sábado, abril 30, 2011

Crise: "FMI e União às voltas com o plano para Portugal"?

Escrevem os jornalistas Helena Garrido e Rui Peres Jorge, do Jornal de Negócios, que "as negociações estão a decorrer. É a frase do FMI e da Comissão Europeia. A "troika" ainda está em "processo analítico" diz o Governo ao PSD. A dureza do plano está por conhecer ou ainda por concretizar. O tempo que vai ser dado a Portugal para reduzir a sua dívida e corrigir os seus problemas estruturais é neste momento a questão determinante para avaliar o grau de austeridade e mudança que vai ser exigido aos portugueses. E é esta a questão que está a dificultar mais o acordo entre as equipas do FMI e da União Europeia. FMI e Comissão Europeia fizeram ontem declarações apontando para a ausência de uma data concreta para o fim das negociações técnico-políticas entre as equipas da "troika". Eduardo Catroga, numa terceira carta que enviou ao ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, revela que o Governo disse que a "ainda está em curso por parte da Missão o processo analítico". Ou seja, as equipas do FMI, Comissão Europeia (CE) e BCE ainda estão a negociar o plano que vão propor a Portugal. Só depois disso é que se pode entrar no processo de negociação política. Eduardo Catroga lidera a equipa do PSD para as negociações políticas. No dia de ontem, as fontes contactadas pelo Negócios continuavam a afirmar que ainda é prematuro dizer que o acordo está concluído.De Washington e de Bruxelas chegaram ontem mensagens no mesmo sentido, com o FMI a dizer que se levará o tempo que for preciso e a Comissão a declarar que só se fechará o acordo entre a "troika" quando todo o plano estiver concluído. "As negociações estão a decorrer e vão continuar o tempo que for necessário", disse o porta-voz do FMI. "Não há acordo até que um entendimento completo seja alcançado", afirmou o porta-voz de Olli Rehn. O acordo entre a "troika" começa a ser urgente pela necessidade de, a seguir, se proceder a uma negociação política e esclarecer quem afinal assina o memorando final de entendimento que viabilizará o apoio financeiro. Neste momento nem essa questão é esclarecida para além do vago "compromisso alargado". E, a não ser que não se queira ver o plano aprovado na reunião dos ministros das Finanças de 17 de Maio, não se pode levar o tempo que for preciso, como diz o FMI. O desentendimento entre o FMI e a União Europeia sobre o plano de ajuda a Portugal, assim como sobre os programas de ajuda á Grécia e Irlanda, estiveram na praça pública durante a assembleia-geral do Fundo. Aí foi claro que, quer Dominique Strauss Khan como o director Olivier Blanchard estavam em desacordo com o reduzido tempo que se estava a dar a Portugal para reduzir o défice público e com a taxa de juro que estava a ser exigida pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF). O tempo que for consagrado para a redução do défice público e para a aplicação das medidas é determinante para avaliar a austeridade a que os portugueses vão estar sujeitos. E o FMI conhece, por experiência, os riscos da austeridade em excesso. As negociações estão a decorrer e vão prosseguir durante o tempo que for necessário Porta-voz do FMI Não há acordo até que um entendimento completo seja concluído Porta-voz do Comissário Olli Reh".

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