sexta-feira, outubro 21, 2011

Expectáveis furacões nos Açores de força 1 para 2080-2100

Diz o Correio dos Açores que "o diploma do Governo dos Açores que estabelece a ‘Estratégia Regional para as Alterações Climáticas’, publicado no‘Jornal Oficial’, traça cenários de projecção do clima no arquipélago para 2080-2100. Estes cenários climáticos constituem uma estimativa da provável evolução do clima global no próximo século face ao comportamento e opções futuras da sociedade. Para o efeito, consideram-se três cenários de emissão de gases de estufa e recorreu-se a dados de diversos modelos globais e regionais. A diferença entre os diferentes resultados, no conjunto de cenários considerado, permite concluir por “uma grande incerteza associada às projecções climáticas analisadas”, lê-se no diploma. No entanto, em todos os cenários da evolução do clima futuro na zona da bacia atlântica onde se enquadram as ilhas do Açores “é possível verificar unanimidade na previsão de um aumento da temperatura do ar, muito embora este aumento não se preveja tão grave como nas regiões continentais, designadamente para o continente português. Este facto é atribuído à maior inércia térmica oceânica e às trocas de calor sensível e latente entre este meio e a atmosfera”. Tendo como base os dados produzidos, foram identificados os seguintes aspectos expectáveis para o clima futuro dos Açores para o período de 2080-2100:
Os aumentos da temperatura máxima deverão situar-se entre 1°C e 2°C. Um aumento do número de “dias de Verão” e de “noites tropicais”, muito embora não sejam previstas ondas de calor tão graves como as previstas para as regiões continentais, nem de frio excessivo, em consequência do efeito termoregulador oceânico. Uma maior “irregularidade” do regime sazonal do clima com implicações significativas nos ciclos fenológicos e produtivos. No que se refere à precipitação, a incerteza do clima futuro é substancialmente maior. Para esta variável prevê-se uma maior variabilidade inter-anual e sazonal. Os resultados indicam uma diminuição progressiva da precipitação, não verdadeiramente quantificável, embora menor da que se estima para o continente português e arquipélago da Madeira, acompanhada de uma alteração significativa no seu regime de deposição. Uma maior probabilidade de ocorrerem fenómenos meteorológicos extremos, em particular um aumento dos episódios de precipitação intensa com origem em células convectivas mais localizadas, bem como uma maior probabilidade de ocorrerem períodos de seca prolongada. Atendendo à tendência do aumento da temperatura superficial do oceano, estão criadas as condições para que as tempestades de origem tropical subam mais no Atlântico, atingindo com mais frequência e maior virulência a latitude dos Açores; À elevação do nível médio do mar atribuível ao degelo e ao empolamento térmico oceânico, que se estima poder vir a atingir valores próximos de um metro até finais do século, há a considerar a sobreposição de empolamentos localizados (storme surge) derivados da passagem de depressões extratropicais, eventualmente ainda sobre a forma de furacão atendendo aos argumentos anteriores, a qual pode corresponder a uma sobre-elevação de 1,5 metro para furacões de força 1. Há também a previsão de uma tendência de acidificação oceânica em resposta ao progressivo aumento da concentração de CO2 atmosférico, com implicações nos ecossistemas marinhos, na produtividade primária, na cadeia alimentar e nos recursos piscatórios".

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