terça-feira, fevereiro 22, 2011

Homens da bola com milhões no BPP...

Escrevem os jornalistas do Correio da Manhã, António Sérgio Azenha e Diana Ramos, que a “vasta lista de credores do BPP, que reúne 5653 nomes ao longo de 76 páginas, revela que um número elevado de pessoas tem avultados prejuízos com a falência do banco fundado por João Rendeiro. Entre as pessoas que depositaram as suas poupanças naquele banco, destacam-se as figuras ligadas ao mundo do futebol: Luís Figo, Simão Sabrosa e Jorge Jesus reclamam ao BPP um total de 2,28 milhões de euros, mas a comissão liquidatária daquela instituição bancária só reconhece a existência de créditos num valor total inferior a 1,1 milhões de euros. As estrelas do futebol, assim como todos os restantes clientes do BPP, vão ter elevados prejuízos com a falência deste banco. E, desde logo, porque a venda dos activos, que estão avaliados em pouco mais de 500 milhões de euros, irá servir para pagar o aval do Estado ao crédito de 450 milhões de euros dado ao BPP, que foi concedido por um sindicato bancário com vista a evitar um cenário de risco sistémico no País. E, assim sendo, os clientes particulares do BPP com depósitos bancários reconhecidos receberam uma indemnização, através do Fundo de Garantia de Depósitos, até 100 mil euros por titular da conta. Assim como os investidores foram indemnizados em 25 mil euros através do Sistema de Indemnização aos Investidores. Certo é que o Estado é o maior credor do BPP, com um crédito reclamado de 453 milhões de euros, ainda que a comissão liquidatária tenha reconhecido 450 milhões de euros. Quando este empréstimo foi concedido ao BPP no final de 2008, altura em que o banco estava à beira da ruptura financeira, o Governo, para garantir o pagamento do aval, penhorou os activos do BPP (obras de arte, créditos do banco, etc.). Com esta decisão, que é alvo de críticas por parte dos clientes do BPP, o Executivo garantiu o pagamento desse aval com a venda dos activos do BPP. Por isso, Jaime Antunes, presidente da associação Privado Clientes, diz que, "na prática, o Estado pôs os clientes do BPP a pagar o risco sistémico [na banca portuguesa]". E remata: "O Estado não perde nada no BPP." A lista de clientes inclui vários nomes de personalidades famosas da vida portuguesa, como familiares de Pinto Balsemão, e de sociedades offshore. O pai de Luís Figo, António Caeiro Figo, também constará na lista, com um crédito de 1,2 milhões de euros.
FAMÍLIA BALSEMÃO TEM QUATRO MILHÕES
A família Balsemão não reclamou qualquer crédito, mas tem a haver do BPP um total superior a quatro milhões de euros. O montante está dividido em partes iguais, no valor de 677 684 euros cada, por seis elementos da família, entre os quais Francisco Pinto Balsemão – accionista de referência do BPP –, a mulher, três filhos e outra pessoa. Já José Miguel Júdice, líder da mesa da assembleia geral e advogado de João Rendeiro, tem a haver apenas 59 euros.
IGREJA PEDE MAIS DE QUATRO MILHÕES
Várias instituições ligadas à Igreja reclamam junto da comissão liquidatária do BPP um valor acima dos quatro milhões de euros. Segundo a lista de credores, quatro únicas entidades reclamam 4 143 515,97 euros. A Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade alega ter em falta 1 171 970,91, contudo, a comissão liquidatária entende que os respectivos créditos totalizam só 845 743,52 euros. Da mesma forma, os Missionários Combonianos Coração de Jesus reclamam 2 249 728,57 euros, apesar de os créditos contabilizados dizerem respeito a apenas 1 351 953,92. Por sua vez, o Seminário Diocesano de Leiria queixa-se de ter em falta 381 971,1 euros quando a comissão liquidatária lhe atribui 208 739,74. Já o Secretariado dos Pastorinhos – entidade ligada à Igreja, cujo objectivo é a canonização de Francisco e Jacinta Marto – reclama 339 845,39 euros, tendo direito a apenas 320 428,16. A Ordem do Carmo em Portugal não reclamou créditos mas a comissão atribui-lhe 171 781,05 euros, situação idêntica à da Ordem dos Padres Carmelitas descalços, que têm direito a receber 25 380,85 euros. No total a comissão diz que todas estas entidades devem receber 2,9 milhões.
CATARINA RECLAMA 105 MIL EUROS
Catarina Portas, irmã do líder do CDS-PP, reclama ao BPP um crédito superior a 105 mil euros. A comissão liquidatária do banco fundado por João Rendeiro só reconhece à irmã de Paulo Portas um crédito de 33 439 euros”
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