quarta-feira, abril 27, 2011

Jornais generalistas "pouco fazem" para renovar públicos

Escreve o jornalista do Publico, Filipe Pacheco que “o presidente do Observatório de Imprensa considera ser necessário fazer sinergias mais profundas com o online. As audiências dos jornais têm vindo a cair, com a excepção do "Correio da Manhã" e do "Público", no primeiro trimestre de 2011, segundo dados do Bareme Imprensa. Isto porque os jornais generalistas têm pouca margem de crescimento dentro dos segmentos onde são menos fortes. Esta é a opinião de Joaquim Vieira, presidente do Observatório de Imprensa, que sublinha que os jornais portugueses pouco têm feito para conquistar novos públicos. "Não vejo os jornais a fazerem um esforço nesse sentido. Continuam agarrados aos mesmos esquemas", sublinha o presidente do Observatório de Imprensa. Com excepção do "Sol" e do "i" (ver caixa ao lado) - que são os jornais com menos tempo no mercado e que estão longe de serem líderes -, nenhum outro jornal consegue ter maior impacto junto dos públicos mais jovens, que estão mais propensos ao consumo de informação na Internet. Por um lado, os "leitores envelhecem com o tempo do mercado dos jornais", a exemplo do "Público", diz Joaquim Vieira. Isto porque há anos o "Público" era um jornal com mais impacto junto dos jovens. A capacidade de atrair públicos mais jovens e num espectro mais alargado do território passaria por "alterar abordagens editoriais, a selecção dos temas" ou mesmo a "forma de escrever", considera Vieira. Neste campo, o "esforço de renovação é difícil de fazer", diz o responsável, também em virtude da geração de jornalistas. "É difícil de criar nas redacções um 'aggiornamento' dos jornalistas para haver essa renovação". De resto, como a crise deixou de ser novidade em Portugal, os sintomas são bem conhecidos: "as pessoas querem poupar, logo, não compram jornais. Houve um aprofundamento da crise nos últimos anos. E procuram mais informação no online", enumera o jornalista. Mesmo assim, poderiam existir esforços para contrariar o registo de perda contínua a que se tem vindo a assistir. "Há muita coisa a ser feita nas sinergias entre a Internet e o papel", diz. O presidente do Observatório de Imprensa cita o "Público" como o jornal que tem feito esforços nesse sentido, ainda que tímidos. O que passa por "uma integração mais profunda entre o online e o papel". A contrariar o panorama de queda, o "Correio da Manhã" ainda tem espaço para crescer no Norte, zona onde tem menos expressão. "Por ser mais abrangente", diz Joaquim Vieira. Já o "JN", considera, tem menos margem, por ter uma imagem tradicional ligada ao Norte. Não vejo os jornais a fazerem um esforço nesse sentido [abrangerem mais públicos]. Joaquim Vieira Presidente do Observatório de Imprensa”.

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