sábado, fevereiro 26, 2011

O harém que protege kadhafi com a vida

Li no DN de Lisboa um texto da jornalista Catarina Reis da Fonseca que "há 42 anos no poder, o líder líbio deixa a sua segurança nas mãos de um grupo de mulheres que o acompanha em todas as viagens. Sabem artes marciais e têm de ser virgens. São jovens, bonitas e treinadas para matar. Muammar Kadhafi dispensa os tradicionais seguranças masculinos de fato e óculos escuros. Só aceita ser escoltado por mulheres seleccionadas a dedo para integrar a sua Guarda Amazónica. Submetidas a um treino intensivo numa academia especial, as amazonas do ditador líbio aprendem artes marciais e tornam-se especialistas em armas de fogo. Em viagens oficiais, o governante, que tem recusado abandonar o poder apesar dos fortes protestos na capital, costuma fazer-se acompanhar de 30 ou 40 elementos de segurança. Onde quer que vão, as amazonas de Kadhafi são o centro das atenções: apresentam-se maquilhadas, usam salto alto, penteados de estilo ocidental e vestem uniforme militar. Fortemente armado, este grupo de mulheres faz parte da longa lista de excentricidades do Chefe do Estado líbio. Para integrarem a força de segurança, as jovens, também responsáveis por vigiar a tenda onde o líder beduíno fica alojado nas suas viagens, têm de ser virgens e fazer um voto de castidade. Ainda assim, os supostos critérios de selecção anunciados pelo regime não impedem que corram rumores sobre o alegado envolvimento sexual entre Kadhafi e as suas amazonas. Para entrar na Guarda Amazónica, as mulheres têm de jurar proteger o seu líder com a vida. Durante uma visita a Itália em Agosto do ano passado para estreitar relações com o Governo de Silvio Berlusconi, Kadhafi discursou perante centenas de jovens e pediu- -lhes que se convertessem ao islão. O líder afirmou ainda que as mulheres são mais bem tratadas no seu país do que no Ocidente, dan-do origem a uma acesa polémica em Itália. Documentos revelados pela WikiLeaks em Novembro revelam, contudo, que tem havido "uma diminuição da importância" das agentes que protegem Kadhafi. "Só uma guarda feminina foi incluída na delegação composta por 350 pessoas que acompanhou Kadhafi na sua viagem a Nova Iorque", pode ler-se na correspondência trocada entre diplomatas americanos e o Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Setembro de 2009. "Observadores em Tripoli especulam que a sua guarda feminina está a começar a ter um papel menos significativo em termos de segurança pessoal", acrescenta-se no documento. Viajar com um dispositivo de segurança fortemente armado já trouxe alguns problemas a Kadhafi. Quando em Novembro de 2006 o Presidente líbio aterrou em Abuja, na Nigéria, acompanhado de 200 seguranças, as autoridades do aeroporto recusaram-se a deixá-lo entrar na cidade. Em causa não estava o número de elementos da comitiva, mas antes a quantidade de armas e munições que eram transportadas. Após a intervenção do então presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, Kadhafi aceitou entregar grande parte do armamento, mas antes ainda ameaçou ir a pé até ao centro da cidade, que fica a 40 quilómetros do aeroporto. Mas não é só a sua segurança que Kadhafi deixa nas mãos das mulheres. Para onde quer que vá, o ditador faz-se acompanhar por uma equipa de quatro enfermeiras. Uma delas é descrita por diplomatas americanos como uma "loira voluptuosa", com quem o ditador manterá uma relação amorosa e que poderá ser uma das suas companhias no bunker onde agora se encontra refugiado".

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