quarta-feira, maio 25, 2011

Açores: Carlos César critica câmaras municipais que “gastaram mais do que tinham" e diz que "não é o FMI” para as poder ajudar

Segundo o Correio dos Açores, "o Conselho de Ilha de S. Jorge está preocupado com a situação financeira dos dois municípios e das cooperativas existentes na ilha, que considera ser uma "bomba relógio prestes a explodir". Num memorando aprovado por "unanimidade" entre os conselheiros, este órgão manifestou ao Governo Regional dos Açores "grande preocupação" com a situação financeira das câmaras das Velas e da Calheta, mas também com o estado em que se encontram as cooperativas da ilha. Os conselheiros defendem a necessidade de ser encontrada uma solução entre todos os envolvidos neste problema, "mesmo que coloque em causa investimentos já previstos (para S. Jorge)", refere o memorando do Conselho de Ilha apresentado ao Governo Regional no quadro da visita estatutária iniciada ontem. Na resposta, o vice-presidente do executivo açoriano, Sérgio Ávila, recordou que a situação económica das autarquias "é uma competência do Governo da República", garantindo, no entanto, que a análise feita pelo executivo indica que as duas autarquias vivem "situações distintas"."A Câmara da Calheta tem um problema estrutural, com um nível de despesa claramente superior à capacidade de gerar receitas, associado a um endividamento que não permite libertar recursos para regularizar a situação", afirmou o vice-presidente do executivo. Quanto à Câmara de Velas, salientou que "reduziu significativamente o prazo médio de pagamentos a fornecedores", acrescentando que "não tem problema estrutural mas um excesso de despesas num dado momento que tem vindo a ser recuperado". Relativamente ao sector cooperativo, o secretário regional da Agricultura, Noé Rodrigues, recordou que foi iniciado em 2000 um processo de saneamento financeiro, que terminou em 2010 e no qual "o governo cumpriu escrupulosamente todos os compromissos que assumiu". "O sector cooperativo de S. Jorge, apesar das dificuldades que enfrenta, continua a investir", afirmou, citando como exemplo o investimento de 3,5 milhões de euros em curso na UNIQUEIJO e outro de 850 mil euros na Cooperativa dos Lourais. Entretanto, o presidente do Governo Regional dos Açores criticou as câmaras municipais que "gastaram mais do que tinham", frisando que o executivo "não é o FMI" para as poder ajudar. "As autarquias gastaram mais do que tinham, degradaram a sua situação financeira e agora olham para nós como se fossemos o FMI", afirmou Carlos César numa intervenção no Conselho de Ilha de S. Jorge, que apelou a uma intervenção do governo regional para resolver a grave situação financeira das duas autarquias da ilha. O presidente do governo regional admitiu que o executivo "vai fazer o que puder, mas não tem margem para intervir como as autarquias".

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