sábado, janeiro 22, 2011

Médicos estrangeiros são 9,3% dos clínicos autorizados para exercer em Portugal

Revela o Sol que "o número de clínicos estrangeiros registados em Portugal passou de 3.736 em 2008 para 3.937 em 2010, representando 9,3 por cento da totalidade dos médicos com autorização para exercer no país. A grande maioria é oriunda da União Europeia. Dados da Ordem dos Médicos (OM) indicam que em 2008 estavam inscritos 39.473 médicos, dos quais 3.736 eram estrangeiros, número que subiu para 3.842 (de um total de 40.664) em 2009 e para 3.937 (de 42.031 registados) em 2010. A grande maioria é oriunda de países da União Europeia, principalmente de Espanha, e tem vindo a subir: em 2008 eram 2.355, número que subiu para 2.382 em 2009 e para 2.426 em 2010. Também o número de médicos brasileiros tem vindo aumentar, passando de 562 em 2008, para 621 em 2009 e 657 em 2010. O mesmo se passa com os clínicos provenientes da América do Sul: 106 em 2008, 150 em 2010. Este aumento também se deve ao facto de o Ministério da Saúde (MS) estar recorrer a médicos deste continente para suprir a falta de profissionais. «A contratação de médicos estrangeiros faz parte dessa estratégia e, por isso, estão actualmente em Portugal a exercer a especialidade de medicina geral e familiar médicos provenientes do Uruguai e de Cuba», afirmou uma fonte do MS à Lusa. Questionada sobre se está prevista a vinda de mais médicos estrangeiros, a fonte adiantou que, «de acordo com as necessidades evidenciadas, o Ministério da Saúde tem continuado o processo de identificação de médicos, em vários países, não estando, até ao momento, nenhum processo concluído». Segundo os dados da OM, são cada vez menos os médicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) inscritos em Portugal. Em 2008, eram 429, número que desceu para 382 em 2010. Estavam ainda registados, em 2010, em Portugal 238 médicos de países europeus (fora da UE), cinco africanos, 18 asiáticos, dois australianos e 21 da América do Norte. Uma fonte da OM explicou que o facto de os médicos estarem registados em Portugal não significa que estejam todos a exercer. Há muitos médicos que se inscrevem para tirar a especialidade e depois regressam ao país de origem, sobretudo os dos PALOP. O MS tem vindo a desenvolver medidas para colmatar a falta de médicos: aumentou o número de vagas nas universidades de Medicina, criou novos cursos de medicina e construiu mecanismos que permitiram o reingresso, no Serviço Nacional de Saúde, dos médicos reformados ou que pediram a reforma antecipada. Para o novo bastonário da OM, é preciso «analisar com números onde é que há dificuldades em termos de número de profissionais e como elas podem ser supridas». «Eu tenho proposto, e espero que isso aconteça neste novo ciclo da Ordem dos Médicos, que haja uma reunião tripartida entre Governo, a OM e os sindicatos médicos para discutir essas questões», disse à Lusa José Manuel Silva. Relativamente à vinda de médicos estrangeiros, o novo bastonário afirmou que não tem nenhuma objecção «desde que se cumpra a legislação em vigor». Mas, defendeu, «é necessário que haja uma programação da demografia médica, a médio e a longo prazo, para que não surjam mais estas dificuldades transitórias, que já estão a médio prazo amplamente compensadas pelos excessivos números clausus que já existem neste momento nas faculdades de Medicina». Para o novo bastonário, «é absolutamente determinante, para bem da qualidade e da defesa dos doentes, que haja uma adequação entre o número de médicos e a necessidade para prestar cuidados de saúde à população com qualidade, acessibilidade e rapidez".

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