quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Madeira: preço dos alimentos dispara 100%?

Segundo noticiou hoje, com destaque, o Diário Económico, numa peça assinada pelo jornalista António Sarmento, "os madeirenses já estão a sentir no bolso os efeitos da tempestade de sábado. Preços de produtos agrícolas disparam. Manuel Sousa só reparou no aumento dos preços dos legumes quando chegou à caixa para pagar. Este antigo empregado bancário, de 65 anos, costuma ir todos os dias ao supermercado e, por isso, já nem costuma reparar na placa que indica o preço do quilo. Ontem, porém, foi apanhado completamente desprevenido. Por sorte, tinha umas moedas a mais esquecidas no bolso do casaco ou então tinha de voltar a casa. É que Manuel não gosta de usar multibanco. "O feijão verde passou dos 2,90 euros para os 3,40. Os tomates que ainda há poucos dias custavam 1,95 estão agora a 2,45 e uma alface custa 2,95 euros", diz Manuel, com um ar de quem teme que a escalada dos preços não fique por aqui. De facto, nos supermercados e mercearias da região, a inflação no custo dos legumes está a deixar os madeirenses ansiosos. Basta ver o que se passa no mercado abastecedor de São Martinho (uma réplica do MARL nos arredores do Funchal, mas em menor dimensão) para perceber que os madeirenses terão nos próximos dias mais uma preocupação em cima. Às quatro e meia da manhã, este mercado é o ponto de encontro de dezenas de produtores, que chegam de todos os pontos da Madeira. Desesperados para vender os seus produtos aos comerciantes locais, que por sua vez os vendem aos hotéis, restaurantes, supermercados, frutarias e pequenas mercearias. "Os produtos regionais no mercado abastecedor são cada vez menos porque a tempestade destruiu as colheitas", diz um deles. Como consequência, o que resta é pago a peso de ouro. "O que antes se comprava a 60 ou 70 cêntimos aos produtores custa agora 1,35 ou 1,40, uma subida de quase cem por cento. Obviamente, que eu compro e depois sou também obrigado a cobrar mais aos meus clientes", explica Licínio Ferreira, um comerciante que compra frutas e legumes no mercado abastecedor. Ele é um dos fornecedores dos grupos Pestana e Charming Hotels, bem como de alguns supermercados da região. Envia para lá maças, couves, brócolos, tomate, alface, courgette, alho francês, beringela e salsa. "Infelizmente, a taxa de ocupação hoteleira está baixa e isso reflecte-se nas nossas vendas", diz Licínio".

Sem comentários: