sábado, janeiro 21, 2012

Comunicação Social está a viver dias de "tempestade perfeita"

Segundo o jornalista do Jornal de Negócios, Filipe Pacheco, “os últimos dados oficiais são: Ongoing quer reduzir 2,1 milhões de euros em custos operacionais no "Diário Económico" - deste valor, um milhão corresponde a encargos com pessoal; Impala decide encerrar a resista "Focus". Sexta-feira, dia da abertura do processo de rescisões no título de economia, o Sindicato dos Jornalistas enviou um comunicado a repudiar a intenção da empresa de Jacques Rodrigues avançar para um despedimento colectivo de "uma dezena de jornalistas e oito outros trabalhadores". A somar a estes despedimentos, o "DN" noticiou, também sexta-feira, que em resultado ainda do encerramento da "Nova Gente Decoração" da "Segredos de Cozinha" e da "Mulher Moderna Cozinha" serão, ao todo, 70 os trabalhadores a sair da Impala. Este são os dados mais recentes das medidas de redução de custos nos media. Azeredo Lopes, ex-presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, diz que este é o cenário de uma "tempestade perfeita" no sector. "Não é algo que esteja exclusivamente ligado à situação económica. Numa situação normal da economia, ter negócios de media, salvo raras excepções, não é lucrativo", diz. O professor universitário relembra ainda que, desde 2001, a captação de receitas publicitárias tem vindo a diminuir. "Os resultados dos grupos não são muito animadores há mais tempo que 2008", quando no último trimestre desse ano despontou a crise publicitária dos media. Portanto, comenta Azeredo Lopes, a "folga não é grande". No "Público", por exemplo, esteve em cima da mesa um "lay off" de 21 trabalhadores e uma proposta de redução salarial. No desfecho do processo, administração e trabalhadores acordaram uma redução salarial progressiva para praticamente todos colaboradores. A meta é chegar a um milhão de euros de cortes em gastos com pessoal. No "Expresso", também em 2011, foram despedidos mais de 15 trabalhadores. "Todos estes sinais preocupantes atingem, hoje, pela negativa, o seu esplendor. O universo do jornalismo está cada vez mais comprimido. Não há criação de emprego. É uma espécie de jogo da cadeirinha. Temos a morte de títulos, assistimos a medidas de reestruturação dos grupos. Antes, pela morte de três meios, ainda assistíamos à sua substituição parcial", observa Azeredo Lopes. Daqui para a frente, acredita, "vamos assistir a um processo de concentração em títulos e suportes de charneira". Na televisão o cenário não é mais animador. Da RTP saíram 180 trabalhadores. Da SIC, no ano passado, saíram cerca de 20. E recentemente houve também cortes de custos na TVI. "A diminuição de jornalistas representa uma relação da redução da qualidade que a imprensa pode sofrer, mesmo sendo uma questão de racionalidade da gestão, em que é preferível a preservação do meios", remata”.

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