segunda-feira, junho 28, 2010

Sondagem: PSD ultrapassa PS ao fim de oito anos

Refere o Jornal de Notícias de hoje num, texto de Rafael Barbosa que "oito anos depois, o PSD regressa ao topo. De acordo com a sondagem da Universidade Católica, Passos Coelho seria eleito primeiro-ministro, mas muito longe da maioria absoluta. O PS e o CDS dão um trambolhão. A CDU sobe de forma significativa. O BE fica igual. É preciso regressar ao princípio do ano 2002 para encontrar o PSD no topo do Barómetro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa (CESOP) para o JN, DN, RTP e Antena 1. Oito anos depois, Pedro Passos Coelho consegue o que não foram capazes de fazer Santana Lopes, Marques Mendes, Filipe Menezes e Ferreira Leite. Se fossem chamados a votar, os portugueses dariam 37% aos sociais-democratas, ou seja, mais quatro pontos que no último Barómetro, em Março passado, e mais oito pontos que o resultado conseguido nas eleições legislativas de Setembro de 2009. Mas se Passos Coelho tem razões para estar satisfeito - para além da estimativa de resultados do partido, é o único líder partidário com avaliação positiva, como se pode ver na página seguinte -, não pode ainda cantar vitória. Por duas razões objectivas: primeiro, a diferença que separa o PSD do PS (três pontos percentuais) é, segundo os especialistas, estatisticamente irrelevante; segundo, os quatro pontos que o PSD conquista face ao Barómetro anterior são os mesmos quatro pontos que perde o CDS-PP. Ou seja, a soma de resultados dos dois partidos de Centro-Direita continua a ser a mesma: 43%.
O pior resultado em 10 anos
A maior oscilação deste Barómetro, no entanto, é negativa e protagonizada pelo PS. A crise económica profunda, as medidas de austeridade aprovadas para combater o défice e a desorientação política revelada várias vezes ao longo dos últimos meses tiveram efeitos devastadores nas preferências do eleitorado. O resultado surpreendente do Barómetro de Março (41%) não se repete. O PS vale agora 34%, resultado inferior, inclusive, ao obtido nas últimas eleições (36,5%). Nos últimos dez anos - desde que o JN publica o Barómetro da Universidade Católica - não há registo de um resultado tão negativo para o PS.

Esta queda abrupta dos socialistas, como se percebe, não foi aproveitada pelo PSD. Aparentemente, é para a Esquerda que fogem os eleitores que antes preferiam o PS. Mas, ao contrário da tendência dos últimos anos, não se dá uma deslocação para o Bloco de Esquerda. Quem está a capitalizar o descontentamento são, desta vez, os comunistas (10%). Conseguem uma subida de quatro pontos percentuais face ao Barómetro de Março (6%) e mais dois pontos que o resultado das legislativas (7,8%). Consequência, talvez, de ser sobretudo o PCP (e a CGTP) quem consegue mobilizar os portugueses para o protesto nas ruas. O Bloco de Esquerda, que já caíra para metade no último Barómetro, fica desta vez igual (6%). Ao contrário, outros partidos, que todos juntos não conseguiam mais que um ponto, chegam agora aos 3%".

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