segunda-feira, janeiro 31, 2011

Taguspark dá aumentos salariais superiores a 10%...

Segundo o jornalista do Correio da Manhã, António Sérgio Azenha, a “ex-administração do Taguspark, parque tecnológico de maioria de capitais públicos, deu em 2010 aumentos salariais superiores a 10 por cento a vários funcionários. E, segundo a auditoria pedida pela nova equipa de gestão às contas deixadas pelos antigos administradores, um assessor de Rui Pedro Soares, então administrador não-executivo do Taguspark em representação da Portugal Telecom (PT), foi contemplado com uma subida no vencimento de 98%, a mais elevada entre os nove quadros contemplados com actualizações nos ordenados. A auditoria às contas do mandato da administração anterior do Taguspark revela que Américo Thomati, João Carlos Silva e Vítor Castro, então membros da comissão executiva do parque tecnológico, aprovaram aumentos salariais entre 10% e 98% a um conjunto de nove funcionários. A actualização dos ordenados foi aplicada, segundo fonte próxima da ex-administração, "em função do contributo das pessoas para os resultados do Taguspark". A maior subida salarial, segundo a auditoria, foi atribuída a Paulo Bernardino: em Dezembro de 2009, este inspector da Polícia Judiciária reformado recebia 2980 euros, valor que subiu para 5893 euros, um acréscimo de 98%, em Dezembro de 2010. Paulo Bernardino, que participou nas investigações que conduziram ao desmantelamento das FP25 de Abril, era director da segurança do parque tecnológico, função que também exerceu na PT. Terá ingressado no Taguspark a convite de Rui Pedro Soares, então administrador da PT, devido à insegurança que existia à data na área daquele parque tecnológico. Ao que o CM apurou, este especialista em segurança já terá entretanto saído do Taguspark. Nuno Manalvo, ex-chefe de gabinete de Isaltino Morais, também foi contemplado com um aumento salarial apreciável: em Dezembro de 2009, ganhava 3740 euros; em Dezembro do ano passado, passou a receber de ordenado 5893 euros, um acréscimo de 58%. Os restantes aumentos salariais oscilam entre 26%, para a assessora jurídica Carla Pimenta, e os 10%, atribuídos à assessora Sandra Ayres. Ex-vogal na Administração do Porto de Lisboa então liderada por Miguel Frasquilho, Sandra Ayres também terá ingressado no Taguspark a convite de Rui Pedro Soares. Em Dezembro do ano passado, recebia 5863 euros.
AUDITORIA ENVIADA A INVESTIGADORES
Os accionistas do Taguspark decidiram em assembleia geral, no final de Novembro de 2010, enviar ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas a auditoria financeira à gestão da equipa liderada por Américo Thomati. O documento foi enviado aoMinistério Público e ao Tribunal de Contas devido à existência de dúvidas sobre eventuais ilegalidades em determinado tipo de procedimentos. Na altura, não foram revelados os casos que levantaram dúvidas aos accionistas.
CÂMARA DE OEIRAS LIDERA ACCIONISTAS
A Câmara Municipal de Oeiras, presidida por Isaltino Morais, é o maior accionista do Taguspark. Com uma participação de 17,01% no capital social do parque tecnológico, a autarquia de Oeiras surge à frente do Instituto Superior Técnico e do BPI, que têm 12,64% e 11,03%, respectivamente.
IDA A JULGAMENTO EM CAUSA
A juíza do processo Taguspark decide na próxima sexta-feira se leva a julgamento Rui Pedro Soares, ex-administrador não-executivo do Taguspark, Américo Thomati e João Carlos Silva, ex-gestores executivos do parque tecnológico. O Ministério Público acusa estes três gestores do crime de corrupção passiva para acto ilícito. O ‘caso Taguspark’, que resultou de uma certidão retirada do processo ‘Face Oculta’, está relacionado com o contrato de gestão de imagem celebrado entre Luís Figo e o Taguspark no Verão de 2009. No essencial, o Ministério Público suspeita de que os então administradores do Taguspark usaram a imagem do ex-internacional português para beneficiar uma candidatura partidária, neste caso a de José Sócrates, nas eleições legislativas de Setembro de 2009. Luís Figo, que assinou o contrato com o Taguspark pelo valor global de 750 mil euros em três anos, não foi acusado de corrupção, por desconhecer que aquele parque tecnológico era detido por uma maioria de capitais públicos. O processo está em fase de instrução desde Abril, e Rui Pedro Soares, em sua defesa, pediu à PT para entregar ao Tribunal de Instrução Criminal o contrato publicitário dos Gato Fedorento, para provar que Figo não terá sido favorecido.
JOSÉ MOURINHO ROMPEU CONTRATO
José Mourinho assinou com o Taguspark um contrato de cedência dos direitos de imagem. Com um valor de 250 mil euros por um ano, Mourinho assinou o contrato no Verão de 2009, mas desistiu dele em Outubro desse ano. No centro desta renúncia está, segundo as actas do parque tecnológico, o facto de o treinador do Real Madrid não ter gostado do guião do filme que tinha de fazer com Figo”.

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