segunda-feira, janeiro 24, 2011

Lello culpa BE e Alegre pela derrota nas presidenciais

Li no site da TVI que "o dirigente socialista José Lello atribuiu esta segunda-feira a derrota de Manuel Alegre ao apoio do BE, que não agradou ao «eleitorado socialista tradicional», e à atitude do candidato, enquanto deputado, «contra o PS e o Governo». Em declarações à Lusa, o deputado e secretário nacional do PS para as Relações Internacionais, crítico de Alegre, elogiou, contudo, o discurso de derrota do candidato presidencial em que, disse, «teve uma intervenção de grande humildade democrática e de grande dignidade». «A baixa de votação resulta do facto de o bloco social que normalmente apoia o PS não se ter revisto no modelo da formatação eleitoral da coligação de apoio de Manuel Alegre na medida em que esteve um acentuado enfoque - designadamente no inicio, não na própria campanha - em políticas conexas com o Bloco de Esquerda e o eleitorado do socialista tradicional não se reviu nessa formatação e, naturalmente, ou não votou ou se desviou em votos de circunstância», afirmou. Por outro lado, ao mesmo tempo que PS e BE apoiavam a candidatura presidencial de Alegre, os mesmos partidos «guerreavam-se no Parlamento». Segundo Lello, esta situação não favorecia a criação de «qualquer plataforma» que, sublinhou, «como se viu, não existiu nem terá sequência». O deputado e dirigente socialista assume-se como crítico de Manuel Alegre e relaciona o motivo das suas críticas ao resultado das eleições. «Não me esqueço os quatro anos em que Manuel Alegre esteve consistentemente a votar contra o partido e o Governo na Assembleia da República. Não me esqueci eu nem esqueceu a maioria do eleitorado do PS que, de facto, a reacção que teve, teve a ver com isso», argumentou. Confrontado com críticas de que o PS esteve dividido no apoio a Alegre e houve quem no seio dos socialistas patrocinasse candidaturas alternativas, como afirmou a eurodeputada Ana Gomes, Lello afirmou que «se houve elementos dentro do partido ou militantes do partido que fomentaram outro tipo de candidaturas, assiste-lhes esse direito, na medida em que as candidaturas presidenciais não são associações partidárias são de grupos de indivíduos».Dirigindo-se directamente a Ana Gomes, afirmou: «O que é que queria, que o partido tivesse uma intervenção mais dura, mais musculada, em relação ao seu eleitorado? Não se percebe». Para José Lello, «no meio disto tudo, quem teve a atitude mais correcta e mais digna foi o próprio candidato Manuel Alegre que, no seu discurso de derrota, teve uma intervenção de grande humildade democrática e de grande dignidade». «Eu que estou longe de ser um apoiante de Manuel Alegre tenho que referir a extrema dignidade, a grande compostura que, por vezes, falta a pessoas que são seus apoiantes, como é o caso de Ana Gomes», sublinhou.

Sem comentários: