Também de Singapura deve permanecer na corrida à privatização da ANA a Changi Airport, que já tinha estabelecido um acordo para prestação de consultoria técnica ao extinto consórcio Astérion, que era liderado pela Brisa e pela Mota-Engil. O anúncio, formalizado na passada segunda-feira, da constituição de um consórcio entre a Brisa e os brasileiros da CCR - que tem como accionistas de referência a Camargo Corrêa, Andrade Gutiérrez e Soares Penido Concessões - poderá ter dificultado os planos da Changi Airport, mas o rearranjo de alianças entre a grande variedade de candidatos à ANA está agora a começar. Em 2008, a espanhola Ferrovial - detentora da BAA, que gere os maiores aeroportos londrinos - fez um acordo com a Teixeira Duarte para concorrer à privatização da ANA, uma aliança que ainda não foi dissolvida apesar de o modelo de negócio ter-se alterado. Apesar do interesse demonstrado por mais de uma dezena de grupos internacionais pela ANA, o Governo tarda em explicar qual a percentagem de capital a privatizar e qual o perímetro de activos a incluir no processo. Falta ainda saber qual o modelo regulatório e a forma como este negócio será articulado com a privatização da TAP, que também está em curso. O Executivo comprometeu-se perante a ‘troika' a concluir a privatização da ANA até ao final de 2012”.

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