sexta-feira, agosto 27, 2010

Alberto João Jardim: "Nunca esqueceremos quem foram os seus autores (do garrote financeiro) e o que nos fizeram!"

Na edição de Setembro do Madeira Livre, e num texto intitulado "Prá Frente", Alberto João Jardim publica mais um artigo de opinião:
"1. A Festa da Autonomia e da Liberdade, também conhecida como a “festa do Chão da Lagoa”, constituiu, como sempre, um estrondoso sucesso de enorme participação do Povo Madeirense. Há que agradecer aos Cidadãos e às Cidadãs desta Região Autónoma a maneira empenhada como vivem e defendem a Autonomia Política conquistada. Agradecer ao Secretariado Regional da Madeira do Partido Social Democrata a denodada operacionalidade com que, durante meses, organiza um evento desta dimensão. Agradecer a todos os que, em cada Freguesia, são responsáveis pela mobilização local. Agradecer aos meus Companheiros da Comissão Política Regional do PSD/Madeira.
2. Este ano, a Festa da Autonomia e da Liberdade inaugurou o recinto para eventos públicos da Herdade do Chão da Lagoa, o maior de que o arquipélago passa a dispor e propriedade da Fundação Social Democrata da Madeira. Foi um trabalho de muitos anos, no qual não posso deixar de distinguir os nossos Companheiros Jaime Ramos, Carlos Machado, Armando Abreu e Rocha da Silva. Sendo a Herdade do Chão da Lagoa a maior propriedade privada no Concelho do Funchal, ela estará adstrita aos fins que juridicamente se propõe a Fundação Social Democrata. Esta Fundação é mais um trabalho dos autonomistas em prol da nossa terra. Convém mesmo lembrar que, se um dia, por qualquer motivo imprevisto, a Fundação se extinguisse, os herdeiros do seu património não são os herdeiros dos membros que constituem esta Instituição, mas sim a Região Autónoma, logo, o Povo Madeirense.
3. Abençoado Povo Madeirense!
Mesmo num ano de tantas dificuldades impostas à nossa terra, firme e com galhardia nas suas Raízes e Valores, estoicamente não deixou de festejar com orgulho a Autonomia Política, as Liberdades irreversíveis conquistadas. Principalmente três factores tornam a presente situação muito difícil:
- Primeiro, as consequências que agora estamos a sofrer do garrote financeiro, por razões partidárias imposto pelo Governo socialista de Lisboa sobre o Povo Madeirense.
Estamos a sofrer a sua repercussão. Nunca esqueceremos quem foram os seus autores e o que nos fizeram!
Temos bem presente que, entre tal gente, estão os actuais dirigentes do Partido Socialista local que, sem vergonha, de novo ocuparam os poleiros dessa organização que foi sempre o “partido de Lisboa”, a ponta-de-lança do colonialismo sobre a nossa terra.
- Em segundo lugar, vivemos, indefesos, uma conjuntura nacional e internacional feita de políticas erradas.
a) Não se pode subordinar o crescimento da Economia a concepções delirantes sobre as Finanças, seu instrumento, pois é a Economia que gera Emprego, Desenvolvimento Integral e receitas públicas.Como não é viável uma Economia que não resulte do culto dos Valores de um Povo, motivando-O para o imprescindível aumento da Produtividade, nem assente num Estado eficiente e isento, o que não é o caso do Estado português. É necessário fazer circular mais massa monetária no mercado, sobretudo apontada ao investimento directa e indirectamente reprodutível. Como à Banca tem de ser exigido que cumpra a sua função social, dever de todas as Empresas, sem excepção.
b) Porque a Dignidade da Pessoa Humana é a prioridade absoluta da Política, inclusivamente acima do Estado, da Região e do Município, os autonomistas sociais-democratas não podem consentir o fim do Estado Social. O poder mundialista do dinheiro, através de um capitalismo selvagem e esgrimindo conceitos extremos de liberalismo económico, procura esvaziar o Estado, até para adquirir, barato, bens e serviços que, ou deveriam ser património público, ou merecer a regulação intervencionista das instituições públicas.
- Em terceiro lugar, nas dificuldades que a Madeira vive, estão as consequências da tragédia de 20 de Fevereiro último.
O Povo Madeirense enfrentou-a com heroísmo! A solidariedade nacional manifestou-se em sentimentos inequívocos, a provar que a conflitualidade tantas vezes lamentavelmente existente não é entre os Portugueses do Continente e os Portugueses da Madeira, mas sim provocada por gente medíocre e herdeira de uma cultura colonialista, na “classe política” de Lisboa. É grave que, numa altura em que todos os esforços são poucos para recuperar a Madeira, uma vez mais o Ministro das Finanças atente contra o Povo Madeirense na questão da Zona Franca. E ninguém o mete na ordem, nem sequer o Presidente da República ou o primeiro-ministro!
