sexta-feira, agosto 27, 2010

Somos quem menos concorda com austeridade...

Li no Jornal I um texto do jornalista Nuno Aguiar, segundo o qual "apesar dos avisos de Bruxelas e dos sustos provocados pelas agências de rating, um em cada cinco portugueses continua a não achar que as medidas de combate ao défice são urgentes. Segundo os dados do Eurobarómetro, 22% da população portuguesa está "completamente em desacordo" com a ideia de que "as medidas para reduzir o défice e a dívida pública não podem ser adiadas". A percentagem é a mais elevada da União Europeia, empatada com a Macedónia, e bem mais elevada que a dos gregos (15%), que enfrentam neste momento um exigente plano de combate ao défice. Além disso, Portugal está também empatado em terceiro lugar com a Bulgária, com a menor percentagem de população a concordar com a urgência de controlar a escalada da dívida e do défice orçamental, com apenas 59%. "É estranho, mas significa que a estratégia de enfiar a cabeça na areia continua a funcionar", afirma ao i João Cantiga Esteves, professor de Finanças do ISEG. "Há um divórcio entre a realidade e o discurso do governo. Falta rigor a transmitir a realidade do país." O inquérito tem ainda a curiosidade de ter sido efectuado em Maio, ou seja, durante o pico da crise da dívida soberana na zona euro, uma altura em que se especulava se o desequilíbrio das finanças públicas dos países do Sul da Europa não iria provocar o fim do euro. Aparentemente, a maioria dos europeus percebeu a mensagem, com 75% a concordarem totalmente com a impossibilidade destas medidas de austeridade serem adiadas, com apenas 15% a discordarem. Números muito diferentes dos portugueses: "O discurso em Portugal não tem sido favorável a dizer a verdade. Temos problemas gravíssimos, com a dívida pública a continuar a disparar. Não é possível achar que podemos continuar a viver assim", explica João Cantiga Esteves. O inquérito mostra também que a União Europeia (UE) é a organização que os portugueses reconhecem como mais capaz para combater a crise (28%). O governo de José Sócrates surge apenas em terceiro lugar (11%), a seguir aos Estados Unidos (12%). No entanto, mesmo em relação à UE, os portugueses apresentam fortes desconfianças. A percentagem de portugueses que acreditam que Portugal beneficia por pertencer à UE diminuiu em relação ao Outono de 2009, de 64% para 54%". "Veja aqui o video da TVI sobre estra notícia.

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