sexta-feira, outubro 28, 2011

Despedidos aumentam mais de 62% durante este ano

Segundo o Dinheiro Vivo, “a três meses do fim do ano, o número de trabalhadores alvo de despedimento colectivo já havia ultrapassado o total de 2010 em 360. Até Setembro foram despedidas 3822 pessoas de 412 empresas, praticamente o dobro das sociedades envolvidas o ano passado. Os dados são da Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho e atestam o agravar da situação económica do país e das empresas. Comparando os números relativos igualmente ao terceiro trimestre de 2010, o aumento de despedimentos colectivos concluídos levou a uma diferença de mais 1469 pessoas no desemprego, ou seja, num agravamento superior a 62%. Até Setembro de 2010 haviam sido despedidas, por esta via, 2353 pessoas. Em termos de regiões, Lisboa e Vale do Tejo (LVT) é a que tem mais trabalhadores afectados, num total de 1649, mas em termos de empresas o Norte regista um número equivalente ao de LVT: 171. A Norte, o número de trabalhadores envolvidos baixa um pouco, para 1622. As duas regiões em conjunto têm mais de 85% dos trabalhadores com despedimentos colectivos concluídos em 2011. No que à dimensão das empresas envolvidas nestes processos diz respeito, refira-se que foram as médias empresas as que mais trabalhadores despediram, num total de 1384 pessoas, provenientes de 63 sociedades. Seguem-se as pequenas empresas, que mandaram para o desemprego 901 trabalhadores, provenientes de 171 unidades. Significativo ainda é que os dados da DG ERT indicam que, embora ainda não concluídos, estavam em curso, com vista ao despedimento, processos que envolviam mais 4110 trabalhadores. Um número superior, em 1505, ao período homólogo, e em 381 ao total de 2010 (3729). Para o economista Luís Bento, ouvido pelo Dinheiro Vivo, a “maior surpresa seria [estes dados] não terem aumentado” . Este responsável salienta o facto de os processos de despedimento colectivo terem abrangido quase 40% dos trabalhadores das 412 empresas envolvidas. E Luís Bento chama a atenção para o facto de o processo de despedimento colectivo – porque controlado pela Administração do Trabalho – não ser o “maior contribuinte líquido” para a geração de desemprego. “Este continua a ser alimentado pelo encerramento súbito de empresas, pelas rescisões de contratos a termo e pelos chamados despedimentos selvagens”, lembra o economista do Trabalho”.

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