4. Neste quadro, há que denunciar sistematicamente a Oposição que temos na Região Autónoma, constituída por mediocridades que, apesar de sempre derrotadas, não largam os poleiros nos respectivos partidos, porque, depois, seriam ninguém. Assim, impedindo a necessária revitalização dessas organizações partidárias, preferindo até viver preguiçosamente do “trabalhinho” político militante de alguns indivíduos que se refugiam covardemente numa “carteira profissional” de “jornalismo”.
- Esta Oposição defendeu todas as medidas e opções políticas que trouxeram Portugal ao presente estado de coisas gravíssimo. Atacou os autonomistas sociais-democratas por, desde há decénios, virmos discordando e denunciando que os caminhos estavam errados como agora se comprova. Mas tem a suprema hipocrisia de, ao mesmo tempo que continua a apoiar as asneiras de Lisboa, deitar para cima de nós as culpas das dificuldades actuais e exigir que façamos ao contrário... daquilo que, em Lisboa, eles continuam a apoiar!..
- Esta Oposição opôs-se a tudo quanto o PSD fez de Desenvolvimento Integral da Madeira. Que fizemos a tempo, numa correcta visão de futuro, mas que nas circunstâncias financeiras presentes e dos próximos anos, já não poderíamos realizar. E se tivéssemos ido nas balelas da Oposição, que teria sucedido ao Povo Madeirense?!...
- Esta Oposição está toda unida, da extrema-direita aos comunistas. A Madeira vive uma rígida bipolarização política que não preocupa minimamente os autonomistas sociais-democratas.
O próprio Partido Socialista tem como parceiro privilegiado e até promotor, uma organização local da extrema-direita. Uns “meninos” da “Madeira Velha” exploradora, que até têm dinheiro para pagar a um louco, usando-o de forma desumana e miserável para fazer palhaçadas, com o fito de, com estas, desprestigiar a Autonomia Política conquistada pelo Povo Madeirense. Esta Oposição vive à custa – tem um nome... – do trabalho de militantes políticos infiltrados na comunicação social.A coisa funciona assim. A orientação marxista no “Diário de Notícias” e sua rádio “TSF”, consentida pelo seu proprietário e pelo seu administrador, este quem meteu tal gente lá, todos os dias atira com mentiras, distorções, insultos, invejas, a par da prática grave de omissão informativa. Os activistas políticos, esquerdistas ou com frustrações, na RTP e na RDP impropriamente chamadas “da Madeira”, ao longo do dia passam a repetir as aleivosias do “Diário de Notícias”. A Oposição, após um profundo esforço para tentar perceber o que foi assim publicado, repete as asneiras na Assembleia Legislativa e em “conferências de imprensa” diárias a que servilmente acorrem os funcionários dessa comunicação dita “social”.
5. No quadro descrito, impõe-se:
- RESISTIR às injustiças da República Portuguesa sobre este território, combatendo-as legalmente, e PROSSEGUIR A LUTA contra o sistema político-constitucional vigente que, por inadequado às necessidades dos Portugueses, põe em causa o regime democrático.
Regime democrático que tudo temos de fazer, para mudá-lo para melhor.
- COMBATER a Oposição local e todos DENUNCIAREM sistematicamente a respectiva “madrinha” que é a comunicação “social” hostil à Autonomia Política e ao PSD. Meios de comunicação sustentados a partir de Lisboa, sustentados na ideologia marxista e sustentados na estranha aliança sinistra com os bonzos da “Madeira Velha”.
- DESENVOLVER, com os parcos meios de que a Madeira dispõe, quer a continuidade do investimento público que se revele de inequívoca prioridade, quer a solidariedade social para com todos aqueles que passam dificuldades devidas à conjuntura actual e à inépcia do Estado português.
O que tem de ser feito EM SIMULTÂNEO, através de uma rigorosa disposição dos poucos instrumentos financeiros disponíveis.
- EXIGIR, insistentemente, sem abrandar, uma revisão constitucional que finalmente propicie ao Povo Madeirense os meios indispensáveis para continuar o Desenvolvimento Integral, num quadro de Unidade e de Coesão nacionais.
Mas sem deixar de ter presente o que a Constituição da República Portuguesa consagra em termos de Direito Internacional.
6. Mais uma vez, a Festa da Autonomia e da Liberdade, a “festa do Chão da Lagoa”, deixa uma mensagem clara a todos os Portugueses.
Podem contar com os Portugueses da Madeira, com o Povo Madeirense, para todas as lutas e solidariedades necessárias que mudem o regime democrático para melhor, substituindo este inaceitável sistema político-constitucional, por outro que dê melhores e merecidos tempos a Portugal. E que varra todos os medíocres que houver na “classe política” de Lisboa
".

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