quarta-feira, fevereiro 15, 2012

10 números piegas sobre Portugal

Escreve o Dinheiro Vivo: “Pedro Passos Coelho defende que os portugueses devem parar de se "lamentar com as medidas" e ser "menos piegas". Mas terão os portugueses razão para se queixarem? Inaugurado por Durão Barroso em 2002 - com o discurso da "tanga" - os portugueses ouvem há dez anos a retórica da crise e os pedidos de sacrifícios consecutivos. A esperança de prosperidade prometida com a adesão ao euro tem sido esquecida, frustrada pela onda de austeridade.Veja em baixo alguns dos números que fazem sobressair a pieguice dos portugueses:
1 - Desemprego jovem.
Um em cada três portugueses com menos de 25 anos está desempregado (30,8%). Os jovens têm sido um dos grupos mais prejudicados pela crise. 84% dos que estão à procura de trabalho não têm direito a subsídio. No total, a taxa de desemprego atingiu em dezembro o valor recorde de 13,6%, a quarta mais elevada da zona euro. Segundo o INE, no terceiro trimestre de 2011 existiam quase 690 mil desempregados em Portugal. As previsões da troika apontam para um crescimento do desemprego em 2013, para uma taxa média de 13,7%.
2 - Pobreza. No final de 2010 existiam 2693 milhões de pobres em Portugal, mais 45 mil que em 2009. Segundo Eurostat, 25,3% dos portugueses vivem em situação de pobreza, a nona pior percentagem da Europa. Leia mais:
Mais 45 mil pobres num ano. No total já são 2,7 milhões
3 - Salários. O ordenado mínimo em Portugal está fixado nos 485 euros, apesar de, para comparação internacional se considerar 565,83 euros, devido à inclusão do 13º e 14º mês. Compare aqui com os outros países europeus. No final de 2010, os trabalhadores portugueses por conta de outrem tinham um ordenado médio de 1118 euros por mês.
4 - Desigualdades. Segundo os dados da OCDE, Portugal é o país mais desigual da Europa. Os 20% portugueses mais ricos ganham 6,1 vezes mais do que os 20% mais pobres. O fosso entre ricos e pobres atinge, assim, o valor mais elevado dos últimos 30 anos. Dos países da OCDE, só Estados Unidos, Chile e Israel são mais desiguais.
5 - Falências. Em 2011, mais de dez empresas portuguesas foram à falência todos os dias, revela a Crédito y Caución. No total, caíram 4731. Mais 14% que em 2010.
6 - Malparado. Os números do crédito malparado registaram uma
queda em dezembro, mas continuam perto do máximo histórico registado no mês anterior. No final do ano passado, as famílias portuguesas tinham 4577 milhões de euros com pagamentos em atraso junto da banca (3,27%). Destes, 2103 milhões dizem respeito a empréstimos para compra de casa.
7 - Pensionistas. O Governo decidiu aumentar as pensões mínimas este ano, de forma a ficarem em linha com a inflação. Uma medida que afetará cerca de um milhão de reformados. Contabilizados os aumentos, os valores atualizados das prestações são: 189 euros (pensões sociais), 227 euros (rurais) 246 euros (regime geral). Segundo os cálculos de Eugénio Rosa, a pensão média paga pela Segurança Social em 2011 foi 409 euros. Leia mais:
O que muda nos subsídios, abonos e pensões em 2012
8 - Legislação laboral. Portugal é o país da União da Europeia que menos protege os trabalhadores de despedimento coletivo, apesar de, nos despedimentos individuais, ser o mais conservador. Um indicador que pode mudar a partir deste ano, com as alterações de legislação laboral exigidas pela troika e acordadas na reunião de Concertação Social, que tornam mais fácil e barato o despedimento.
9 - Transportes. Com o aumento de 5% decidido para o início de Fevereiro, em apenas seis meses, os transportes públicos tiveram uma subida média de preços de 20%. Conheça
aqui os novos preços dos transportes.
10 - Função Pública. Os trabalhadores do Estado têm sido outro dos grupos mais sacrificados. Este ano, os funcionários públicos que ganhem mais de 600 euros por mês perderão parte do subsídio de férias e de Natal. A partir de 1100 euros, os trabalhadores perdem a totalidade do 13º e 14º mês. Em 2011, todos os portugueses viram o seu subsídio de Natal cortado 50%, no montante que fique acima do salário mínimo”
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