quarta-feira, julho 28, 2010

Alberto JoãoJardim: "O problema dos Portugueses é o poder conjuntural dos situacionistas do sistema político"

"Toda a gente me ouviu sempre defender a necessidade urgente de uma revisão constitucional. Toda a gente tem a noção do que poderá suceder ao País, do que poderá suceder em casa de cada Família, do que poderá suceder às nossas próprias Liberdades cívicas, se a «classe política» que neste momento temos, prolongar a agonia do sistema político que tristemente suportamos, e não o alterar com certa urgência. Mas também disse sempre, que uma revisão constitucional, sendo uma coisa muito séria e de extrema necessidade responsável, não podia andar a ser esgrimida à luz de mero episódio de confronto partidário. Apelei sempre para o bom-senso de não fazer da revisão constitucional uma bandeira partidária, antes se procurando, com a maior discrição, formar as maiorias necessárias e os acordos imprescindíveis. E só depois tornando público, para juízo colectivo, aquilo que foi possível acertar no sentido de uma inadiável mudança de fundo, nesta situação gravíssima que Portugal atravessa e donde, a continuar assim, não esperem qualquer saída.
Se a revisão constitucional se torna bandeira partidária, ela não acontecerá. Portugal pagará um preço tal, de que as pessoas ainda não se aperceberam. Mas há quem nada disto entenda, vivendo mais para a pose política do que para a substância, e se espalhando em sugestões de um absurdo estrondoso. Não basta mostrar trabalho de casa, se ninguém o valorizar pela metodologia ensaiada e pelos respectivos conteúdos. O problema dos Portugueses é o poder conjuntural dos situacionistas do sistema político e as suas concepções políticas inadequadas. Fico na dúvida se o situacionismo de facto quer a revisão constitucional, ou se não estamos perante cenários fabricados para que, tragicamente para os Portugueses, ela acabe por não se concretizar.
E como madeirense, autonomista e social-democrata, não admito que visões jacobinas e provincianas se atrevam a pôr em causa a vontade do Parlamento eleito pelo Povo Madeirense, expressa sempre num quadro de Unidade Nacional. Como se fosse possível, na Europa democrática do século XXI, alguns, só por estarem em Lisboa, se atreverem a fazer imposições a outros. Outros, nós, Madeirenses
" (crónica de Alberto João Jardim na rubrica "Palavras Assinadas", esta semana na TVI24)

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