sexta-feira, outubro 21, 2011

Executivo açoriano é “armador, comerciante e industrial”: ‘Porto de Abrigo’ acusa governo de política “cega e errada” na pesca...

Segundo o Correio dos Açores, "num documento a entregar a várias organizações, como um contributo para debater a política de pescas nos Açores integrada na reforma da Política Comum de Pescas, a Porto de Abrigo aponta o dedo ao governo por políticas de pesca mal conseguidas e de fazer concorrência quando é armador, comerciante e industrial. O documento agora apresentado apresenta algumas soluções para melhorar a política de pescas da Região. A Porto de Abrigo afirma que não foi a “arte de palangre” que levou à situação em que se encontram algumas espécies demersais, mas sim um excesso de frota constituída por pressões “a que não são alheias as pressões pessoais nem as político-partidárias”. A cooperativa de produtores realizou um documento, que vai entregar a várias entidades e onde realizou uma avaliação da política de pescas nos Açores e apresentou algumas propostas para a mudança, que resultam de uma reflexão de armadores/pescadores e sócios da Porto de Abrigo. Neste sentido, a cooperativa propõe que seja elaborado um plano de abates, dirigido para embarcações activas, nos segmentos de frota que estão em excesso, propondo também que seja transferida a propriedade de embarcações de pesca local quando os armadores não governem as embarcações por terem outra profissão. O documento aponta ainda para uma redução do tempo de actividade para 11 meses, em todas as artes e de forma rotativa, com apoio financeiro do Propescas. A Porto de Abrigo defende ainda que deve ser mantido um conjunto de medida de selectividade, destinadas a evitar a captura de juvenis, com aumento de fiscalização prévia às saídas para o mar, ao mesmo tempo que propõe um registo estatístico da pesca lúdico-desportiva assim como o combate à comercialização do pescado capturado durante esta actividade.

Situação da pesca açoriana

O documento entende que falta um plano de desenvolvimento da pesca açoriana, afirmando que a eventual sobre-exploração do goraz e de outras espécies demersais não resulta do uso de palangre, mas de um excesso de esforço de pesca devido à entrada de novas embarcações. O documento dá indicação que nunca foi realizado na região nenhum estudo sobre o impacto das transformações na economia das micro-empresas de pesca e nas comunidades, “faltando uma cultura de gestão empresarial e de gestão de recursos, nada foi feito para superar esta situação”.

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